César & Dama

27-03-2008
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"Não vos faltarei" Nota: Frase retirada do discurso de Louçã na noite eleitoral, no qual garantiu aos fiéis que, apesar das derrotas de hoje, estão para breve os amanhãs que cantam.

publicado por Carlos Carvalho às 00:53 link | comentar | favorito

Se há lugar que não cobiço neste momento é o de responsável pelas finanças das campanhas de Louçã ou de Jerónimo. Este é um cargo verdadeiramente impróprio para cardíacos. Segundo as sondagens, estes candidatos têm oscilado em torno da fasquia dos 5%. Pois esta é precisamente a fasquia que determina a existência ou não de apoios públicos às suas candidaturas presenciais. Se Louçã e Jerónimo tiverem 5,0001% dos votos, terão direito a que o Estado apoie financeiramente as suas campanhas. Mas se tiverem 4,9999% dos votos, não terão direito a qualquer apoio público, dando às suas candidaturas a dor de cabeça de procurar meios alternativos para pagar as suas campanhas (tendo provavelmente que recorrer aos cofres dos partidos que os apoiam). Houve ultimamente diversos apelos para que os vários candidatos de esquerda desistam em favor de uma única candidatura. Desconfio que, nos casos de Louçã e de Jerónimo, a resposta a este apelo será mais de índole prática do que ideológica. Se as sondagens lhes derem, consistentemente, resultados abaixo dos 5%, qualquer destes candidatos ponderará seriamente a sua desistência. Se lhes derem margem de manobra para aspirar a um resultado superior a 5%, então estes candidatos não desistirão. Como em tudo na vida, neste caso os princípios estão dependentes dos meios.

Há dinheiro? Então siga a ideologia...

publicado por Carlos Carvalho às 02:40 link | comentar | favorito

align=center>height=121 alt=Consenso.JPG src="http://cesaredama.blogs.sapo.pt/arquivo/Consenso.JPG" width=182 border=0>

publicado por Carlos Carvalho às 20:45 link | comentar | favorito

Caro Francisco Louçã: Tenho acompanhado pela televisão as suas intervenções durante a presente campanha eleitoral. Vejo-o sempre a falar mal do sistema a que pertence, sem que se envergonhe por essa pertença. Vejo-o sempre a espumar contra alguém que não pertence ao seu partido. Vejo-o sempre, qual stand-up comedian, a tentar uma graçola contra esse alguém. (Um conselho: não abandone o seu emprego actual.) Vejo-o sempre a falar do alto da sua superioridade contra os defeitos do comum dos mortais. Talvez tenha razão. Afinal, o seu partido elegeu o único deputado que pode dizer que a sua merda cheira a rosas. Curiosamente, não o tenho visto a falar dos seus candidatos, das suas propostas, da ideologia que defende. Faço-lhe um apelo: fale-nos um pouco mais de si. Diga-nos porque tem vergonha em afirmar-se comunista. Será que o seu comunismo ainda não saiu do armário? Elucide-nos porque é a favor da mudança, você que é, de entre os partidos representados no Parlamento, o líder partidário há mais tempo em funções (já lá vão quase 30 anos, não é?). Explique-nos porque razão o Bloco de Esquerda é o único partido que procura ganhar votos escondendo a sua ideologia. Como disse, fale-nos de si. Se não tiver nada para nos dizer, então continue a falar dos outros.

publicado por Carlos Carvalho às 02:27 link | comentar | favorito

Tendo em conta que: 1. Francisco Louçã é deputado à Assembleia da República;

2. Os deputados recebem um salário pago pelo Estado;

3. O dinheiro do Estado vem, na sua maioria, da cobrança de impostos; Conclui-se que Francisco Louçã recebe mensalmente dinheiro proveniente dos impostos dos portugueses. Qualquer pessoa bem intencionada concluirá que Louçã recebe uma justa remuneração pelo seu trabalho. Qualquer militante do Bloco de Esquerda poderá concluir que Louçã mete ao bolso dinheiro dos impostos.

publicado por Carlos Carvalho às 22:12 link | comentar | favorito

No discurso de encerramento do congresso do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã utilizou até à exaustão a expressão “esquerda popular”. Será que Francisco Louçã pretende vir a ser o Manuel Monteiro da esquerda? O velho BE morreu hoje. Em seu lugar surgiu um novo partido: o BE-PP.

publicado por Carlos Carvalho às 22:58 link | comentar | favorito

Francisco Anacleto Louçã é um dos dinossauros da política portuguesa. Sendo o mais antigo líder de todos os partidos com assento parlamentar, esta foi a décima vez que Louçã se candidatou à Assembleia da República. Sim: décima vez. A primeira vez que se candidatou foi em 1979, ainda a maior parte dos actuais eleitores do Bloco de Esquerda (BE) não tinha nascido. Pelo meio ficaram candidaturas suas às Europeias e às Autárquicas. No final desta legislatura, completará dez anos como deputado. Está a uma eleição de garantir a reforma. Dirigente da Liga Comunista Internacional (organização trotskista), esteve na fundação do PSR em 1978, onde se manteve como dirigente até à integração deste partido no BE. É actualmente dirigente do BE. Não consta que tenha mudado de ideário político. Goza de grande popularidade entre algumas camadas jovens, que o têm como um político diferente e com um discurso inovador. Há algumas coisas que não entendo. Há outras que entendo bem demais.

"Não vos faltarei" Nota: Frase retirada do discurso de Louçã na noite eleitoral, no qual garantiu aos fiéis que, apesar das derrotas de hoje, estão para breve os amanhãs que cantam.

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Se há lugar que não cobiço neste momento é o de responsável pelas finanças das campanhas de Louçã ou de Jerónimo. Este é um cargo verdadeiramente impróprio para cardíacos. Segundo as sondagens, estes candidatos têm oscilado em torno da fasquia dos 5%. Pois esta é precisamente a fasquia que determina a existência ou não de apoios públicos às suas candidaturas presenciais. Se Louçã e Jerónimo tiverem 5,0001% dos votos, terão direito a que o Estado apoie financeiramente as suas campanhas. Mas se tiverem 4,9999% dos votos, não terão direito a qualquer apoio público, dando às suas candidaturas a dor de cabeça de procurar meios alternativos para pagar as suas campanhas (tendo provavelmente que recorrer aos cofres dos partidos que os apoiam). Houve ultimamente diversos apelos para que os vários candidatos de esquerda desistam em favor de uma única candidatura. Desconfio que, nos casos de Louçã e de Jerónimo, a resposta a este apelo será mais de índole prática do que ideológica. Se as sondagens lhes derem, consistentemente, resultados abaixo dos 5%, qualquer destes candidatos ponderará seriamente a sua desistência. Se lhes derem margem de manobra para aspirar a um resultado superior a 5%, então estes candidatos não desistirão. Como em tudo na vida, neste caso os princípios estão dependentes dos meios.

Há dinheiro? Então siga a ideologia...

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Caro Francisco Louçã: Tenho acompanhado pela televisão as suas intervenções durante a presente campanha eleitoral. Vejo-o sempre a falar mal do sistema a que pertence, sem que se envergonhe por essa pertença. Vejo-o sempre a espumar contra alguém que não pertence ao seu partido. Vejo-o sempre, qual stand-up comedian, a tentar uma graçola contra esse alguém. (Um conselho: não abandone o seu emprego actual.) Vejo-o sempre a falar do alto da sua superioridade contra os defeitos do comum dos mortais. Talvez tenha razão. Afinal, o seu partido elegeu o único deputado que pode dizer que a sua merda cheira a rosas. Curiosamente, não o tenho visto a falar dos seus candidatos, das suas propostas, da ideologia que defende. Faço-lhe um apelo: fale-nos um pouco mais de si. Diga-nos porque tem vergonha em afirmar-se comunista. Será que o seu comunismo ainda não saiu do armário? Elucide-nos porque é a favor da mudança, você que é, de entre os partidos representados no Parlamento, o líder partidário há mais tempo em funções (já lá vão quase 30 anos, não é?). Explique-nos porque razão o Bloco de Esquerda é o único partido que procura ganhar votos escondendo a sua ideologia. Como disse, fale-nos de si. Se não tiver nada para nos dizer, então continue a falar dos outros.

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Tendo em conta que: 1. Francisco Louçã é deputado à Assembleia da República;

2. Os deputados recebem um salário pago pelo Estado;

3. O dinheiro do Estado vem, na sua maioria, da cobrança de impostos; Conclui-se que Francisco Louçã recebe mensalmente dinheiro proveniente dos impostos dos portugueses. Qualquer pessoa bem intencionada concluirá que Louçã recebe uma justa remuneração pelo seu trabalho. Qualquer militante do Bloco de Esquerda poderá concluir que Louçã mete ao bolso dinheiro dos impostos.

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No discurso de encerramento do congresso do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã utilizou até à exaustão a expressão “esquerda popular”. Será que Francisco Louçã pretende vir a ser o Manuel Monteiro da esquerda? O velho BE morreu hoje. Em seu lugar surgiu um novo partido: o BE-PP.

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Francisco Anacleto Louçã é um dos dinossauros da política portuguesa. Sendo o mais antigo líder de todos os partidos com assento parlamentar, esta foi a décima vez que Louçã se candidatou à Assembleia da República. Sim: décima vez. A primeira vez que se candidatou foi em 1979, ainda a maior parte dos actuais eleitores do Bloco de Esquerda (BE) não tinha nascido. Pelo meio ficaram candidaturas suas às Europeias e às Autárquicas. No final desta legislatura, completará dez anos como deputado. Está a uma eleição de garantir a reforma. Dirigente da Liga Comunista Internacional (organização trotskista), esteve na fundação do PSR em 1978, onde se manteve como dirigente até à integração deste partido no BE. É actualmente dirigente do BE. Não consta que tenha mudado de ideário político. Goza de grande popularidade entre algumas camadas jovens, que o têm como um político diferente e com um discurso inovador. Há algumas coisas que não entendo. Há outras que entendo bem demais.

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