Orgia Política: Desaparecido

18-02-2006
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Foto de Carlos GalveiasExposição Internacional do Vidro - Marinha Grande 2005 Sempre que leio nos jornais:"De casa de seus pais desapareceu..."Embora sejam outros os sinais,Suponho sempre que sou eu.Eu, verdadeiramente jovem,Que por caminhos meus e naturais,Do meu veleiro, que ora os outros movem,Pudesse ser o próprio arrais.Eu, que tentasse errado norte;Vencido, embora, por contrário vento,Mas desprezasse, consciente e forte,O porto de arrependimento.Eu, que pudesse, enfim, ser meu— Livre o instinto, em vez de coagido,"De casa de seus pais desapareceu..."Eu, o feliz desaparecido.Carlos Queirós Os nomes tendem a confundir as pessoas. Carlos Queirós, este “Carlos Queirós”, nada tem relacionado com o outro que se move na esfera mediática do desporto internacional.Muitos são os nomes que andam a confundir as pessoas. Demasiados são os nomes que andam “desaparecidos”. Tão ocultos que se tornam notícia quando se assomam.Cavaco, por exemplo, anda desaparecido. Pelo menos nas palavras de Mário Soares que saudou este fim-de-semana o seu ressurgimento.Quando a imaginação intelectual se ausenta, há quem se entretenha a entreter os outros… com causas levianas.De Portugal continuam a desaparecer as causas. Portugal definha.Não sei quem esperamos. Mas como Francisco Louçã dizia há uns tempos: “Um ex-ministro das Finanças salvador da pátria, já tivemos”, e diga-se que as coisas não correrem lá muito bem.Será que existe um guiché de “desaparecidos” para além do tradicional “perdidos & achados”? Não de políticos, mas de valores?Resumir a actualidade nacional à gestão de tabus, parece-me muito pouco saudável para a nação.Não estou minimamente interessado se Cavaco desapareceu ou não. Não conto com ele. Não é dele que estou à espera!Tenho saudades! Muitas saudades! Mas eu também sou muito ingénuo.Na escola a disciplina de “História de Portugal” sempre foi a minha favorita. Cresci imaginando-me herdeiro de uma grande nação.Hoje sinto-me enganado! Talvez a história não passe de um embuste.Os portugueses empreendedores? Portugueses com visão de futuro? Portugueses com sentido prático?Cheira-me a mofo… a podridão… o ambiente de glória foi substituído por um amargo de boca de corrupção.


Foto de Carlos GalveiasExposição Internacional do Vidro - Marinha Grande 2005 Sempre que leio nos jornais:"De casa de seus pais desapareceu..."Embora sejam outros os sinais,Suponho sempre que sou eu.Eu, verdadeiramente jovem,Que por caminhos meus e naturais,Do meu veleiro, que ora os outros movem,Pudesse ser o próprio arrais.Eu, que tentasse errado norte;Vencido, embora, por contrário vento,Mas desprezasse, consciente e forte,O porto de arrependimento.Eu, que pudesse, enfim, ser meu— Livre o instinto, em vez de coagido,"De casa de seus pais desapareceu..."Eu, o feliz desaparecido.Carlos Queirós Os nomes tendem a confundir as pessoas. Carlos Queirós, este “Carlos Queirós”, nada tem relacionado com o outro que se move na esfera mediática do desporto internacional.Muitos são os nomes que andam a confundir as pessoas. Demasiados são os nomes que andam “desaparecidos”. Tão ocultos que se tornam notícia quando se assomam.Cavaco, por exemplo, anda desaparecido. Pelo menos nas palavras de Mário Soares que saudou este fim-de-semana o seu ressurgimento.Quando a imaginação intelectual se ausenta, há quem se entretenha a entreter os outros… com causas levianas.De Portugal continuam a desaparecer as causas. Portugal definha.Não sei quem esperamos. Mas como Francisco Louçã dizia há uns tempos: “Um ex-ministro das Finanças salvador da pátria, já tivemos”, e diga-se que as coisas não correrem lá muito bem.Será que existe um guiché de “desaparecidos” para além do tradicional “perdidos & achados”? Não de políticos, mas de valores?Resumir a actualidade nacional à gestão de tabus, parece-me muito pouco saudável para a nação.Não estou minimamente interessado se Cavaco desapareceu ou não. Não conto com ele. Não é dele que estou à espera!Tenho saudades! Muitas saudades! Mas eu também sou muito ingénuo.Na escola a disciplina de “História de Portugal” sempre foi a minha favorita. Cresci imaginando-me herdeiro de uma grande nação.Hoje sinto-me enganado! Talvez a história não passe de um embuste.Os portugueses empreendedores? Portugueses com visão de futuro? Portugueses com sentido prático?Cheira-me a mofo… a podridão… o ambiente de glória foi substituído por um amargo de boca de corrupção.

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