O blog do GAT: Seringas nas prisões à espera de novo estudo

22-05-2009
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Governo nomeia grupo para apresentar propostas em seis mesesA introdução de troca de seringas nas prisões - à semelhança do que é feito para os toxicodependentes fora do meio prisional - está dependente de um novo estudo. Ontem, os ministros daconcretas nesta matéria.O despacho governamental surge na véspera de os grupos parlamentares do BE e de "Os Verdes" levarem à votação na Assembleia projectos-lei para aplicar esta medida, que consideram urgente devido às altas taxas de infecção por HIV/sida ou hepatites. Num estudo a decorrer em duas penitenciárias, a prevalência de HIV chega aos 10% e a de hepatite C aos 15%.Recorde-se que há dez anos que o PS defende a redução de danos dentro das prisões (ver texto ao lado). Contudo, as medidas continuam por aplicar. Mas para o ministro da Justiça, Alberto Costa, "este é um novo Governo, portanto tem de fazer a sua própria avaliação". Considera que "as questões de segurança são decisivas mas se o estudo for concludente não há qualquer preconceito"."Não quero acreditar que o PS está a vacilar." O deputado de "Os Verdes", Francisco Madeira Lopes, diz esperar que a criação do grupo "não seja um pretexto para inviabilizar a troca de seringas" e que "se estudem outras intervenções".Já o presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), João Goulão, atribuindo aos dois partidos "o mérito de terem desencadeado este processo", crê que "o despacho governamental é um sinal de comprometimento político e que".Goulão admite até que "as conclusões cheguem antes do prazo de seis meses". Por saber, estão as modalidades que serão adoptadas -. Resta outra questão a montante definir. "Há zonas de penumbra, como se cada ministério estivesse a fazer cerimónia com o outro. E definir competências é uma forma de responsabilização", diz o responsável pelo IDT, para quem "" a assumir o sector. Sobre a necessidade de ser feita uma nova análise, quando existem já estudos conhecidos, refere que "há um conjunto de medidas que têm enfrentado tradicionais resistências".As duas objecções clássicas à introdução do programa de troca de seringas nas prisões são a admissão da entrada de estupefacientes ilegais e o receio de que as seringas possam ser usadas pelos reclusos como armas. O primeiro argumento tem sido progressivamente abandonado, face à evidência - no já citado estudo, 39,7% dos reclusos admitiram ter consumido haxixe e 3% heroína nos últimos 30 dias. E os próprios representantes dos guardas prisionais admitem o facto "."A razão pela qual o Sindicato dos Guardas Prisionais se opõe à troca de seringas são os "problemas de segurança". "No dia em que entrarem seringas nas cadeias não entram os guardas prisionais", assevera o vice-presidente, Ramiro Fernandes. Contudo, admite não conhecer as experiências internacionais, nomeadamente em Espanha, onde o programa existe em mais de 30 prisões. "Não estou inteiramente dentro do assunto para discutir isso." E assume que uma fórmula que não entregue seringas aos presos "para ficarem com elas", como

Governo nomeia grupo para apresentar propostas em seis mesesA introdução de troca de seringas nas prisões - à semelhança do que é feito para os toxicodependentes fora do meio prisional - está dependente de um novo estudo. Ontem, os ministros daconcretas nesta matéria.O despacho governamental surge na véspera de os grupos parlamentares do BE e de "Os Verdes" levarem à votação na Assembleia projectos-lei para aplicar esta medida, que consideram urgente devido às altas taxas de infecção por HIV/sida ou hepatites. Num estudo a decorrer em duas penitenciárias, a prevalência de HIV chega aos 10% e a de hepatite C aos 15%.Recorde-se que há dez anos que o PS defende a redução de danos dentro das prisões (ver texto ao lado). Contudo, as medidas continuam por aplicar. Mas para o ministro da Justiça, Alberto Costa, "este é um novo Governo, portanto tem de fazer a sua própria avaliação". Considera que "as questões de segurança são decisivas mas se o estudo for concludente não há qualquer preconceito"."Não quero acreditar que o PS está a vacilar." O deputado de "Os Verdes", Francisco Madeira Lopes, diz esperar que a criação do grupo "não seja um pretexto para inviabilizar a troca de seringas" e que "se estudem outras intervenções".Já o presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), João Goulão, atribuindo aos dois partidos "o mérito de terem desencadeado este processo", crê que "o despacho governamental é um sinal de comprometimento político e que".Goulão admite até que "as conclusões cheguem antes do prazo de seis meses". Por saber, estão as modalidades que serão adoptadas -. Resta outra questão a montante definir. "Há zonas de penumbra, como se cada ministério estivesse a fazer cerimónia com o outro. E definir competências é uma forma de responsabilização", diz o responsável pelo IDT, para quem "" a assumir o sector. Sobre a necessidade de ser feita uma nova análise, quando existem já estudos conhecidos, refere que "há um conjunto de medidas que têm enfrentado tradicionais resistências".As duas objecções clássicas à introdução do programa de troca de seringas nas prisões são a admissão da entrada de estupefacientes ilegais e o receio de que as seringas possam ser usadas pelos reclusos como armas. O primeiro argumento tem sido progressivamente abandonado, face à evidência - no já citado estudo, 39,7% dos reclusos admitiram ter consumido haxixe e 3% heroína nos últimos 30 dias. E os próprios representantes dos guardas prisionais admitem o facto "."A razão pela qual o Sindicato dos Guardas Prisionais se opõe à troca de seringas são os "problemas de segurança". "No dia em que entrarem seringas nas cadeias não entram os guardas prisionais", assevera o vice-presidente, Ramiro Fernandes. Contudo, admite não conhecer as experiências internacionais, nomeadamente em Espanha, onde o programa existe em mais de 30 prisões. "Não estou inteiramente dentro do assunto para discutir isso." E assume que uma fórmula que não entregue seringas aos presos "para ficarem com elas", como

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