.: Esquina . do . Mundo :.: Não nos apoquente. Estratégia equídea (de burro, mesmo)

01-07-2005
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Na política, a incompetência é por norma disfarçada com doses cavalares de intoxicação mediática.No Verão de 2003, os incêndios devastaram uma percentagem considerável da área florestal do país.O Governo então presidido por José Barroso - na altura conhecido como Durão Barroso - prometeu a tomada imediata de medidas. P'ró ano nada disto vai acontecer, garantiram ministros e secretários de Estado. Vamos reforçar os meios e aumentar a vigilância, acrescentaram os ditos. Ai de quem for apanhado a acender um cigarrinho na mata, concluíram, satisfeitos, os incompetentes, mostrando o escalpe de uns quantos incendiários detidos à pressa.Pois bem, o tempo foi arrancando páginas ao calendário e zupa, eis que o Verão entrou em cena trazendo calor, barriguinhas e maminhas ao léu... e incêndios. Sem surpresas, portanto.O que não ardeu em 2003 arde agora, alegremente. Os bombeiros voltam a sair dos quartéis e, com quase nada, tentam salvar quase tudo.Contrariando as promessas, o Governo de José Barroso foi parco no reforço dos meios de combate e de vigilância. Pior, anunciou uma série de medidas tendentes a promover a articulação de meios e de competências, que ou não foram aplicadas, ou foram mal aplicadas, ou não foram assimiladas por quem de direito, já que a descoordenação que reinou em 2003 volta a sentir-se em 2004.Para enganar os tolos - antes era mais fácil, davam-lhes papas e bolos - gastou uma fortuna em anúncios de televisão género "você, que é incendiário, veja lá se muda de atitude. Olhe que a floresta é bonitinha, tem passarinhos e arvorezinhas, e dá emprego a uns rústicos quaisquer". E meteu os comandos, de metralhadoras às costas como se fossem matar infiéis, a galgar por essas serras fora durante o tempo suficiente para serem filmados pelas câmaras de televisão. Em resumo, procurou disfarçar doses cavalares de incompetência com doses cavalares de propaganda. Com o país a arder, o Dr. Santana, actual primeiro-ministro (alguém de perfeito juízo acreditará?) jurou que passou o fim de semana a trabalhar no combate aos incêndios. Caso para dizer, "ó homem, não se apoquente, vá lá para a Kapital e não atrapalhe a gente!"Gonçalo Nuno Santos

Na política, a incompetência é por norma disfarçada com doses cavalares de intoxicação mediática.No Verão de 2003, os incêndios devastaram uma percentagem considerável da área florestal do país.O Governo então presidido por José Barroso - na altura conhecido como Durão Barroso - prometeu a tomada imediata de medidas. P'ró ano nada disto vai acontecer, garantiram ministros e secretários de Estado. Vamos reforçar os meios e aumentar a vigilância, acrescentaram os ditos. Ai de quem for apanhado a acender um cigarrinho na mata, concluíram, satisfeitos, os incompetentes, mostrando o escalpe de uns quantos incendiários detidos à pressa.Pois bem, o tempo foi arrancando páginas ao calendário e zupa, eis que o Verão entrou em cena trazendo calor, barriguinhas e maminhas ao léu... e incêndios. Sem surpresas, portanto.O que não ardeu em 2003 arde agora, alegremente. Os bombeiros voltam a sair dos quartéis e, com quase nada, tentam salvar quase tudo.Contrariando as promessas, o Governo de José Barroso foi parco no reforço dos meios de combate e de vigilância. Pior, anunciou uma série de medidas tendentes a promover a articulação de meios e de competências, que ou não foram aplicadas, ou foram mal aplicadas, ou não foram assimiladas por quem de direito, já que a descoordenação que reinou em 2003 volta a sentir-se em 2004.Para enganar os tolos - antes era mais fácil, davam-lhes papas e bolos - gastou uma fortuna em anúncios de televisão género "você, que é incendiário, veja lá se muda de atitude. Olhe que a floresta é bonitinha, tem passarinhos e arvorezinhas, e dá emprego a uns rústicos quaisquer". E meteu os comandos, de metralhadoras às costas como se fossem matar infiéis, a galgar por essas serras fora durante o tempo suficiente para serem filmados pelas câmaras de televisão. Em resumo, procurou disfarçar doses cavalares de incompetência com doses cavalares de propaganda. Com o país a arder, o Dr. Santana, actual primeiro-ministro (alguém de perfeito juízo acreditará?) jurou que passou o fim de semana a trabalhar no combate aos incêndios. Caso para dizer, "ó homem, não se apoquente, vá lá para a Kapital e não atrapalhe a gente!"Gonçalo Nuno Santos

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