Mitra e o Touro, do mithraeum em Marino, séc. IIIO touro fita as pastagens e cresce, perante a sua atenção, o verde,O negro rasga-se, e a morte suspende-se.Sabendo-o, as nuvens atropelam-se em galope, sedentas de terraE miríades de gotas se precipitam contra o efémero,Tudo se torna sombra móvel d’aquele que luze,A tarde cura a manhã, a manhã cura a noite, e redimeA noite a tarde, na precipitação renovada da terra, da planta,Da água dos poderes.O horizonte rouba o corpo desse touro, como Tarquínio e LucréciaE dos seus grilhões levanta os mares, os rios aéreos, o veloz cavaloDo Sol cujos cascos pisam o Reino e doam calor, as nascentesMuitas, que, ricas em leite, alimentam as crianças; levanta a Lua,Que guarda do ardor cândido a semente do touro, e asEstrelas que no corpo da besta plantaram as águas.A dor afasta-se, a febre adormece, o mal evapora-se, a infecção,E a carcaça do touro decompõe-se.Horned Wolf
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Mitra e o Touro, do mithraeum em Marino, séc. IIIO touro fita as pastagens e cresce, perante a sua atenção, o verde,O negro rasga-se, e a morte suspende-se.Sabendo-o, as nuvens atropelam-se em galope, sedentas de terraE miríades de gotas se precipitam contra o efémero,Tudo se torna sombra móvel d’aquele que luze,A tarde cura a manhã, a manhã cura a noite, e redimeA noite a tarde, na precipitação renovada da terra, da planta,Da água dos poderes.O horizonte rouba o corpo desse touro, como Tarquínio e LucréciaE dos seus grilhões levanta os mares, os rios aéreos, o veloz cavaloDo Sol cujos cascos pisam o Reino e doam calor, as nascentesMuitas, que, ricas em leite, alimentam as crianças; levanta a Lua,Que guarda do ardor cândido a semente do touro, e asEstrelas que no corpo da besta plantaram as águas.A dor afasta-se, a febre adormece, o mal evapora-se, a infecção,E a carcaça do touro decompõe-se.Horned Wolf