Homem a Dias: A pedagogia do sangue

17-06-2005
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Excepcionalmente, vejo boa parte do Jornal da Tarde, na RTP. Carlos Daniel, bom rapaz e meu ex-colega de faculdade, introduz as notícias: bola, fogos, rescaldos e as «curiosidades» que esticam os noticiários para durações insuportáveis. Serviço público, enfim, coroado pelo «Regiões» que eu também decido contemplar em rotineiro acto de contrição. Três horas depois, ligo por ligar a TSF e devo ser o último ocidental a saber do atentado de Bagdad, poucos minutos antes de se confirmar a morte de Sérgio Vieira de Mello. Em seguida, irrompem os «comentários», de Mário Soares, Francisco Louçã, madame Gomes, um porta-voz anónimo do PCP e José Goulão, outro porta-voz, menos anónimo, do PCP. Mesmo condenando, muito a contragosto, o crime, este curioso grupo de reflexão prefere acusar americanos e britânicos, os «invasores», pela morte do representante da ONU no Iraque. Dizem isto e anunciam, felicíssimos, a chegada do caos. Eu escuto e repito para comigo: o terrorismo não mata, o terrorismo reage. Consequência forçada de um mal maior, o terrorismo é, afinal, compreensível, até tolerável e, que se lixe, bom. Eu repito e aprendo. Não fora a nossa esquerda e uma pessoa passava a vida imersa na ignorância mais atroz.

Excepcionalmente, vejo boa parte do Jornal da Tarde, na RTP. Carlos Daniel, bom rapaz e meu ex-colega de faculdade, introduz as notícias: bola, fogos, rescaldos e as «curiosidades» que esticam os noticiários para durações insuportáveis. Serviço público, enfim, coroado pelo «Regiões» que eu também decido contemplar em rotineiro acto de contrição. Três horas depois, ligo por ligar a TSF e devo ser o último ocidental a saber do atentado de Bagdad, poucos minutos antes de se confirmar a morte de Sérgio Vieira de Mello. Em seguida, irrompem os «comentários», de Mário Soares, Francisco Louçã, madame Gomes, um porta-voz anónimo do PCP e José Goulão, outro porta-voz, menos anónimo, do PCP. Mesmo condenando, muito a contragosto, o crime, este curioso grupo de reflexão prefere acusar americanos e britânicos, os «invasores», pela morte do representante da ONU no Iraque. Dizem isto e anunciam, felicíssimos, a chegada do caos. Eu escuto e repito para comigo: o terrorismo não mata, o terrorismo reage. Consequência forçada de um mal maior, o terrorismo é, afinal, compreensível, até tolerável e, que se lixe, bom. Eu repito e aprendo. Não fora a nossa esquerda e uma pessoa passava a vida imersa na ignorância mais atroz.

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