CyberCultura e Democracia Online: Porto e Vigo

03-10-2009
marcar artigo


Passei todo o dia de Sábado (25 de Novembro de 2007) em Vigo. Cheguei ao Porto já de madrugada e aqui estou a fazer este post, não para narrar o meu passeio, grande parte dele dedicado à compra de livros, mas para manifestar uma preocupação. A Galiza e, em particular, Vigo estão a crescer rapidamente e temo que a minha cidade, o Porto, bem como o Norte de Portugal, não esteja a saber acompanhar esse crescimento galego, correndo o sério risco de vir a ser ultrapassada dentro de pouco tempo por Vigo. Os portugueses são os principais responsáveis pela situação triste de Portugal. Embora Lisboa encarne a mediocridade nacional e a sua cleptocracia corrupta, condenando o país ao atraso insuperável em que se encontra, os nortenhos e os próprios portuenses, sobretudo estes últimos, são responsáveis pela estagnação da cidade do Porto. Vigo está a assumir (ou tenta assumir) claramente o controle do Norte da Península Ibérica, pelo menos o Norte de Portugal e a Galiza. A cidade de Vigo está a converter-se numa metrópole, densamente povoada, cosmopolita, afirmativa, elevada auto-estima incentivada pelos seus meios de comunicação social, urbanisticamente bem planeada e interessante (já foi uma cidade feia), economicamente pujante, enquanto as cidades do Norte de Portugal próximas, Viana do Castelo ou Braga, sofrem transformações urbanas à dimensão dos 7 anões da Branca de Neve, que, devido à mediocridade da Escola do Porto de Arquitectura e às más opções políticas locais (autarcas sem visão de futuro), comandada pelo arquitecto destituído de ideias e de ambição futura, Siza Vieira, se estende ao Porto, dando cabo das suas dimensões de cidade metropolitana e cosmopolita e estragando as suas artérias, jardins, praças, pavimentos e passeios. Vigo aposta no alcatrão e nós aqui no Porto abusamos da pedra e estreitamos irracionalmente as nossas vias, sem abrir novas vias, e alargando passeios que nunca serão usados pelos peões. Bem, já deu para entender que estou saturado e farto da arquitectura de Siza Vieira e da sua escola: toda a sua obra é igual a si mesma, sempre igual a si mesma; quem viu uma construção viu todas, porque a sua arquitectura carece de perspectiva futura e de modernidade ousada. Arquitectos deste tipo estão a destruir as cidades portuguesas, porque não as inovam realmente, condenando-as a «reviver» um passado adulterado. As asneirolas de Siza Vieira revelam-se não apenas na Igreja do Marco, mas também e sobretudo na Avenida da Boavista e na Avenida dos Aliados com aquele "tanque de lavar a roupa", o falsamente denominado "espelho de Água", rodeado de cadeirinhas de uma infância triste: simplesmente um nojo! Convém requalificar a Baixa do Porto, recorrendo a arquitectos estrangeiros e repovoando-a, bem como o resto da cidade, e impondo sempre os interesses da Cidade sobre os interesses privados, em particular dos portuenses bairristas, carentes de inteligência e com aspecto grotesco. Todos nós conhecemos os seus rostos: «ladram» demais e são pouco cultos. São a vergonha da Cidade Invicta: as suas pseudo-elites, pouco seguras de si próprias e muito iletradas. O Porto está mal servido em termos de massa cinzenta, mas o resto do Norte é a ausência total de massa cinzenta. Custa escrever isto, mas estou a fazê-lo para alertar o Norte e o Porto para uma realidade que está a acontecer na Galiza: eles, os galegos, avançam, enquanto nós estamos estagnados, constantemente envolvidos em falsas polémicas, sem sermos capazes de fazer frente a Lisboa, a Babilónia de Portugal. Não é somente o Porto Feliz que foi aniquilado: até a ANA (ou a TAP ou a RTP) quer destruir o nosso aeroporto ou subaproveitá-lo, para se concentrar no novo monstro lisboeta (OTA ou outro, tanto dá), projectado para garantir a continuidade metabólica dos luso-corruptos que convertem a nossa democracia numa cleptocracia oligárquica. Ainda não descobri a palavra certa para tipificar os portugueses, isto é, aqueles que nos roubam o futuro: Burrinhos? É evidente que são burrinhos. Trapaceiros? É evidente que são trapaceiros. Corruptos? É muito evidente que são altamente corruptos. Ladrões? É evidente que são os maiores ladrões de todos os tempos. Invejosos? É evidente que são muito invejosos. Mas nenhuma delas me satisfaz completamente: Qual o nome do «mal» que nos condena à inércia e ao "último lugar" da lista de indicadores europeus excelentes? Esta questão deveria ser seriamente debatida por todos nós. Talvez ainda estejamos a tempo de garantir o nosso futuro e realizar o nosso desejo: sermos uma grande nação! Porque, quando cheguei ao Porto, vi uma cidade movimentada, com o trânsito congestionado, devido à sua iluminação natalícia e à sua imponente Árvore de Natal. Apesar de tudo, temos boas qualidades, a começar pelas nossas auto-estradas e sinalizações e pela arquitectura robusta e plural da Cidade Invicta: apesar dos erros de requalificação urbana cometidos, que podem ser corrigidos, continuamos a ser a cidade mais linda do Norte e do país, capaz de recuperar o seu passado e, ao mesmo tempo, abrir-se ao futuro, sem Siza, evidentemente. J Francisco Saraiva de Sousa


Passei todo o dia de Sábado (25 de Novembro de 2007) em Vigo. Cheguei ao Porto já de madrugada e aqui estou a fazer este post, não para narrar o meu passeio, grande parte dele dedicado à compra de livros, mas para manifestar uma preocupação. A Galiza e, em particular, Vigo estão a crescer rapidamente e temo que a minha cidade, o Porto, bem como o Norte de Portugal, não esteja a saber acompanhar esse crescimento galego, correndo o sério risco de vir a ser ultrapassada dentro de pouco tempo por Vigo. Os portugueses são os principais responsáveis pela situação triste de Portugal. Embora Lisboa encarne a mediocridade nacional e a sua cleptocracia corrupta, condenando o país ao atraso insuperável em que se encontra, os nortenhos e os próprios portuenses, sobretudo estes últimos, são responsáveis pela estagnação da cidade do Porto. Vigo está a assumir (ou tenta assumir) claramente o controle do Norte da Península Ibérica, pelo menos o Norte de Portugal e a Galiza. A cidade de Vigo está a converter-se numa metrópole, densamente povoada, cosmopolita, afirmativa, elevada auto-estima incentivada pelos seus meios de comunicação social, urbanisticamente bem planeada e interessante (já foi uma cidade feia), economicamente pujante, enquanto as cidades do Norte de Portugal próximas, Viana do Castelo ou Braga, sofrem transformações urbanas à dimensão dos 7 anões da Branca de Neve, que, devido à mediocridade da Escola do Porto de Arquitectura e às más opções políticas locais (autarcas sem visão de futuro), comandada pelo arquitecto destituído de ideias e de ambição futura, Siza Vieira, se estende ao Porto, dando cabo das suas dimensões de cidade metropolitana e cosmopolita e estragando as suas artérias, jardins, praças, pavimentos e passeios. Vigo aposta no alcatrão e nós aqui no Porto abusamos da pedra e estreitamos irracionalmente as nossas vias, sem abrir novas vias, e alargando passeios que nunca serão usados pelos peões. Bem, já deu para entender que estou saturado e farto da arquitectura de Siza Vieira e da sua escola: toda a sua obra é igual a si mesma, sempre igual a si mesma; quem viu uma construção viu todas, porque a sua arquitectura carece de perspectiva futura e de modernidade ousada. Arquitectos deste tipo estão a destruir as cidades portuguesas, porque não as inovam realmente, condenando-as a «reviver» um passado adulterado. As asneirolas de Siza Vieira revelam-se não apenas na Igreja do Marco, mas também e sobretudo na Avenida da Boavista e na Avenida dos Aliados com aquele "tanque de lavar a roupa", o falsamente denominado "espelho de Água", rodeado de cadeirinhas de uma infância triste: simplesmente um nojo! Convém requalificar a Baixa do Porto, recorrendo a arquitectos estrangeiros e repovoando-a, bem como o resto da cidade, e impondo sempre os interesses da Cidade sobre os interesses privados, em particular dos portuenses bairristas, carentes de inteligência e com aspecto grotesco. Todos nós conhecemos os seus rostos: «ladram» demais e são pouco cultos. São a vergonha da Cidade Invicta: as suas pseudo-elites, pouco seguras de si próprias e muito iletradas. O Porto está mal servido em termos de massa cinzenta, mas o resto do Norte é a ausência total de massa cinzenta. Custa escrever isto, mas estou a fazê-lo para alertar o Norte e o Porto para uma realidade que está a acontecer na Galiza: eles, os galegos, avançam, enquanto nós estamos estagnados, constantemente envolvidos em falsas polémicas, sem sermos capazes de fazer frente a Lisboa, a Babilónia de Portugal. Não é somente o Porto Feliz que foi aniquilado: até a ANA (ou a TAP ou a RTP) quer destruir o nosso aeroporto ou subaproveitá-lo, para se concentrar no novo monstro lisboeta (OTA ou outro, tanto dá), projectado para garantir a continuidade metabólica dos luso-corruptos que convertem a nossa democracia numa cleptocracia oligárquica. Ainda não descobri a palavra certa para tipificar os portugueses, isto é, aqueles que nos roubam o futuro: Burrinhos? É evidente que são burrinhos. Trapaceiros? É evidente que são trapaceiros. Corruptos? É muito evidente que são altamente corruptos. Ladrões? É evidente que são os maiores ladrões de todos os tempos. Invejosos? É evidente que são muito invejosos. Mas nenhuma delas me satisfaz completamente: Qual o nome do «mal» que nos condena à inércia e ao "último lugar" da lista de indicadores europeus excelentes? Esta questão deveria ser seriamente debatida por todos nós. Talvez ainda estejamos a tempo de garantir o nosso futuro e realizar o nosso desejo: sermos uma grande nação! Porque, quando cheguei ao Porto, vi uma cidade movimentada, com o trânsito congestionado, devido à sua iluminação natalícia e à sua imponente Árvore de Natal. Apesar de tudo, temos boas qualidades, a começar pelas nossas auto-estradas e sinalizações e pela arquitectura robusta e plural da Cidade Invicta: apesar dos erros de requalificação urbana cometidos, que podem ser corrigidos, continuamos a ser a cidade mais linda do Norte e do país, capaz de recuperar o seu passado e, ao mesmo tempo, abrir-se ao futuro, sem Siza, evidentemente. J Francisco Saraiva de Sousa

marcar artigo