Pelos caminhos de Portugal: Fanatismos

21-07-2005
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Nos últimos tempos, muito se tem polemizado sobre o debate entre o Francisco Louçã (FL) e o Paulo Portas (PP). Curiosamente (ou não), posso apostar que a maior das pessoas que vejo a opinar sobre o assunto não terá visto o debate. Por outro lado, muitos terão visto o debate com atenção, mas o seu fanatismo anti-Bloco de Esquerda impede-os de o analisarem com seriedade.O que se passa é que temos montes de cronistas, como José Manuel Fernandes, Pacheco Pereira e respectivos discípulos, que observam com a maior atenção todos os movimentos do FL, sempre à procura de qualquer frase ou acto que possa ser reinterpretado à sua medida. Não se trata de vitimização, trata-se de ter os olhos bem abertos e os pés assentes no chão. Quem não se lembra da altura em que toda a imprensa se uniu para declarar que o FL apoiava os atentados da ETA? Quem não se lembra da manchete do "Tal & Qual" que afirmava que o FL teria faltado um dia à AR para ir fazer compras para Londres? Quem ainda não reparou como o FL aparece sempre citado nos media como um estalinista apoiante de Bin Laden mas disfarçado de democrata? O que está realmente em causa neste caso todo é que a direita conseguiu, com o auxílio de algumas pessoas da esquerda, fazer com que um debate em que o PP foi arrasado pelo FL fosse resumido a uma "gaffe" deste último. Só assim se pode compreender que toda a direita se unisse em torno daquela frase acerca da filha, como que se este fosse um tema político minimamente relevante. Só assim se entende como a Contra Informação (dominada pela direita) exibiu nesta semana peças em que ridiculariza FL, pegando na "famosa frase" TODOS OS DIAS! Não acho nada de grave o que o Louçã disse no calor do debate, tendo em conta que foi em resposta a uma provocação do PP. Compreendo perfeitamente até a reacção emotiva dele, tendo em conta que eu também não adimto de forma alguma que alguém me diga que eu sou contra a vida e que defendo a obrigatoriedade do aborto. Já quanto às declarações do João Teixeira Lopes não digo o mesmo, pois acabou por dar argumentos à direita. Mas não dramatizemos: o Bloco de Esquerda já sobreviveu a situações bem piores. Nnão se trata de atacar o FL como pessoa isolada. Trata-se isso sim de atacar todo o Bloco, como força política que tem dito muita coisa que chateia muita gente. E quem achar que estou com a mania da perseguição só pode andar muito distraído.

Nos últimos tempos, muito se tem polemizado sobre o debate entre o Francisco Louçã (FL) e o Paulo Portas (PP). Curiosamente (ou não), posso apostar que a maior das pessoas que vejo a opinar sobre o assunto não terá visto o debate. Por outro lado, muitos terão visto o debate com atenção, mas o seu fanatismo anti-Bloco de Esquerda impede-os de o analisarem com seriedade.O que se passa é que temos montes de cronistas, como José Manuel Fernandes, Pacheco Pereira e respectivos discípulos, que observam com a maior atenção todos os movimentos do FL, sempre à procura de qualquer frase ou acto que possa ser reinterpretado à sua medida. Não se trata de vitimização, trata-se de ter os olhos bem abertos e os pés assentes no chão. Quem não se lembra da altura em que toda a imprensa se uniu para declarar que o FL apoiava os atentados da ETA? Quem não se lembra da manchete do "Tal & Qual" que afirmava que o FL teria faltado um dia à AR para ir fazer compras para Londres? Quem ainda não reparou como o FL aparece sempre citado nos media como um estalinista apoiante de Bin Laden mas disfarçado de democrata? O que está realmente em causa neste caso todo é que a direita conseguiu, com o auxílio de algumas pessoas da esquerda, fazer com que um debate em que o PP foi arrasado pelo FL fosse resumido a uma "gaffe" deste último. Só assim se pode compreender que toda a direita se unisse em torno daquela frase acerca da filha, como que se este fosse um tema político minimamente relevante. Só assim se entende como a Contra Informação (dominada pela direita) exibiu nesta semana peças em que ridiculariza FL, pegando na "famosa frase" TODOS OS DIAS! Não acho nada de grave o que o Louçã disse no calor do debate, tendo em conta que foi em resposta a uma provocação do PP. Compreendo perfeitamente até a reacção emotiva dele, tendo em conta que eu também não adimto de forma alguma que alguém me diga que eu sou contra a vida e que defendo a obrigatoriedade do aborto. Já quanto às declarações do João Teixeira Lopes não digo o mesmo, pois acabou por dar argumentos à direita. Mas não dramatizemos: o Bloco de Esquerda já sobreviveu a situações bem piores. Nnão se trata de atacar o FL como pessoa isolada. Trata-se isso sim de atacar todo o Bloco, como força política que tem dito muita coisa que chateia muita gente. E quem achar que estou com a mania da perseguição só pode andar muito distraído.

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