Murro No Estômago! [MnE!]: Todo o Pau Que Nasce Torto, Tarde Ou Nunca Se Endireita

13-04-2005
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Santana Lopes veio exortar Sampaio a intervir no caso dos debates televisivos a que, pretensamente, Sócrates tem procurado fugir, como interveio quando chamou Marcelo ao Parlamento na sequência da sua atribulada saída da TVI, impulsionada por pressões dos sociais-democratas face ao interesse desta estação lançar novos projectos na TV Cabo, controlada pela PT. Seja como for, frisa Santana que da referida fuga dos socialistas ao recontro de ideias e programas dos diferentes partidos sai lesada a democracia, essa mesma que também terá sido lesada aquando da nomeação de Santana enquanto Primeiro-Ministro sem aprovação popular por meio de eleições.

O mais curioso é que esta nova polémica tão pouco encerra em si motivos para o ser, dado saber-se não servirem os debates televisivos para uma verdadeira explanação de ideias dos distintos candidatos, mas sim como tentativa de angariação de votos com recurso a poses e encenações mediaticamente ensaiadas à exaustão (servirá de exemplo a peça caricata que Portas levou à cena diante de Louçã na SIC Notícias, recriminando o levantar do dedo do adversário enquanto erigia o seu em riste). Será, pois, justamente a sua maior (e única) qualidade da faceta mediática, populista e demagoga que Santana quer fazer correr nos pequenos ecrãs nas próximas semanas, enquanto último recurso de que dispõe para ganhar votos que doutro modo não conseguirá obter.

Contudo, quando Santana fala dispara um tiro no adversário e cinco no seu pelotão. Recorrendo às estafadas metáforas que compõem o seu acervo, já testemunhadas quando comparou o executivo que lidera a um bébé na incubadora (daqui se explicando o défice de raciocínio do Governo de Coligação, semelhante ao de quem há pouco tempo chegou à vida), Santana veio desta vez – num comício em Coimbra – referir, a propósito ainda da fuga de Sócrates aos debates, que a uma criança que se recusa a participar numa brincadeira quando convidada a tal chamam-se-lhe nomes e com razão. Pois bem, ficou a saber-se que o enquadramento cénico passou, agora, da maternidade para o recreio de uma qualquer escola ou jardim infantil, sendo que os bébés se tornaram crianças. Do mesmo modo, passou a saber-se que Santana continua a querer brincar, desta vez já não aos governos dinásticos, mas às campanhas. Por último, todo este fait-divers ganharia – ainda assim – menores contornos de ridículo caso Santana Lopes, logo após lançar a polémica em questão, não tivesse adiado uma segunda vez (e sem explicação plausível) os seus debates na SIC Notícias com os outros adversários da Esquerda Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã.

Compondo a paisagem político-circense que actualmente rodeia Portugal, Santana e Portas pretendem saír vitoriosos das Legislativas fazendo uso da insistente tese da vitimização e, no âmbito desta, da novela da dissolução da Assembleia da República motivada por pressões da poderosa banca. Ora, a estratégia gizada não deixa de ser, mais que espantosa, sublime, ou não fosse auspiciosa – tratando-se de partidos de Direita e Centro-Direita – a intenção de serem amealhados votos com ataques à banca e, porque não, ao patronato. Deixar-se-à ludibriar o povo?

Santana Lopes veio exortar Sampaio a intervir no caso dos debates televisivos a que, pretensamente, Sócrates tem procurado fugir, como interveio quando chamou Marcelo ao Parlamento na sequência da sua atribulada saída da TVI, impulsionada por pressões dos sociais-democratas face ao interesse desta estação lançar novos projectos na TV Cabo, controlada pela PT. Seja como for, frisa Santana que da referida fuga dos socialistas ao recontro de ideias e programas dos diferentes partidos sai lesada a democracia, essa mesma que também terá sido lesada aquando da nomeação de Santana enquanto Primeiro-Ministro sem aprovação popular por meio de eleições.

O mais curioso é que esta nova polémica tão pouco encerra em si motivos para o ser, dado saber-se não servirem os debates televisivos para uma verdadeira explanação de ideias dos distintos candidatos, mas sim como tentativa de angariação de votos com recurso a poses e encenações mediaticamente ensaiadas à exaustão (servirá de exemplo a peça caricata que Portas levou à cena diante de Louçã na SIC Notícias, recriminando o levantar do dedo do adversário enquanto erigia o seu em riste). Será, pois, justamente a sua maior (e única) qualidade da faceta mediática, populista e demagoga que Santana quer fazer correr nos pequenos ecrãs nas próximas semanas, enquanto último recurso de que dispõe para ganhar votos que doutro modo não conseguirá obter.

Contudo, quando Santana fala dispara um tiro no adversário e cinco no seu pelotão. Recorrendo às estafadas metáforas que compõem o seu acervo, já testemunhadas quando comparou o executivo que lidera a um bébé na incubadora (daqui se explicando o défice de raciocínio do Governo de Coligação, semelhante ao de quem há pouco tempo chegou à vida), Santana veio desta vez – num comício em Coimbra – referir, a propósito ainda da fuga de Sócrates aos debates, que a uma criança que se recusa a participar numa brincadeira quando convidada a tal chamam-se-lhe nomes e com razão. Pois bem, ficou a saber-se que o enquadramento cénico passou, agora, da maternidade para o recreio de uma qualquer escola ou jardim infantil, sendo que os bébés se tornaram crianças. Do mesmo modo, passou a saber-se que Santana continua a querer brincar, desta vez já não aos governos dinásticos, mas às campanhas. Por último, todo este fait-divers ganharia – ainda assim – menores contornos de ridículo caso Santana Lopes, logo após lançar a polémica em questão, não tivesse adiado uma segunda vez (e sem explicação plausível) os seus debates na SIC Notícias com os outros adversários da Esquerda Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã.

Compondo a paisagem político-circense que actualmente rodeia Portugal, Santana e Portas pretendem saír vitoriosos das Legislativas fazendo uso da insistente tese da vitimização e, no âmbito desta, da novela da dissolução da Assembleia da República motivada por pressões da poderosa banca. Ora, a estratégia gizada não deixa de ser, mais que espantosa, sublime, ou não fosse auspiciosa – tratando-se de partidos de Direita e Centro-Direita – a intenção de serem amealhados votos com ataques à banca e, porque não, ao patronato. Deixar-se-à ludibriar o povo?

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