NOVA ÁGUIA: O BLOGUE DA LUSOFONIA: Palavras ontem proferidas na sessão de lançamento da NOVA ÁGUIA na Biblioteca Municipal de Almada

24-05-2009
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.Boa noiteEm primeiro lugar quero expressar, em nome dos promotores da NOVA ÁGUIA e do MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO, os nossos sinceros agradecimentos ao:- Pelouro da Cultura da CMA, na pessoa do Senhor Dr. António Matos pela oportunidade que nos deu de trazer até Almada o movimento da Lusofonia consubstanciada na revista que vos trazemos aqui hoje.- (quero agradecer ainda) à Divisão das Bibliotecas da CMA, nas pessoas do Dr. Augusto Calado, do Dr. Armando Correia e da Dra Cecilia Caldeira, pelo bom trabalho prestado na logística necessária a este evento.Antes de dar a palavra ao Renato Epifânio, da Direcção da NOVA ÁGUIA e da Comissão Coordenadora do MIL, quero deixar umas breves palavras introdutórias.Minhas senhoras e meus senhores, temos o "privilégio" de viver um tempo histórico de mudança de paradigma, que irá conduzir a sociedade ao princípio da responsabilidade pessoal no alinhamento com as Leis Naturais. Nada que tenha relevância e sustentabilidade poderá existir se não assentar nos princípios complementares dos Deveres e dos Direitos do indivíduo de e para com a sociedade que constitui. A situação actual da Crise Económica, sucedânea da Crise de Valores e dos Princípios Morais, é prova de que a mudança está a um passo e nada será como dantes. Esta mudança será contudo difícil e dolorosa, como o é qualquer "parto" e poderá levar mesmo a algumas convulsões sociais. No entanto o futuro tem que ser visto com esperança, e neste particular uma ameaça é ao mesmo tempo uma oportunidade. O parto será tão rápido quanto essa mudança de paradigma.Nós temos, mais do que outros povos o potencial de mudança e adaptação nos nossos genes: chamem-lhe criatividade ou mesmo desenrascanço! A acção unificadora e construtora que os Portugueses trouxeram ao mundo com os Descobrimentos, direi antes o primeiro e o mais sustentável projecto de Globalização jamais alcançado por outro povo, terá que emergir novamente. Teremos que perceber contudo que a difusão desse paradigma já não é só nosso, mas de todos aqueles que falam a nossa língua e nela se revêem culturalmente. Refiro-me quer aos indivíduos dos países de língua oficial Portuguesa, à diáspora constituída por emigrantes de todos esses países, que só por si formam uma grande nação, bem como e ainda todos aqueles que mesmo não falando o português, sejam descendentes pela via do sangue e que se posicionem na mesma forma de ser e de estar desse povo fundador. Refiro-me ao Oriente onde não só deixamos indeléveis mas profundas marcas, como também por ele fomos profundamente transformados e enriquecidos...A rede lusófona terá que ser restaurada novamente, sem medos nem complexos colonialistas, algo de que fomos acusados pelos países que efectivamente o foram e que continuam sub-repticiamente a viver das suas ex-colónias tornadas soberanas na aparência. Foi um excelente pretexto para lhes oferecermos o fruto apetecido.Como é sabido, o conceito colonialista encontra-se estreitamente ligado aos povos conquistadores. Estes é que levaram e ainda hoje levam a cabo acções de usurpação dos recursos naturais, subjugando ou exterminando os seus legítimos donos, ao invés do estabelecimento de parcerias, recorrendo à negociação como instrumento facilitador das trocas comercias (bens e serviços), algo que os portugueses dos descobrimentos maioritáriamente fizeram. Se olharmos para os mapas do chamado “Império Português” no seu apogeu, onde figuravam os contornos dos oceanos marcados pelas “nossas gentes”, verifica-se que ao invés da terra, era o mar que “nos pertencia”, era o mar que nos interessava “Mare Nostrum”. A nossa queda teve início quando no confronto com os países de raiz conquistadora, ao invés de mantermos essa estratégia, a invertêmos, na perspectiva do poder e glória céleres. Tornámo-nos novos-ricos, colonialistas e sofremos as consequências.É necessário interpretar e colocar à discussão estes e outros aspectos da nossa História e da nossa Cultura, repito num contexto mais alargado de lusofonia e não de portugalidade, para melhor nos conhecermos e percebermos assim qual a nossa missão no mundo actual. Temos que nos realinhar com o trajecto há muito perdido, temos que deixar de continuar a queixarmo-nos de nós próprios. Não somos mais a cauda da Europa posicionemo-nos antes como a sua Cabeça. A lusofonia torna-nos num parceiro Europeu com voz activa por direito e não apenas um pequeno país subdesenvolvido. Sabendo daquilo que somos capazes, teremos que potenciar os nossos pontos fortes como o fizeram os nossos antepassados, a fim de voltarmos a ter uma voz activa não só na Europa mas no Mundo, que se vê a desmoronar a cada dia que passa, fruto da acção destrutiva, dos actuais “conquistadores financeiros”.A comunidade lusófona é descendente de um povo de construtores, capaz de dar Novos Mundos ao Mundo, e não estamos hoje sós, porque temos connosco nações emancipadas, ainda com mais energia e necessidade de afirmação na senda e na linha que nos une. Temos massa crítica para alavancar movimentos empresariais que resultem em projectos válidos e sustentáveis à melhoria das condições de vida do homem e à sua caminhada evolutiva neste mundo. Se guiarmos os projectos no plano económico através da nossa filosofia, baseada no direito e no valor da diferença, teremos garantido o sucesso financeiro. Colocar o ganho financeiro à frente da missão e do projecto de servir a humanidade conduziu-nos à crise que presenciamos.Para terminar, importa referir que temos que restaurar a nossa Paideia, o alinhamento com as Leis Naturais que os nossos antepassados souberam respeitar, a nossa razão de ser como motor civilizacional construtor. Os projectos culturais agregadores da lusofonia como a revista Nova Águia e o Movimento Internacional Lusófono deverão religar o cordão umbilical, contribuindo para essa chama que não só aquece e vivifica a esperança, como iluminará as rotas dos novos Descobrimentos e nos trará novos Mundos, novos planos de Evolução e desenvolvimento.Eurico Ribeiro


.Boa noiteEm primeiro lugar quero expressar, em nome dos promotores da NOVA ÁGUIA e do MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO, os nossos sinceros agradecimentos ao:- Pelouro da Cultura da CMA, na pessoa do Senhor Dr. António Matos pela oportunidade que nos deu de trazer até Almada o movimento da Lusofonia consubstanciada na revista que vos trazemos aqui hoje.- (quero agradecer ainda) à Divisão das Bibliotecas da CMA, nas pessoas do Dr. Augusto Calado, do Dr. Armando Correia e da Dra Cecilia Caldeira, pelo bom trabalho prestado na logística necessária a este evento.Antes de dar a palavra ao Renato Epifânio, da Direcção da NOVA ÁGUIA e da Comissão Coordenadora do MIL, quero deixar umas breves palavras introdutórias.Minhas senhoras e meus senhores, temos o "privilégio" de viver um tempo histórico de mudança de paradigma, que irá conduzir a sociedade ao princípio da responsabilidade pessoal no alinhamento com as Leis Naturais. Nada que tenha relevância e sustentabilidade poderá existir se não assentar nos princípios complementares dos Deveres e dos Direitos do indivíduo de e para com a sociedade que constitui. A situação actual da Crise Económica, sucedânea da Crise de Valores e dos Princípios Morais, é prova de que a mudança está a um passo e nada será como dantes. Esta mudança será contudo difícil e dolorosa, como o é qualquer "parto" e poderá levar mesmo a algumas convulsões sociais. No entanto o futuro tem que ser visto com esperança, e neste particular uma ameaça é ao mesmo tempo uma oportunidade. O parto será tão rápido quanto essa mudança de paradigma.Nós temos, mais do que outros povos o potencial de mudança e adaptação nos nossos genes: chamem-lhe criatividade ou mesmo desenrascanço! A acção unificadora e construtora que os Portugueses trouxeram ao mundo com os Descobrimentos, direi antes o primeiro e o mais sustentável projecto de Globalização jamais alcançado por outro povo, terá que emergir novamente. Teremos que perceber contudo que a difusão desse paradigma já não é só nosso, mas de todos aqueles que falam a nossa língua e nela se revêem culturalmente. Refiro-me quer aos indivíduos dos países de língua oficial Portuguesa, à diáspora constituída por emigrantes de todos esses países, que só por si formam uma grande nação, bem como e ainda todos aqueles que mesmo não falando o português, sejam descendentes pela via do sangue e que se posicionem na mesma forma de ser e de estar desse povo fundador. Refiro-me ao Oriente onde não só deixamos indeléveis mas profundas marcas, como também por ele fomos profundamente transformados e enriquecidos...A rede lusófona terá que ser restaurada novamente, sem medos nem complexos colonialistas, algo de que fomos acusados pelos países que efectivamente o foram e que continuam sub-repticiamente a viver das suas ex-colónias tornadas soberanas na aparência. Foi um excelente pretexto para lhes oferecermos o fruto apetecido.Como é sabido, o conceito colonialista encontra-se estreitamente ligado aos povos conquistadores. Estes é que levaram e ainda hoje levam a cabo acções de usurpação dos recursos naturais, subjugando ou exterminando os seus legítimos donos, ao invés do estabelecimento de parcerias, recorrendo à negociação como instrumento facilitador das trocas comercias (bens e serviços), algo que os portugueses dos descobrimentos maioritáriamente fizeram. Se olharmos para os mapas do chamado “Império Português” no seu apogeu, onde figuravam os contornos dos oceanos marcados pelas “nossas gentes”, verifica-se que ao invés da terra, era o mar que “nos pertencia”, era o mar que nos interessava “Mare Nostrum”. A nossa queda teve início quando no confronto com os países de raiz conquistadora, ao invés de mantermos essa estratégia, a invertêmos, na perspectiva do poder e glória céleres. Tornámo-nos novos-ricos, colonialistas e sofremos as consequências.É necessário interpretar e colocar à discussão estes e outros aspectos da nossa História e da nossa Cultura, repito num contexto mais alargado de lusofonia e não de portugalidade, para melhor nos conhecermos e percebermos assim qual a nossa missão no mundo actual. Temos que nos realinhar com o trajecto há muito perdido, temos que deixar de continuar a queixarmo-nos de nós próprios. Não somos mais a cauda da Europa posicionemo-nos antes como a sua Cabeça. A lusofonia torna-nos num parceiro Europeu com voz activa por direito e não apenas um pequeno país subdesenvolvido. Sabendo daquilo que somos capazes, teremos que potenciar os nossos pontos fortes como o fizeram os nossos antepassados, a fim de voltarmos a ter uma voz activa não só na Europa mas no Mundo, que se vê a desmoronar a cada dia que passa, fruto da acção destrutiva, dos actuais “conquistadores financeiros”.A comunidade lusófona é descendente de um povo de construtores, capaz de dar Novos Mundos ao Mundo, e não estamos hoje sós, porque temos connosco nações emancipadas, ainda com mais energia e necessidade de afirmação na senda e na linha que nos une. Temos massa crítica para alavancar movimentos empresariais que resultem em projectos válidos e sustentáveis à melhoria das condições de vida do homem e à sua caminhada evolutiva neste mundo. Se guiarmos os projectos no plano económico através da nossa filosofia, baseada no direito e no valor da diferença, teremos garantido o sucesso financeiro. Colocar o ganho financeiro à frente da missão e do projecto de servir a humanidade conduziu-nos à crise que presenciamos.Para terminar, importa referir que temos que restaurar a nossa Paideia, o alinhamento com as Leis Naturais que os nossos antepassados souberam respeitar, a nossa razão de ser como motor civilizacional construtor. Os projectos culturais agregadores da lusofonia como a revista Nova Águia e o Movimento Internacional Lusófono deverão religar o cordão umbilical, contribuindo para essa chama que não só aquece e vivifica a esperança, como iluminará as rotas dos novos Descobrimentos e nos trará novos Mundos, novos planos de Evolução e desenvolvimento.Eurico Ribeiro

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