Ainda há lodo no cais: Laranja a votos, em Coimbra

01-10-2009
marcar artigo


Depois da candidatura de Horácio Pina Prata, diz-se que o “império contra-ataca” (espero que o George Lucas me desculpe o plágio), pelo que da “linha dura” da Comissão Política Concelhia de Coimbra do PSD poderá emergir um challanger.Em si, sem apreciar o conhecido e o desconhecido, a oferta diversificada beneficia sempre o consumidor (entenda-se, o militante). Pina Prata já não alcançará o pote de ouro (lista única) que se encontraria no fim do arco-íris político que se preparava para federar, o que também impedirá as bandeiras de conveniência que têm ondulado no céu do PSD de Coimbra, como se todos fossem amigos, de há muito a esta parte.A verdade, como sempre disse, é que a reconquista de edilidade unificara, por boas ou más razões (não sou nem psicanalista, nem polícia), pessoas que sempre se haviam defrontado, e que ao menor sinal de perestroika a divisão dos despojos seria possível.Entre os rumores de que Carlos Encarnação poderia estar “noutra” e o facto de o mayor ter preocupações que cheguem com o belíssimo trabalho que tem feito na cidade (nota do autor: esta afirmação é desprovida de ironia!), seria de esperar que as velhas alianças se recompusessem, e nem a antecipação tacticamente bem pensada por Pina Prata parece ter podido evitar o inevitável: à boa maneira de Richelieu, o poder é, nos grandes partidos, um fim em si, pelo que, nem que seja só por isso, na ausência de tutela, os exércitos perfilam-se.Escrevo o texto presente sem ponta de pretensão, já que bem sei que, tirando esta tribuna livre do BEIRAS (falo por mim), a livre reflexão, por cá, costuma pagar-se em desterro. Todavia, não desisto de gostar do PSD e ainda mais de Coimbra e de Portugal, pelo que creio que há questões que o candidato assumido e o outro que me dizem que há de ser assumido deviam explicar, se não achassem uma maçada excessiva:1. Entendendo eu que o PSD pouco pauta o debate político de Coimbra, descansando, a este respeito, à sombra do justo protagonismo do mayor, muito gostaria de saber como tencionam os candidatos revitalizar o debate interno, no partido. Espero que não repitam as banalidades do costume sobre grupos e conselhos de reflexão, que são sempre uma boa maneira de “arquivar” os “arrogantes” que ousam importunar com umas ideias livres quem carrega o fardo de decidir.2. Também não seria mau sabermos qual o conceito estratégico de cidade defendido pelos eventuais presidentes concelhios. Liderança nacional na ciência? Centros de excelência ou misto de formação e absorção de recursos humanos para uma mais deliberada evolução do tecido industrial que é algo incipiente, olhando o todo do País? Cidade de cultura? Qual cultura: elitista, de massas, ou “subsidio-dependente” (aquela de que gostam o Bloco e os amigos)? Que modelo de evolução urbanística? Tudo isto? Nada disto?3. E como seleccionarão os candidatos, agora que a democracia directa se instalou, mesmo na eleição do presidente da comissão política nacional? Será que põem a jogo os nomes de vereadores e deputados do nº2 em diante (já que os cabeças de lista me parecem uma escolha a reservar para a liderança nacional)? E o perfil que apresentarão à assembleia concelhia continuará a ser a trivialidade e o albergue espanhol (onde cabe até o falecido urso de relva que foi imolado pelo fogo, à beira-rio) que tem sido?4. Depois, também daria alvíssaras se me explicassem com coerência e exequibilidade como tencionam fazer com que o PSD de Coimbra recupera a importância nacional que já teve. Se não fosse o esforço persistente de Carlos Encarnação, Fátima Ramos e Jaime Soares, poderíamos mesmo ir a um congresso nacional sem nos lembrarmos do distrito…5. Por fim, confesso-me curioso para saber como se quebrará – se é que há o menor interesse nisso – o ambiente de “sociedade por quotas” que me parece imperar, com os shares de votos a ditarem a lei do PSD de Coimbra. Em suma, entendo que com uma presidência de Prata ou outra qualquer, do que o PSD de Coimbra carece é de ideias de ouro…


Depois da candidatura de Horácio Pina Prata, diz-se que o “império contra-ataca” (espero que o George Lucas me desculpe o plágio), pelo que da “linha dura” da Comissão Política Concelhia de Coimbra do PSD poderá emergir um challanger.Em si, sem apreciar o conhecido e o desconhecido, a oferta diversificada beneficia sempre o consumidor (entenda-se, o militante). Pina Prata já não alcançará o pote de ouro (lista única) que se encontraria no fim do arco-íris político que se preparava para federar, o que também impedirá as bandeiras de conveniência que têm ondulado no céu do PSD de Coimbra, como se todos fossem amigos, de há muito a esta parte.A verdade, como sempre disse, é que a reconquista de edilidade unificara, por boas ou más razões (não sou nem psicanalista, nem polícia), pessoas que sempre se haviam defrontado, e que ao menor sinal de perestroika a divisão dos despojos seria possível.Entre os rumores de que Carlos Encarnação poderia estar “noutra” e o facto de o mayor ter preocupações que cheguem com o belíssimo trabalho que tem feito na cidade (nota do autor: esta afirmação é desprovida de ironia!), seria de esperar que as velhas alianças se recompusessem, e nem a antecipação tacticamente bem pensada por Pina Prata parece ter podido evitar o inevitável: à boa maneira de Richelieu, o poder é, nos grandes partidos, um fim em si, pelo que, nem que seja só por isso, na ausência de tutela, os exércitos perfilam-se.Escrevo o texto presente sem ponta de pretensão, já que bem sei que, tirando esta tribuna livre do BEIRAS (falo por mim), a livre reflexão, por cá, costuma pagar-se em desterro. Todavia, não desisto de gostar do PSD e ainda mais de Coimbra e de Portugal, pelo que creio que há questões que o candidato assumido e o outro que me dizem que há de ser assumido deviam explicar, se não achassem uma maçada excessiva:1. Entendendo eu que o PSD pouco pauta o debate político de Coimbra, descansando, a este respeito, à sombra do justo protagonismo do mayor, muito gostaria de saber como tencionam os candidatos revitalizar o debate interno, no partido. Espero que não repitam as banalidades do costume sobre grupos e conselhos de reflexão, que são sempre uma boa maneira de “arquivar” os “arrogantes” que ousam importunar com umas ideias livres quem carrega o fardo de decidir.2. Também não seria mau sabermos qual o conceito estratégico de cidade defendido pelos eventuais presidentes concelhios. Liderança nacional na ciência? Centros de excelência ou misto de formação e absorção de recursos humanos para uma mais deliberada evolução do tecido industrial que é algo incipiente, olhando o todo do País? Cidade de cultura? Qual cultura: elitista, de massas, ou “subsidio-dependente” (aquela de que gostam o Bloco e os amigos)? Que modelo de evolução urbanística? Tudo isto? Nada disto?3. E como seleccionarão os candidatos, agora que a democracia directa se instalou, mesmo na eleição do presidente da comissão política nacional? Será que põem a jogo os nomes de vereadores e deputados do nº2 em diante (já que os cabeças de lista me parecem uma escolha a reservar para a liderança nacional)? E o perfil que apresentarão à assembleia concelhia continuará a ser a trivialidade e o albergue espanhol (onde cabe até o falecido urso de relva que foi imolado pelo fogo, à beira-rio) que tem sido?4. Depois, também daria alvíssaras se me explicassem com coerência e exequibilidade como tencionam fazer com que o PSD de Coimbra recupera a importância nacional que já teve. Se não fosse o esforço persistente de Carlos Encarnação, Fátima Ramos e Jaime Soares, poderíamos mesmo ir a um congresso nacional sem nos lembrarmos do distrito…5. Por fim, confesso-me curioso para saber como se quebrará – se é que há o menor interesse nisso – o ambiente de “sociedade por quotas” que me parece imperar, com os shares de votos a ditarem a lei do PSD de Coimbra. Em suma, entendo que com uma presidência de Prata ou outra qualquer, do que o PSD de Coimbra carece é de ideias de ouro…

marcar artigo