Ainda há lodo no cais: Cala-te boca

01-10-2009
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Neste fim-de-semana, uma das reportagens realizadas por uma das estações televisivas glosava à saciedade o facto de José Sócrates se ter recusado a prestar declarações à comunicação social, fora dos momentos especificamente agendados para o efeito. Se calhar, fez bem... Já há alguns dias, um jornal diário de referência abordava este género de atitude, informando que cresce o número de vezes em que as figuras públicas convocam os media para declarações sem direito a perguntas posteriores. O interessante da coisa é que o jornalista que assinou a peça televisiva não parou para pensar nas eventuais motivações do Secretário-Geral do PS. Ora, não conhecendo as socráticas razões, mas especulando com o auxílio da notícia mencionada, não me parece difícil de cogitar que tal pode ficar a dever-se à necessidade de auto-defesa dos titulares de cargos públicos que, cada vez mais, se vêem acossados por jornalístas que se acham investidos de um papel de contra-poder, para o qual ninguém os mandatou. Pensando a contrario, basta lembrar a chacota e o massacre a que é sujeita qualquer figura pública que, aceitando colaborar, naquele momento, comete um lapso. No dia em que os jornalístas fizerem auto-crítica verdadeira, talvez possa procurar-se o equilíbrio necessário entre a vontade de falar e o dever de informar.


Neste fim-de-semana, uma das reportagens realizadas por uma das estações televisivas glosava à saciedade o facto de José Sócrates se ter recusado a prestar declarações à comunicação social, fora dos momentos especificamente agendados para o efeito. Se calhar, fez bem... Já há alguns dias, um jornal diário de referência abordava este género de atitude, informando que cresce o número de vezes em que as figuras públicas convocam os media para declarações sem direito a perguntas posteriores. O interessante da coisa é que o jornalista que assinou a peça televisiva não parou para pensar nas eventuais motivações do Secretário-Geral do PS. Ora, não conhecendo as socráticas razões, mas especulando com o auxílio da notícia mencionada, não me parece difícil de cogitar que tal pode ficar a dever-se à necessidade de auto-defesa dos titulares de cargos públicos que, cada vez mais, se vêem acossados por jornalístas que se acham investidos de um papel de contra-poder, para o qual ninguém os mandatou. Pensando a contrario, basta lembrar a chacota e o massacre a que é sujeita qualquer figura pública que, aceitando colaborar, naquele momento, comete um lapso. No dia em que os jornalístas fizerem auto-crítica verdadeira, talvez possa procurar-se o equilíbrio necessário entre a vontade de falar e o dever de informar.

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