Ainda há lodo no cais: Suspender a parvoíce por 6 anos

01-10-2009
marcar artigo


Já aqui escrevi sobre o que eu, no lugar da Dra. Manuela Ferreira Leite, não teria dito.Surge agora outra declaração da líder do meu PSD que, no mínimo, é polémica. Leio no site da RTP que a Dra. Manuela terá dito que “Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia. Mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia”...Vamos por partes, pois o caso tem pontas soltas:As afirmações foram proferidas numa ocasião (um almoço organizado da Câmara de Comércio Luso-Americana) em que a Premier laranja atacava a governação de José Sócrates, sublinhando que não podem fazer-se reformas que contendam com interesses de determinados grupos profissionais, virando a opinião pública contra os mesmos, no intuito de os fragilizar. No caso, acho que falava do sistema judicial.Era uma ironia dirigida ao modus operandi socialista tão fácil de entender que, vendo o video, se escutam com facilidade os risos da assistência.Alberto Martins (líder parlamentar do PS) sabe-o e foi oportunista; Luís Filipe Meneses queixou-se deste tipo de ataques e, agora, usa-os.Ninguém de bom senso acha que a Dra. Manuela defende, realmente, a suspensão da democracia.Toda a gente já pensou nisto, dada a sociedade corrupta e sem civismo em que vivemos. Pense-se até que, em contextos diversos, os Generais Garcia Leandro e Loureiro dos Santos já alertaram para o limite em que os nossos péssimos políticos (falo da média) estão a colocar o regime democrático.Concordo que uma pessoa com o traquejo político da nº1 social-democrata não pode "pôr-se a jeito" desta forma, mormente quando não tem vocação para dizer graças (a este nível só mesmo o insucesso de Durão Barroso, quando, no congresso de Viseu, comparou Santana Lopes a um misto de "Zandinga e de Gabriel Alves").Feita a análise política, sublinho que o empolamento que os media estão a dar ao caso só pode trazer maus resultados para os próprios, a médio prazo, já que, ao acossarem uma política de elevado padrão ético e muita densidade política, estão erodir o resto da classe política que ainda preza a política com substância e que ainda estima a pluralidade de opiniões. E o problema ainda se agrava mais se pensarmos nos "consumidores de política" (leia-se, potenciais eleitores) que aí vêm, dada a ignorância mínima garantida que está a sair das nossas escolas...Valia a pena era todos suspenderem a parvoíce, e não era por 6 meses...


Já aqui escrevi sobre o que eu, no lugar da Dra. Manuela Ferreira Leite, não teria dito.Surge agora outra declaração da líder do meu PSD que, no mínimo, é polémica. Leio no site da RTP que a Dra. Manuela terá dito que “Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia. Mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia”...Vamos por partes, pois o caso tem pontas soltas:As afirmações foram proferidas numa ocasião (um almoço organizado da Câmara de Comércio Luso-Americana) em que a Premier laranja atacava a governação de José Sócrates, sublinhando que não podem fazer-se reformas que contendam com interesses de determinados grupos profissionais, virando a opinião pública contra os mesmos, no intuito de os fragilizar. No caso, acho que falava do sistema judicial.Era uma ironia dirigida ao modus operandi socialista tão fácil de entender que, vendo o video, se escutam com facilidade os risos da assistência.Alberto Martins (líder parlamentar do PS) sabe-o e foi oportunista; Luís Filipe Meneses queixou-se deste tipo de ataques e, agora, usa-os.Ninguém de bom senso acha que a Dra. Manuela defende, realmente, a suspensão da democracia.Toda a gente já pensou nisto, dada a sociedade corrupta e sem civismo em que vivemos. Pense-se até que, em contextos diversos, os Generais Garcia Leandro e Loureiro dos Santos já alertaram para o limite em que os nossos péssimos políticos (falo da média) estão a colocar o regime democrático.Concordo que uma pessoa com o traquejo político da nº1 social-democrata não pode "pôr-se a jeito" desta forma, mormente quando não tem vocação para dizer graças (a este nível só mesmo o insucesso de Durão Barroso, quando, no congresso de Viseu, comparou Santana Lopes a um misto de "Zandinga e de Gabriel Alves").Feita a análise política, sublinho que o empolamento que os media estão a dar ao caso só pode trazer maus resultados para os próprios, a médio prazo, já que, ao acossarem uma política de elevado padrão ético e muita densidade política, estão erodir o resto da classe política que ainda preza a política com substância e que ainda estima a pluralidade de opiniões. E o problema ainda se agrava mais se pensarmos nos "consumidores de política" (leia-se, potenciais eleitores) que aí vêm, dada a ignorância mínima garantida que está a sair das nossas escolas...Valia a pena era todos suspenderem a parvoíce, e não era por 6 meses...

marcar artigo