NOVA ÁGUIA: O BLOGUE DA LUSOFONIA: CARTA PARA O-YONÉ

30-09-2009
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«Não estamos na idade das letras, decididamente, estamos na idade do dinheiro, da malandrice, dos falsos heróis e tudo o mais correlativo. Não há ALMA; ponha o L antes do A; fica LAMA; é o que há.»Excerto de carta de Wenceslau de Moraes ao seu amigo Alfredo Dias Branco, datada de 23 de Fevereiro de 1919 .Ao alvor, pelos riachos, quando voltares, o musgoTão puro dos seixos te celebrará e o espelhoBrumoso do quarto agitará os seus navios –Aos continentes as especiarias do prazer e do sonhoRetornarão. No Egipto, os homens erguem pirâmides.No Japão, transportam os pássaros o sémen vegetal,Cartas de amor das cerejeiras. A noite, a luz.O mel, a flor. Não se tocarão nunca e amam-se.A tinta, a pena, não sentirão nunca e amam-te.Andei pela casa à procura do teu pólen nos móveis.Quando voltares, não esqueças os recados, o coraçãoFloral, os brincos e os anéis, os lábios e os livros.Klatuu Niktos


«Não estamos na idade das letras, decididamente, estamos na idade do dinheiro, da malandrice, dos falsos heróis e tudo o mais correlativo. Não há ALMA; ponha o L antes do A; fica LAMA; é o que há.»Excerto de carta de Wenceslau de Moraes ao seu amigo Alfredo Dias Branco, datada de 23 de Fevereiro de 1919 .Ao alvor, pelos riachos, quando voltares, o musgoTão puro dos seixos te celebrará e o espelhoBrumoso do quarto agitará os seus navios –Aos continentes as especiarias do prazer e do sonhoRetornarão. No Egipto, os homens erguem pirâmides.No Japão, transportam os pássaros o sémen vegetal,Cartas de amor das cerejeiras. A noite, a luz.O mel, a flor. Não se tocarão nunca e amam-se.A tinta, a pena, não sentirão nunca e amam-te.Andei pela casa à procura do teu pólen nos móveis.Quando voltares, não esqueças os recados, o coraçãoFloral, os brincos e os anéis, os lábios e os livros.Klatuu Niktos

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