.: Esquina . do . Mundo :.: Adeu Jordi Pujol (ou o erro das nomenclaturas)

19-07-2005
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As televisões da Catalunha abriram a noite de domingo com projecções retumbantes: os socialistas do PSC (espécie de filial do PSOE na região) tinham ganho as eleições autonómicas, empurrando os democratas-cristãos nacionalistas da CiU para a oposição. Jordi Pujol tinha perdido a batalha final, diziam os comentadores, matando e enterrando o "velho guerreiro".Só que, e a vida tem destas coisas, as projecções estavam erradas. Quando começaram a cair os primeiros resultados, desenhou-se a vitória dos nacionalistas. A noite acabou em triunfo para Pujol, para Artur Mas - que, com toda a probabilidade, será o presidente da Generalitat (Governo autónomo) - e para o líder dos independentistas do ERC, Josep Luis Carod-Rovira que, após uma espectacular subida eleitoral (em 1999, o partido obtivera 8,7% dos votos, saltando agora para 16,5% das preferências) ganha o papel de "fiel da balança".O último a rir ri melhor, lembrou Pujol no discurso da vitória. O "velho guerreiro" sabia aquilo que dizia. Os analistas políticos de Madrid passaram mais de uma década a declarar, solenemente, o fim do homem que liderou o processo autonómico da Catalunha. Enganaram-se. E ontem, pela última vez, Pujol provou-lhes que a vontade do povo suplanta os caprichos das nomenclaturas políticas da capital. Agora, e tal como anunciara antes da eleições, Jordi Pujol afasta-se, deixando o caminho aberto a Artur Mas. Em 23 anos, transformou a Catalunha na mais rica e pujante região de Espanha. E, francamente, não poderia ter encontrado melhor cenário para a despedida... Gonçalo Nuno Santos

As televisões da Catalunha abriram a noite de domingo com projecções retumbantes: os socialistas do PSC (espécie de filial do PSOE na região) tinham ganho as eleições autonómicas, empurrando os democratas-cristãos nacionalistas da CiU para a oposição. Jordi Pujol tinha perdido a batalha final, diziam os comentadores, matando e enterrando o "velho guerreiro".Só que, e a vida tem destas coisas, as projecções estavam erradas. Quando começaram a cair os primeiros resultados, desenhou-se a vitória dos nacionalistas. A noite acabou em triunfo para Pujol, para Artur Mas - que, com toda a probabilidade, será o presidente da Generalitat (Governo autónomo) - e para o líder dos independentistas do ERC, Josep Luis Carod-Rovira que, após uma espectacular subida eleitoral (em 1999, o partido obtivera 8,7% dos votos, saltando agora para 16,5% das preferências) ganha o papel de "fiel da balança".O último a rir ri melhor, lembrou Pujol no discurso da vitória. O "velho guerreiro" sabia aquilo que dizia. Os analistas políticos de Madrid passaram mais de uma década a declarar, solenemente, o fim do homem que liderou o processo autonómico da Catalunha. Enganaram-se. E ontem, pela última vez, Pujol provou-lhes que a vontade do povo suplanta os caprichos das nomenclaturas políticas da capital. Agora, e tal como anunciara antes da eleições, Jordi Pujol afasta-se, deixando o caminho aberto a Artur Mas. Em 23 anos, transformou a Catalunha na mais rica e pujante região de Espanha. E, francamente, não poderia ter encontrado melhor cenário para a despedida... Gonçalo Nuno Santos

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