18: E que tal dinamitar o sistema político?

23-05-2009
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“Perante os tempos extraordinários desta crise do capitalismo, a Esquerda tem a missão urgente de encontrar uma alternativa de poder, deixando de lado velhos dogmatismos” defenderam em uníssono Paulo Pedroso, Francisco Louçã e Paulo Fidalgo (ex-PCP e hoje no Movimento de Renovação Comunista) na cerimónia de apresentação do livro “A Nova Esquerda”, de Celso Cruzeiro.Tenho nas estantes lá de casa escritos e contributos maduros de vários pensadores sobre a necessidade de a Esquerda encontrar um novo paradigma, embora a experiência nos ensine que tal está longe de ser uma realidade. Bem pregam eles, o problema é o resto!Aliás, penso até que o paradigma deve ser procurado por todo o arco constitucional, pois não é desejável para Portugal, enquanto país e nação, que tudo se resuma a umas picardias entre PS e PSD (os dois únicos partidos com clara vocação e condições de poder) mas que, quando no Governo, pouco os distinga. Pegue-se no modelo de reforma da Administração Pública e no Código do Trabalho para rapidamente se perceber o que digo, conquanto se faça uma leitura despida de preconceitos.É por isso que sou dos que defendem que Manuel Alegre (de quem não sou fervoroso adepto) devia abandonar o PS.Não é por ele erguer a voz, qual bravata, contra o chefe ou levantar-se para votar contra quando quer (direito inalienável), porque atitudes sem consequência, antes porque se saísse arrastaria consigo uma parte do PS, agregaria quiçá parte do PCP e poderia refundir à Esquerda.O mesmo deveria suceder à Direita onde em tempos se falou dum Partido Social Liberal que seria o espaço de Santana Lopes.E, se isto viesse a ocorrer, e fossem grossas as fatias amputadas ao PSD e ao PS, não vejo porque é que estes não se haviam de fundir.Aos arautos da honra e da imaculada virgindade de cada um dos partidos, peço que atentem que o outrora PPD quis aderir à Internacional Socialista, o que deve ser sinónimo de qualquer coisa.Este dinamitar do sistema político tal como o conhecemos hoje poderia abrir portas a uma nova forma de estar e de fazer política, abrir espaço a novos intervenientes e contribuir, presumo, para abanar com o pântano em que nos movemos posto que acho que secá-lo é outra conversa! Pântano que permite que um secretário de Estado diga que quem não estiver com a reforma da Administração Pública será trucidado e nem uma voz se ouça; que obriga um Presidente da República a dizer que nada tem a ver com o BPN embora se fique na dúvida porque o teve de dizer; que tem organismos e entidades reguladoras e fiscalizadoras que estão mais vendadas que a Justiça que se encontra à porta dos Tribunais; pântano onde uma obra como o Museu do Douro, porque acabou dentro dos prazos e sem derrapagens financeiras, é excepção e não regra; pântano onde a EB2,3 de Beiriz, porque concluiu e tem em marcha um processo que todos asseveram irrealizável, é agora apodada de “fura greves” … e por aí, e por aí …


“Perante os tempos extraordinários desta crise do capitalismo, a Esquerda tem a missão urgente de encontrar uma alternativa de poder, deixando de lado velhos dogmatismos” defenderam em uníssono Paulo Pedroso, Francisco Louçã e Paulo Fidalgo (ex-PCP e hoje no Movimento de Renovação Comunista) na cerimónia de apresentação do livro “A Nova Esquerda”, de Celso Cruzeiro.Tenho nas estantes lá de casa escritos e contributos maduros de vários pensadores sobre a necessidade de a Esquerda encontrar um novo paradigma, embora a experiência nos ensine que tal está longe de ser uma realidade. Bem pregam eles, o problema é o resto!Aliás, penso até que o paradigma deve ser procurado por todo o arco constitucional, pois não é desejável para Portugal, enquanto país e nação, que tudo se resuma a umas picardias entre PS e PSD (os dois únicos partidos com clara vocação e condições de poder) mas que, quando no Governo, pouco os distinga. Pegue-se no modelo de reforma da Administração Pública e no Código do Trabalho para rapidamente se perceber o que digo, conquanto se faça uma leitura despida de preconceitos.É por isso que sou dos que defendem que Manuel Alegre (de quem não sou fervoroso adepto) devia abandonar o PS.Não é por ele erguer a voz, qual bravata, contra o chefe ou levantar-se para votar contra quando quer (direito inalienável), porque atitudes sem consequência, antes porque se saísse arrastaria consigo uma parte do PS, agregaria quiçá parte do PCP e poderia refundir à Esquerda.O mesmo deveria suceder à Direita onde em tempos se falou dum Partido Social Liberal que seria o espaço de Santana Lopes.E, se isto viesse a ocorrer, e fossem grossas as fatias amputadas ao PSD e ao PS, não vejo porque é que estes não se haviam de fundir.Aos arautos da honra e da imaculada virgindade de cada um dos partidos, peço que atentem que o outrora PPD quis aderir à Internacional Socialista, o que deve ser sinónimo de qualquer coisa.Este dinamitar do sistema político tal como o conhecemos hoje poderia abrir portas a uma nova forma de estar e de fazer política, abrir espaço a novos intervenientes e contribuir, presumo, para abanar com o pântano em que nos movemos posto que acho que secá-lo é outra conversa! Pântano que permite que um secretário de Estado diga que quem não estiver com a reforma da Administração Pública será trucidado e nem uma voz se ouça; que obriga um Presidente da República a dizer que nada tem a ver com o BPN embora se fique na dúvida porque o teve de dizer; que tem organismos e entidades reguladoras e fiscalizadoras que estão mais vendadas que a Justiça que se encontra à porta dos Tribunais; pântano onde uma obra como o Museu do Douro, porque acabou dentro dos prazos e sem derrapagens financeiras, é excepção e não regra; pântano onde a EB2,3 de Beiriz, porque concluiu e tem em marcha um processo que todos asseveram irrealizável, é agora apodada de “fura greves” … e por aí, e por aí …

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