Super Mário: A tecnocracia é o verniz

23-11-2005
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Domingo, Novembro 20, 2005 A tecnocracia é o verniz

O discurso «sem partidos» é uma variação do discurso anti-partidos, na sua essência uma fraude. Mas esta fraude populista é central na candidatura de Cavaco, que acredita que com ela ganhará votos. Tem razões para acreditar: já os ganhou no passado. Sem perceber esta dimensão populista de Cavaco Silva (a que Pacheco Pereira ainda há não muito tempo se referia, por exemplo

PS. Ler também A correspondente da SIC no Brasil, Ivani Flora, refere-se sempre a Mário Soares como «o candidato do PS», como se as eleições presidenciais portuguesas fossem semelhantes às brasileiras ou às americanas, e o candidato se apresentasse em nome do partido. Cavaco Silva, em Santos, não foi apresentado como «o candidato do PSD». Pelo contrário: Cavaco ocupou-se em insistir que era «independente», que tinha avançado numa «decisão pessoal» e que «não negociava» com os partidos. Esta conversa não resiste ao menor sentido crítico, e a verdade é que o PSD é a estrutura em que assenta a sua candidatura. Se fosse eleito, o antigo primeiro-ministro levaria a sua gente, que formou, que o aconselha e com quem partilha o ideário. Pelo seu lado, Mário Soares, que foi Presidente e que nessa função desagradou fortemente, várias vezes, ao Partido Socialista (mais que todas na dissolução de 1987), nunca se apresenta «acima dos partidos».O discurso «sem partidos» é uma variação do discurso anti-partidos, na sua essência uma fraude. Mas esta fraude populista é central na candidatura de Cavaco, que acredita que com ela ganhará votos. Tem razões para acreditar: já os ganhou no passado. Sem perceber esta dimensão populista de Cavaco Silva (a que Pacheco Pereira ainda há não muito tempo se referia, por exemplo aqui ) não se compreenderão os excelentes resultados eleitorais que Cavaco sempre teve. O populismo é o fundo; a tecnocracia é o verniz, comprado naquele tempo com os dinheiros da Europa.Ler também esta nota ivan 7:15 PM

Domingo, Novembro 20, 2005 A tecnocracia é o verniz

O discurso «sem partidos» é uma variação do discurso anti-partidos, na sua essência uma fraude. Mas esta fraude populista é central na candidatura de Cavaco, que acredita que com ela ganhará votos. Tem razões para acreditar: já os ganhou no passado. Sem perceber esta dimensão populista de Cavaco Silva (a que Pacheco Pereira ainda há não muito tempo se referia, por exemplo

PS. Ler também A correspondente da SIC no Brasil, Ivani Flora, refere-se sempre a Mário Soares como «o candidato do PS», como se as eleições presidenciais portuguesas fossem semelhantes às brasileiras ou às americanas, e o candidato se apresentasse em nome do partido. Cavaco Silva, em Santos, não foi apresentado como «o candidato do PSD». Pelo contrário: Cavaco ocupou-se em insistir que era «independente», que tinha avançado numa «decisão pessoal» e que «não negociava» com os partidos. Esta conversa não resiste ao menor sentido crítico, e a verdade é que o PSD é a estrutura em que assenta a sua candidatura. Se fosse eleito, o antigo primeiro-ministro levaria a sua gente, que formou, que o aconselha e com quem partilha o ideário. Pelo seu lado, Mário Soares, que foi Presidente e que nessa função desagradou fortemente, várias vezes, ao Partido Socialista (mais que todas na dissolução de 1987), nunca se apresenta «acima dos partidos».O discurso «sem partidos» é uma variação do discurso anti-partidos, na sua essência uma fraude. Mas esta fraude populista é central na candidatura de Cavaco, que acredita que com ela ganhará votos. Tem razões para acreditar: já os ganhou no passado. Sem perceber esta dimensão populista de Cavaco Silva (a que Pacheco Pereira ainda há não muito tempo se referia, por exemplo aqui ) não se compreenderão os excelentes resultados eleitorais que Cavaco sempre teve. O populismo é o fundo; a tecnocracia é o verniz, comprado naquele tempo com os dinheiros da Europa.Ler também esta nota ivan 7:15 PM

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