Ainda há lodo no cais: Muita garganta

01-10-2009
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A Constituição da Sérvia, ao que tudo indica, foi aprovada por uma maioria juridicamente vinculativa. O texto basilar da organização do Estado da ex-Jugoslávia inclui nos limites da sua soberania o Kosovo, como não poderia deixar de ser, desde logo olhando ao facto de os sérvios verem naquela região o berço da sua nacionalidade.É evidente que ninguém pode esquecer a violência das tropas patrocinadas por Belgrado, quando surgiram as reclamações independentistas.Entendo, de igual modo, que também não podem olvidar-se as acções terroristas das milícias de matriz albanesa e o perigo para a estabilidade da região balcânica que pode representar mais um Estado (eu diria, um estrago) similar ao que (não) é governado a partir de Tirana (não me contaram; eu vi)...A questão do momento, porém, é outra, a meu ver. Falo da adesão da Sérvia à União Europeia que, ao que se diz, pode estar a ser condicionada pela entrega de Mladic e Karadzic (heróis na Sérvia, bandidos fora dela) e pela resolução do dossiê kosovar.Não entrando sequer na questão da jurisdição internacional (que permitiu ir buscar Milosevic a "casa"), sublinho, mais uma vez, a hipocrisia do sistema de relações internacionais, bem patente no enleio amoroso em que o mundo ocidental anda com a mesma China que pratica tiro ao alvo no Tibete e que, em início de 2005, aprovou uma lei anti-secessão, que proibe qualquer auto-determinação em Taipé (Taiwan).Eu diria que o Kosovo é mais simbólico para a Sérvia do que as duas regiões mencionadas para a China. Bem sei que a China não deseja aderir à UE, mas inunda-nos de produtos, pelo que, creio eu, a questão moral parece equivalente.Mais uma vez, a valentia e ética europeias têm mais garganta do que outra coisa...


A Constituição da Sérvia, ao que tudo indica, foi aprovada por uma maioria juridicamente vinculativa. O texto basilar da organização do Estado da ex-Jugoslávia inclui nos limites da sua soberania o Kosovo, como não poderia deixar de ser, desde logo olhando ao facto de os sérvios verem naquela região o berço da sua nacionalidade.É evidente que ninguém pode esquecer a violência das tropas patrocinadas por Belgrado, quando surgiram as reclamações independentistas.Entendo, de igual modo, que também não podem olvidar-se as acções terroristas das milícias de matriz albanesa e o perigo para a estabilidade da região balcânica que pode representar mais um Estado (eu diria, um estrago) similar ao que (não) é governado a partir de Tirana (não me contaram; eu vi)...A questão do momento, porém, é outra, a meu ver. Falo da adesão da Sérvia à União Europeia que, ao que se diz, pode estar a ser condicionada pela entrega de Mladic e Karadzic (heróis na Sérvia, bandidos fora dela) e pela resolução do dossiê kosovar.Não entrando sequer na questão da jurisdição internacional (que permitiu ir buscar Milosevic a "casa"), sublinho, mais uma vez, a hipocrisia do sistema de relações internacionais, bem patente no enleio amoroso em que o mundo ocidental anda com a mesma China que pratica tiro ao alvo no Tibete e que, em início de 2005, aprovou uma lei anti-secessão, que proibe qualquer auto-determinação em Taipé (Taiwan).Eu diria que o Kosovo é mais simbólico para a Sérvia do que as duas regiões mencionadas para a China. Bem sei que a China não deseja aderir à UE, mas inunda-nos de produtos, pelo que, creio eu, a questão moral parece equivalente.Mais uma vez, a valentia e ética europeias têm mais garganta do que outra coisa...

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