Resistente Existencial: (1702) Sermões à esquerda

17-06-2005
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   Correndo o risco do Miguel se arrepender de me ter dado os seus livros, não resisto a citá-lo mais uma vez como ponto de partida para uma reflexão. Desta vez parto do livro de crónicas homónimo do blog que mantém, esmagador na actualidade e pertinência. Na página 152 está escrito*:"(...) o principal problema dos partidos de esquerda é este: uma atitude jesuítica, evangelizadora, um tudo nada "padreca". Em que os valores que cada partido específico de esquerda defende são entendidos como Fundamento Moral."   Note-se que isto foi escrito há mais de 10 anos (precisamente a 10 de Junho de 94), numa altura em que o Bloco de Esquerda não existia. E como considero que actualmente há pouca crítica ao partido, quer interna, quer dos independentes de esquerda que não se revêm no PS, volto a bater na tecla deste defeito particular do BE. Passo a um exemplo concreto. Há dias, Francisco Louçã apelava à criação de um imposto sobre as grandes fortunas. Tudo bem, correcto tecnica e ideologicamente (na minha opinião, claro). O "líder" do Bloco estragou tudo quando disse que a lista dos ricos podia ser encontrada nas páginas de uma revista cor-de-rosa. Está aqui aquele pequeno acrescento moralista e sarcástico a que o BE não consegue resistir. Até poderá terum fundo de razão, mas este tipo de declarações resultam em perda de credibilidade, de seriedade política. De vez em quando, coloco a hipótese de tentar aproximar-se efectivamente do Bloco, mas numa perspectiva mais independente. São estas pequenas coisas que me afastam. Considero aliás, que o próximo passo do partido (ou simplesmente, maturação) passa por ultrapassar este registo do discurso político.Ps. A referência é, obviamente aos partidos da altura. MVA nomeia apenas o PSR, curiosamente a origem política de Louçã.

   Correndo o risco do Miguel se arrepender de me ter dado os seus livros, não resisto a citá-lo mais uma vez como ponto de partida para uma reflexão. Desta vez parto do livro de crónicas homónimo do blog que mantém, esmagador na actualidade e pertinência. Na página 152 está escrito*:"(...) o principal problema dos partidos de esquerda é este: uma atitude jesuítica, evangelizadora, um tudo nada "padreca". Em que os valores que cada partido específico de esquerda defende são entendidos como Fundamento Moral."   Note-se que isto foi escrito há mais de 10 anos (precisamente a 10 de Junho de 94), numa altura em que o Bloco de Esquerda não existia. E como considero que actualmente há pouca crítica ao partido, quer interna, quer dos independentes de esquerda que não se revêm no PS, volto a bater na tecla deste defeito particular do BE. Passo a um exemplo concreto. Há dias, Francisco Louçã apelava à criação de um imposto sobre as grandes fortunas. Tudo bem, correcto tecnica e ideologicamente (na minha opinião, claro). O "líder" do Bloco estragou tudo quando disse que a lista dos ricos podia ser encontrada nas páginas de uma revista cor-de-rosa. Está aqui aquele pequeno acrescento moralista e sarcástico a que o BE não consegue resistir. Até poderá terum fundo de razão, mas este tipo de declarações resultam em perda de credibilidade, de seriedade política. De vez em quando, coloco a hipótese de tentar aproximar-se efectivamente do Bloco, mas numa perspectiva mais independente. São estas pequenas coisas que me afastam. Considero aliás, que o próximo passo do partido (ou simplesmente, maturação) passa por ultrapassar este registo do discurso político.Ps. A referência é, obviamente aos partidos da altura. MVA nomeia apenas o PSR, curiosamente a origem política de Louçã.

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