Ainda há lodo no cais: Serão os portugueses estúpidos?

01-10-2009
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Ainda sobre o programa "Os Grandes Portugueses", para o bem e para o mal, António de Oliveira Salazar foi reconhecido como um deles e, ainda para mais, um dos 10 "maiores" portugueses. Finalmente, ultrapassa-se uma visão bafienta (essa sim) da História de Portugal, muito difundida pelos cultores de Abril. Já há uns anos decidi arriscar a vida, defendendo num debate, em S. João da Madeira, que nem tudo fora mau no Governo do Doutor Salazar, como nem tudo fora bom no 25 de Abril. Perante uma plateia robusta e em cerca de 98% adepta da extrema-esquerda, ainda hoje creio que me valeu a estatura e ter aguentado o debate até cerca das 3h00 da madrugada... O decurso do tempo manteve-me as ideias. Mas, mais do que argumentação (que seria sempre incompleta), prefiro responder por antecipação às FAQ (Frequently Asked Questions) dos discordantes mais bravos:P: Como é que o "menino", que não era nascido quando Salazar morreu, pode ser tão benevolente?R: Também o não era à data do óbito de D. Afonso Henriques, Vasco da Gama, Teófilo Braga ou Humberto Delgado...P: Falou em Humberto Delgado porque não condena as torturas e assassinatos do Estado Novo?R: Não! Condeno todos os excessos e atrocidades.P: Então como pode condescender?R: Não se trata de condescender. A verdade é que o quero dizer é que não pode diabolizar-se Salazar, pois, contextualizando, ver-se-á que, sobretudo até meados da década de 40, desempenhou papel patriótico, designadamente, pondo fim à bandalheira política e económica da I República, acabando com um intolerável anti-clericalismo e mantendo-nos fora da II Grande Guerra. Ou seja, tendo feito muito de errado (lamento sobretudo os sofrimentos humanos e a restrição da liberdade), não fez só asneiras, ao invés do que tenta vender-nos a esquerda mais propagandística.P: É um salazarista?R: Não. Acho, aliás, cretino que se seja algo em relação a fenómenos datados.P: E fascista?R: Pela mesma razão, não. Depois, porque não concordo com a ideologia. Em terceiro lugar, aproveito para esclarecer a imbecil ladaínha do PCP e do BE, dizendo que, em Portugal, é impróprio dizer-se, no sentido do modelo, que houve fascismo (esta é, pelo menos, a minha análise). Houve corporativismo de Estado.P: É um "inimigo" da Revolução de Abril?R: Não. Creio que foi muito positiva. Porém, no seu decurso houve excessos brutais e foi delapidado o Estado. Sublinho o papel de Sá Carneiro e o facto de, a meu ver, se assinalar o período em que Mário Soares foi verdadeiramente útil para a política nacional.


Ainda sobre o programa "Os Grandes Portugueses", para o bem e para o mal, António de Oliveira Salazar foi reconhecido como um deles e, ainda para mais, um dos 10 "maiores" portugueses. Finalmente, ultrapassa-se uma visão bafienta (essa sim) da História de Portugal, muito difundida pelos cultores de Abril. Já há uns anos decidi arriscar a vida, defendendo num debate, em S. João da Madeira, que nem tudo fora mau no Governo do Doutor Salazar, como nem tudo fora bom no 25 de Abril. Perante uma plateia robusta e em cerca de 98% adepta da extrema-esquerda, ainda hoje creio que me valeu a estatura e ter aguentado o debate até cerca das 3h00 da madrugada... O decurso do tempo manteve-me as ideias. Mas, mais do que argumentação (que seria sempre incompleta), prefiro responder por antecipação às FAQ (Frequently Asked Questions) dos discordantes mais bravos:P: Como é que o "menino", que não era nascido quando Salazar morreu, pode ser tão benevolente?R: Também o não era à data do óbito de D. Afonso Henriques, Vasco da Gama, Teófilo Braga ou Humberto Delgado...P: Falou em Humberto Delgado porque não condena as torturas e assassinatos do Estado Novo?R: Não! Condeno todos os excessos e atrocidades.P: Então como pode condescender?R: Não se trata de condescender. A verdade é que o quero dizer é que não pode diabolizar-se Salazar, pois, contextualizando, ver-se-á que, sobretudo até meados da década de 40, desempenhou papel patriótico, designadamente, pondo fim à bandalheira política e económica da I República, acabando com um intolerável anti-clericalismo e mantendo-nos fora da II Grande Guerra. Ou seja, tendo feito muito de errado (lamento sobretudo os sofrimentos humanos e a restrição da liberdade), não fez só asneiras, ao invés do que tenta vender-nos a esquerda mais propagandística.P: É um salazarista?R: Não. Acho, aliás, cretino que se seja algo em relação a fenómenos datados.P: E fascista?R: Pela mesma razão, não. Depois, porque não concordo com a ideologia. Em terceiro lugar, aproveito para esclarecer a imbecil ladaínha do PCP e do BE, dizendo que, em Portugal, é impróprio dizer-se, no sentido do modelo, que houve fascismo (esta é, pelo menos, a minha análise). Houve corporativismo de Estado.P: É um "inimigo" da Revolução de Abril?R: Não. Creio que foi muito positiva. Porém, no seu decurso houve excessos brutais e foi delapidado o Estado. Sublinho o papel de Sá Carneiro e o facto de, a meu ver, se assinalar o período em que Mário Soares foi verdadeiramente útil para a política nacional.

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