agre&doce: Por tierras de nuestros hermanos...

06-10-2009
marcar artigo


Afinal, não houve tempo para a Gran Vía, a Preciados, a Calle Princesa e por aí fora, mas mesmo sem compras e outras perdições femininas, não deixou de ser um fim de semana em cheio. Houve tempo para revisitar o Thyssen e apreciar a exposição temporária dedicada ao francês Henri Matisse e, fora da capital, conhecer dois pontos turísticos que se dizem imperdíveis. El Escorial e o Valle de los Caídos. O primeiro é um enorme complexo situado em San Lorenzo del Escorial, a 50 km de Madrid, mandado construir pelo Rei Filipe II de Espanha em meados do séc. XVI e que conta não só com o Palácio da realeza mas também com uma Basílica, um Mosteiro, museus e uma espantosa Biblioteca.Rodeados por um verde que impressiona (a Serra de Guadarrama, de que aqui já falei) os edifícios formam um conjunto imponente. Lá dentro vale a pena visitar tudo quanto for possível: do apartamento do Rei às enormes salas decoradas com quadros das suas colecções (sendo que as de maior interesse há muito rumaram até ao Prado), da Basílica ao Panteão, no qual moram praticamente todos os reis de Espanha. A Biblioteca, essa, é imperdível. Um sem fim de livros (cerca de 40.000) em tom dourado ocupam 56 móveis ao longo de uma comprida sala cujo tecto repleto de frescos é de se observar com atenção - se o pescoço deixar!A cerca de 10km de El Escorial encontra-se outra obra imponente perdida no meio do verde. É o Valle de los Caídos, um monumento construído por ordem de Franco em memória dos caídos na guerra civil. A Basílica e a cruz de 150 metros que a encima são ainda hoje uma obra polémica. Embora abençoado pelo Papa João Paulo II, há quem não esqueça que o Valle dos los Caídos é um projecto pessoal de Franco, que ali jaz logo atrás do altar-mor da Basílica. A majestosa construção escavada ao longo da rocha impõe respeito. A nave central, de largas proporções, está ladeada de enormes tapeçarias representando várias cenas do livro do Apocalipse. Ao fundo, a enorme cúpula (42 m) reproduz em mosaico uma outra cena bíblica. Junto ao altar-mor encontra-se a lápide branca de Francisco Franco e, do lado oposto, a de [Antonio Jose] Primo de Rivera (não o ditador, antes o seu filho, herói fascista). Com mais ou menos apreço por estes dois nomes da história de Espanha, parece-me que a visita ao monumento vale sobretudo pela magnífica obra que num sítio tão ermo se fez.


Afinal, não houve tempo para a Gran Vía, a Preciados, a Calle Princesa e por aí fora, mas mesmo sem compras e outras perdições femininas, não deixou de ser um fim de semana em cheio. Houve tempo para revisitar o Thyssen e apreciar a exposição temporária dedicada ao francês Henri Matisse e, fora da capital, conhecer dois pontos turísticos que se dizem imperdíveis. El Escorial e o Valle de los Caídos. O primeiro é um enorme complexo situado em San Lorenzo del Escorial, a 50 km de Madrid, mandado construir pelo Rei Filipe II de Espanha em meados do séc. XVI e que conta não só com o Palácio da realeza mas também com uma Basílica, um Mosteiro, museus e uma espantosa Biblioteca.Rodeados por um verde que impressiona (a Serra de Guadarrama, de que aqui já falei) os edifícios formam um conjunto imponente. Lá dentro vale a pena visitar tudo quanto for possível: do apartamento do Rei às enormes salas decoradas com quadros das suas colecções (sendo que as de maior interesse há muito rumaram até ao Prado), da Basílica ao Panteão, no qual moram praticamente todos os reis de Espanha. A Biblioteca, essa, é imperdível. Um sem fim de livros (cerca de 40.000) em tom dourado ocupam 56 móveis ao longo de uma comprida sala cujo tecto repleto de frescos é de se observar com atenção - se o pescoço deixar!A cerca de 10km de El Escorial encontra-se outra obra imponente perdida no meio do verde. É o Valle de los Caídos, um monumento construído por ordem de Franco em memória dos caídos na guerra civil. A Basílica e a cruz de 150 metros que a encima são ainda hoje uma obra polémica. Embora abençoado pelo Papa João Paulo II, há quem não esqueça que o Valle dos los Caídos é um projecto pessoal de Franco, que ali jaz logo atrás do altar-mor da Basílica. A majestosa construção escavada ao longo da rocha impõe respeito. A nave central, de largas proporções, está ladeada de enormes tapeçarias representando várias cenas do livro do Apocalipse. Ao fundo, a enorme cúpula (42 m) reproduz em mosaico uma outra cena bíblica. Junto ao altar-mor encontra-se a lápide branca de Francisco Franco e, do lado oposto, a de [Antonio Jose] Primo de Rivera (não o ditador, antes o seu filho, herói fascista). Com mais ou menos apreço por estes dois nomes da história de Espanha, parece-me que a visita ao monumento vale sobretudo pela magnífica obra que num sítio tão ermo se fez.

marcar artigo