Ciber-Juristas: Crime, insegurança e falta de autoridade

21-07-2005
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Diz FM, no "Abrupto", de Pacheco Pereira:O que aconteceu em Carcavelos é grave, gravíssimo, mas na verdade só o é porque apareceu na televisão.Confude-se cada vez mais a realidade com a televisão.A maior parte da realidade não aparece na televisão.Tenho uma loja de conveniencia na Av da Liberdade. No dia das marchas era para estar aberta até às duas da manhã. Fechou à uma, tendo os empregados fingido que sairam pelas traseiras, pois um gang armado de pistola preparava-se para a assaltar. Isto passa-se na Av da Liberdade no centro de Lisboa.Com milhares de pessoas na rua. Um comerciante pode ser roubado todos os dias que não acontece nada aos ladrões. É permitido roubar.Um amigo meu tinha varios supermercados nos arredores de Lisboa. Um na charneca da Caparica foi assalto 5 vezes num ano , um delas à mão armada as outras enfiaram um carro pela montra dentro Em Santo Antonio dos Cavaleiros onde ele tinha outra loja , era assaltado todos os dias por gangs. O gerente era espancado regularmente.No Monte do Estoril,onde ele tinha outra loja, foi assaltado à mão armada tendo a espigarda de um dos assaltantes diparado acidentalmente um segundo depois de ter estado apontada à cabeça de uma caixeira. Ele vendeu os supermercados e agora joga na bolsa...È mais seguro...Assim só perde dinheiro.Quando um gang entra numa loja não há nada a fazer a não ser tentar ser amigo deles. Estamos em cima de um barril de pólvora, o que aconteceu em Carcavelos não acontece mais vezes porque a rapaziada dos gangs ainda não percebeu bem o poder que realmente têm. Podem, na realidade fazer o que lhes apetecer. Ainda não houve bairros saqueados porque ainda não se lembraram disso. Mas qualquer dia lembram-se. E daí até à «justiça popular» é um instante. Se o Estado não toma conta disto rapidamente podemos estar nas vésperas de um massacre. Este retrato é impressionante.E ainda se torna mais impressionante se pensarmos que os especialistas portugueses em criminologia se estão a ir embora porque não têm condições de investigação em Portugal (veja-se o post "Os Governos demitiram-se da criminalidade" neste blog).O fenómeno da criminalidade, especialmente da criminalidade de massas com raízes étnicas, está a atingir níveis realmente perturbantes - hoje em dia antes de ir à praia o cidadão já tem que se interrogar duas vezes, não vá ser assaltado; o mesmo se diga para ir a um hipermercado comprar géneros ou para tomar o comboio da linha de Sintra ou de Cascais.Os sucessivos gestores políticos deste País são certamente muito boas pessoas e cidadãos muito estimáveis, mas a verdade é que não têm conseguido exercer as suas responsabilidades em ordem a garantirem um mínimo de tranquilidade de vida aos cidadãos - e isso não é impossível, pois lá fora (Brasil, Espanha, França) já o fenómeno está estudado e já existem formas eficazes de o combater.E por favor não digam que mesmo assim o sistema é lógico, lá porque no final da legislatura os cidadãos poderão escolher alternativas - isso não é consolo nenhum para as vítimas da criminalidade que muitas vezes ficam marcadas por longos anos com o trauma do que lhes aconteceu.O problema tem que ser enfrentado já.Mas não é com polícias mal pagos e descontentes, ou com a magistratura agredida e revoltada, ou ainda com Profs. universitários especialistas em criminologia a irem-se embora desmotivados do trabalho em solo pátrio, que uma política de segurança pode ter algum sucesso.

Diz FM, no "Abrupto", de Pacheco Pereira:O que aconteceu em Carcavelos é grave, gravíssimo, mas na verdade só o é porque apareceu na televisão.Confude-se cada vez mais a realidade com a televisão.A maior parte da realidade não aparece na televisão.Tenho uma loja de conveniencia na Av da Liberdade. No dia das marchas era para estar aberta até às duas da manhã. Fechou à uma, tendo os empregados fingido que sairam pelas traseiras, pois um gang armado de pistola preparava-se para a assaltar. Isto passa-se na Av da Liberdade no centro de Lisboa.Com milhares de pessoas na rua. Um comerciante pode ser roubado todos os dias que não acontece nada aos ladrões. É permitido roubar.Um amigo meu tinha varios supermercados nos arredores de Lisboa. Um na charneca da Caparica foi assalto 5 vezes num ano , um delas à mão armada as outras enfiaram um carro pela montra dentro Em Santo Antonio dos Cavaleiros onde ele tinha outra loja , era assaltado todos os dias por gangs. O gerente era espancado regularmente.No Monte do Estoril,onde ele tinha outra loja, foi assaltado à mão armada tendo a espigarda de um dos assaltantes diparado acidentalmente um segundo depois de ter estado apontada à cabeça de uma caixeira. Ele vendeu os supermercados e agora joga na bolsa...È mais seguro...Assim só perde dinheiro.Quando um gang entra numa loja não há nada a fazer a não ser tentar ser amigo deles. Estamos em cima de um barril de pólvora, o que aconteceu em Carcavelos não acontece mais vezes porque a rapaziada dos gangs ainda não percebeu bem o poder que realmente têm. Podem, na realidade fazer o que lhes apetecer. Ainda não houve bairros saqueados porque ainda não se lembraram disso. Mas qualquer dia lembram-se. E daí até à «justiça popular» é um instante. Se o Estado não toma conta disto rapidamente podemos estar nas vésperas de um massacre. Este retrato é impressionante.E ainda se torna mais impressionante se pensarmos que os especialistas portugueses em criminologia se estão a ir embora porque não têm condições de investigação em Portugal (veja-se o post "Os Governos demitiram-se da criminalidade" neste blog).O fenómeno da criminalidade, especialmente da criminalidade de massas com raízes étnicas, está a atingir níveis realmente perturbantes - hoje em dia antes de ir à praia o cidadão já tem que se interrogar duas vezes, não vá ser assaltado; o mesmo se diga para ir a um hipermercado comprar géneros ou para tomar o comboio da linha de Sintra ou de Cascais.Os sucessivos gestores políticos deste País são certamente muito boas pessoas e cidadãos muito estimáveis, mas a verdade é que não têm conseguido exercer as suas responsabilidades em ordem a garantirem um mínimo de tranquilidade de vida aos cidadãos - e isso não é impossível, pois lá fora (Brasil, Espanha, França) já o fenómeno está estudado e já existem formas eficazes de o combater.E por favor não digam que mesmo assim o sistema é lógico, lá porque no final da legislatura os cidadãos poderão escolher alternativas - isso não é consolo nenhum para as vítimas da criminalidade que muitas vezes ficam marcadas por longos anos com o trauma do que lhes aconteceu.O problema tem que ser enfrentado já.Mas não é com polícias mal pagos e descontentes, ou com a magistratura agredida e revoltada, ou ainda com Profs. universitários especialistas em criminologia a irem-se embora desmotivados do trabalho em solo pátrio, que uma política de segurança pode ter algum sucesso.

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