Guilherme Oliveira Martins (dispensa apresentações e títulos académicos), uma de 10 pessoas que, em Portugal, percebem a sério de finanças públicas, tem agora o seu próprio blog (aqui). GOM (assim passará a ser chamado, seguramente) abre logo com uma série de textos interessantes, de que destaco este: "Nos debates parlamentares de ontem deparámo-nos com um governo surpreendentemente inquieto e inseguro. E sabemos bem que, quando falta a razão, sobra o insulto. A serenidade é a única arma para fazer vencer a razão. Dir-se-á que a única linguagem audível é a da violência verbal. Puro engano! O cidadão não compreende a berraria parlamentar. Não tolera que a vida política o venha perturbar no seu remanso do lar - por muito legitimas que sejam as razões dos agravos. A intolerância esconde insegurança. E como é possível continuar a usar de pesos e medidas diferentes em relação a situações idênticas? Quem não lembra os discursos da deputada Drª Manuela Ferreira Leite contra as receitas extraordinárias? Será que um instrumento só é bom em razão de quem o usa? Sejamos capazes de olhar o futuro e de criar condições para a confiança e a credibilidade, para o rigor e para a transparência! Como ontem afirmei em Plenário: "o combate pela boa despesa pública não se faz nem com boas intenções nem com cortes cegos. Basta olhar o gráfico da despesa corrente primária nos últrimos vinte anos. O maior salto do peso da despesa corrente sem juros no PIB deu-se no período de quatro anos entre 1989 e 1993 - mais 6 pontos percentuais. De 1995 a 2002, em seis anos e meio, houve um crescimento de 4 pontos percentiuais... " E desde Abril de 2002 até hoje já houve um acréscimo de quase dois pontos (1,9 p.p.). Contra factos não há argumentos! Eis porque temos de acabar com a lógica dos bodes expiatórios e dos santos e pecadores... Como prestigiaremos a democracia? Acabando com o método fácil e preguiçoso do insulto - e começando a trabalhar seriamente para que não haja dúvidas e suspeições. E para que a cabeça fria prevaleça sobre a cabeça perdida...". Excelente. Só falta agora que o rebento GWOM (não, não é gralha), uma das pessoas que mais vai perceber de Finanças Públicas daqui a uns anos (não, não é genético) se actualize com o pai, descubra os blogs e venha à liça. Se ele a quiser, esta casa está à disposição.
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Guilherme Oliveira Martins (dispensa apresentações e títulos académicos), uma de 10 pessoas que, em Portugal, percebem a sério de finanças públicas, tem agora o seu próprio blog (aqui). GOM (assim passará a ser chamado, seguramente) abre logo com uma série de textos interessantes, de que destaco este: "Nos debates parlamentares de ontem deparámo-nos com um governo surpreendentemente inquieto e inseguro. E sabemos bem que, quando falta a razão, sobra o insulto. A serenidade é a única arma para fazer vencer a razão. Dir-se-á que a única linguagem audível é a da violência verbal. Puro engano! O cidadão não compreende a berraria parlamentar. Não tolera que a vida política o venha perturbar no seu remanso do lar - por muito legitimas que sejam as razões dos agravos. A intolerância esconde insegurança. E como é possível continuar a usar de pesos e medidas diferentes em relação a situações idênticas? Quem não lembra os discursos da deputada Drª Manuela Ferreira Leite contra as receitas extraordinárias? Será que um instrumento só é bom em razão de quem o usa? Sejamos capazes de olhar o futuro e de criar condições para a confiança e a credibilidade, para o rigor e para a transparência! Como ontem afirmei em Plenário: "o combate pela boa despesa pública não se faz nem com boas intenções nem com cortes cegos. Basta olhar o gráfico da despesa corrente primária nos últrimos vinte anos. O maior salto do peso da despesa corrente sem juros no PIB deu-se no período de quatro anos entre 1989 e 1993 - mais 6 pontos percentuais. De 1995 a 2002, em seis anos e meio, houve um crescimento de 4 pontos percentiuais... " E desde Abril de 2002 até hoje já houve um acréscimo de quase dois pontos (1,9 p.p.). Contra factos não há argumentos! Eis porque temos de acabar com a lógica dos bodes expiatórios e dos santos e pecadores... Como prestigiaremos a democracia? Acabando com o método fácil e preguiçoso do insulto - e começando a trabalhar seriamente para que não haja dúvidas e suspeições. E para que a cabeça fria prevaleça sobre a cabeça perdida...". Excelente. Só falta agora que o rebento GWOM (não, não é gralha), uma das pessoas que mais vai perceber de Finanças Públicas daqui a uns anos (não, não é genético) se actualize com o pai, descubra os blogs e venha à liça. Se ele a quiser, esta casa está à disposição.