Ainda há lodo no cais: E nós a vê-los passar...

01-10-2009
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Andei que tempos a pensar que personagem histórica me fazia lembrar o desempenho mais recente do dr. Marques Mendes, e eis que o adorável Wile E. Coyote da Warner me fornece a matéria prima: é alguém com quem simpatizamos, que persegue com denodo alguém que parece ser sempre mais lesto e cujas iniciativas, algumas das quais academicamente interessantes, dão, quase invariavelmente, asneira. Vem isto a propósito de um texto da Dulce, no qual aceita como boa a atitude de Marques Mendes sobre as habilitações literárias de José Sócrates. Eu discordo, por duas razões: a primeira tem a ver com o facto de, depois dos necessários comentários iniciais, a polémica ter servido para distraír o País dos problemas cruciais. A segunda prende-se com a ideia que sempre tive de que alegações sobre o carácter alheio são último recurso e exigem provas, o que Marques Mendes não produziu. Encadeando isto com o último debate parlamentar, sublinho que acho digna do Coiote a proeza de, com o Primeiro-Ministro sujeito a essa e outras contrariedades e com o CDS ainda em cacos, o Presidente do PSD ter conseguido ser novamente "espancado". Pegando no caso das habilitações de Sócrates, o mínimo a fazer era não cair na armadilha do Bip-Bip do PS e ter-lhe dito na cara o que dissera nos jornais. Continuaria a discordar, mas aproveitava-se-lhe a coragem e a coerência. Por fim, verifiquei que se consuma o fecho da tenaz composta por dois mestres do mediatismo: Sócrates e Portas. Para quem acha que o cinzentismo do século XX ainda cola no seguinte... De uma ou de outra a caloira do "Lodo" tem razão: há que meter a casa da oposição em obras.


Andei que tempos a pensar que personagem histórica me fazia lembrar o desempenho mais recente do dr. Marques Mendes, e eis que o adorável Wile E. Coyote da Warner me fornece a matéria prima: é alguém com quem simpatizamos, que persegue com denodo alguém que parece ser sempre mais lesto e cujas iniciativas, algumas das quais academicamente interessantes, dão, quase invariavelmente, asneira. Vem isto a propósito de um texto da Dulce, no qual aceita como boa a atitude de Marques Mendes sobre as habilitações literárias de José Sócrates. Eu discordo, por duas razões: a primeira tem a ver com o facto de, depois dos necessários comentários iniciais, a polémica ter servido para distraír o País dos problemas cruciais. A segunda prende-se com a ideia que sempre tive de que alegações sobre o carácter alheio são último recurso e exigem provas, o que Marques Mendes não produziu. Encadeando isto com o último debate parlamentar, sublinho que acho digna do Coiote a proeza de, com o Primeiro-Ministro sujeito a essa e outras contrariedades e com o CDS ainda em cacos, o Presidente do PSD ter conseguido ser novamente "espancado". Pegando no caso das habilitações de Sócrates, o mínimo a fazer era não cair na armadilha do Bip-Bip do PS e ter-lhe dito na cara o que dissera nos jornais. Continuaria a discordar, mas aproveitava-se-lhe a coragem e a coerência. Por fim, verifiquei que se consuma o fecho da tenaz composta por dois mestres do mediatismo: Sócrates e Portas. Para quem acha que o cinzentismo do século XX ainda cola no seguinte... De uma ou de outra a caloira do "Lodo" tem razão: há que meter a casa da oposição em obras.

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