antreus: O superior interesse da criança...

04-07-2009
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Assisti esta noite a um debate na SIC sobre um problema muito sério: o caso da criança russa que aqui vivera com pais afectivos e que um tribunal decidiu que fosse entregue à mãe biológica que, com ela, regressou para a terra natal, não permitindo que no futuro a jurisdição portuguesa possa voltar a intervir no caso.Não conhecendo todas as situações que fizeram este caso chegar aqui, não deixo de expressar uma opinião sobre o que ouvi e o que já tinha lido nos dias anteriores.A primeira é de que, felizmente e por causa dos convidados para o debate, a intenção de Rodrigo Guedes de Carvalho crucificar o juiz de Guimarães, saiu frustrada, na sequência do impiedoso aproveitamento mediático dum caso que, em nome do superior interesse da criança, deveria ter sido tratado com pinças.A segunda é que o juiz pode ter decidido mal mas apreciei que tenha reagido de forma sincera e humilde às imagens do tratamento da mãe para com a filha já na Rússia, e prestado a uma confesrência de imprensa.A terceira é que nem os pais afectivos nem o seu advogado, talvez mais interessados em defender os seus interesses, não se tenham apercebido disso e tenham permitido uma situação em que a criança e a mãe biológica ficaram fora da jurisdição portuguesa, quebrando condições internas para avaliar o superior interesse da criança.A quarta é para lamentar que uma mãe que bebe ou tenha vários parceiros possa ser tratada na praça pública como uma bêbeda e uma prostituta por quem desprezou as consequências de tais afirmações sobre a criança.A quinta é que, não entendendo bem porque não foi criada uma excepção à normal tramitação das concessões dos vistos dos pais afectivos para se deslocarem a um debate sobre a questão num canal de TV russo, me congratulo que não tivessem ido alimentar uma peixeirada que, uma vez mais, seria contra o interesse da criança e apenas determinado pela vontade de facturar audiências lá, como os nossos media cá.A sexta e última é o desagrado que senti em vários momentos do peso psicológico de alguns protagonistas em associar Rússia e russos a algo tenebroso.Que nos resta?Esperar que o Estado russo dê o melhor apoio à criança e à sua inserção numa nova realidade familiar e que se mantenha em contacto com o Estado português para garantir contactos com os pais afectivos, correspondendo também, assim, à atitude de cidadãos seus de Barcelos que se solidarizaram com estes.


Assisti esta noite a um debate na SIC sobre um problema muito sério: o caso da criança russa que aqui vivera com pais afectivos e que um tribunal decidiu que fosse entregue à mãe biológica que, com ela, regressou para a terra natal, não permitindo que no futuro a jurisdição portuguesa possa voltar a intervir no caso.Não conhecendo todas as situações que fizeram este caso chegar aqui, não deixo de expressar uma opinião sobre o que ouvi e o que já tinha lido nos dias anteriores.A primeira é de que, felizmente e por causa dos convidados para o debate, a intenção de Rodrigo Guedes de Carvalho crucificar o juiz de Guimarães, saiu frustrada, na sequência do impiedoso aproveitamento mediático dum caso que, em nome do superior interesse da criança, deveria ter sido tratado com pinças.A segunda é que o juiz pode ter decidido mal mas apreciei que tenha reagido de forma sincera e humilde às imagens do tratamento da mãe para com a filha já na Rússia, e prestado a uma confesrência de imprensa.A terceira é que nem os pais afectivos nem o seu advogado, talvez mais interessados em defender os seus interesses, não se tenham apercebido disso e tenham permitido uma situação em que a criança e a mãe biológica ficaram fora da jurisdição portuguesa, quebrando condições internas para avaliar o superior interesse da criança.A quarta é para lamentar que uma mãe que bebe ou tenha vários parceiros possa ser tratada na praça pública como uma bêbeda e uma prostituta por quem desprezou as consequências de tais afirmações sobre a criança.A quinta é que, não entendendo bem porque não foi criada uma excepção à normal tramitação das concessões dos vistos dos pais afectivos para se deslocarem a um debate sobre a questão num canal de TV russo, me congratulo que não tivessem ido alimentar uma peixeirada que, uma vez mais, seria contra o interesse da criança e apenas determinado pela vontade de facturar audiências lá, como os nossos media cá.A sexta e última é o desagrado que senti em vários momentos do peso psicológico de alguns protagonistas em associar Rússia e russos a algo tenebroso.Que nos resta?Esperar que o Estado russo dê o melhor apoio à criança e à sua inserção numa nova realidade familiar e que se mantenha em contacto com o Estado português para garantir contactos com os pais afectivos, correspondendo também, assim, à atitude de cidadãos seus de Barcelos que se solidarizaram com estes.

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