Especialistas da Base Aérea 12 Guiné 65

05-10-2009
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430-António DâmasoSargºMor Paraquedista GuinéOdemiraA 10 de Junho de 1970, embarquei no Aeroporto de Bissalanca num DC 6 com destino ao BCP 32, sediado em Nacala Moçambique Levava comigo a minha mulher e filha de 18 meses, chegados a Luanda, já de noite, valeu-me uma irmã que lá morava, que me acolheu nessa noite e ainda me levaram a uma casa de fados para desanuviar.No dia seguinte lá reembarcamos com destino a Lourenço Marques, onde estive três ou quatro dias a aguardar transporte para Nampula.A estadia em Lourenço Marques, foi boa até nem parecia tropa, comi bom camarão frito, frango de molho especial que nunca tinha comido, mas muito saboroso, tudo graças ao dinheirinho que levava em escudos do Puto por ter vendido o calhambeque.Lá chegou o dia do embarque para Nampula, onde depois apanhei o comboio para Nacala o combustível utilizado era carvão pelo que a minha farda ficou mais preta do que azul.Chegamos à estação de Nacala já depois da meia-noite, foi um fartar de andar a pé por um caminho poeirento, carregado com a bagagem até ao Hotel Nacala onde fiquei hospedado com a família, no dia seguinte apresentei-me no Batalhão de Caçadores Pára-quedistas nº 32 que ficava a alguns Km de Nacala.Fui aumentado ao efectivo do BCP 32 e colocado na CMI (Companhia de Material e Infra-estruturas) desde 11JUN70,até 22JUN70 data em que fui transferido para a 2.ª CCP e fui colocado num pelotão cujo comandante interino era um furriel por o alferes estar de férias.No dia 29JUN70, embarquei no AB5 num NORDATLAS rumo a Moeda onde chegamos de madrugada com nevoeiro intenso e bastante frio, já dia embarcamos em berliets e lá estava eu, 2.º sargento, num pelotão a receber ordens de um furriel, em plena operação Nó Górdio.Dirigimo-nos Nangololo, via Miteda passando pela chamada pista de baile por causa das minas de dos ataques à picada.Estivemos dois dias em Nangololo, à espera de reunir todo o Material e pessoal, em Nangololo existia uma Missão católica e uma pista de terra batida onde aterravam aviões pesados como o NordatlasA guerra em Moçambique era mais desgastante do que na Guiné, isto segundo o meu ponto de vista, que tinha transitado repentinamente de um para outro teatro de operações.Em Moçambique havia a psicose das minas, tanto anti-carro como anti-pessoal, o solo era propício, até se podiam enterrar com as mãos, por outro lado dizia-se que o in não tinha respeito nem vergonha porque vinha, junto da picada fazer rajadas e atirar granadas e por fornilhos na picada e sulcar as bermas de minas anti-pessoal. Nas conversas de Caserna falava-se que os generais estrategas de "guerra de tabuleiro", diziam que tinham muita dificuldade em substituir o material, as viaturas, etc., eram dispendiosas e levavam muito tempo a chegar ao destino.Já com o pessoal, "carne para canhão" era facílimo, bastava enviar uma mensagem e em pouco mais de oito dias, o efectivo estava reposto


430-António DâmasoSargºMor Paraquedista GuinéOdemiraA 10 de Junho de 1970, embarquei no Aeroporto de Bissalanca num DC 6 com destino ao BCP 32, sediado em Nacala Moçambique Levava comigo a minha mulher e filha de 18 meses, chegados a Luanda, já de noite, valeu-me uma irmã que lá morava, que me acolheu nessa noite e ainda me levaram a uma casa de fados para desanuviar.No dia seguinte lá reembarcamos com destino a Lourenço Marques, onde estive três ou quatro dias a aguardar transporte para Nampula.A estadia em Lourenço Marques, foi boa até nem parecia tropa, comi bom camarão frito, frango de molho especial que nunca tinha comido, mas muito saboroso, tudo graças ao dinheirinho que levava em escudos do Puto por ter vendido o calhambeque.Lá chegou o dia do embarque para Nampula, onde depois apanhei o comboio para Nacala o combustível utilizado era carvão pelo que a minha farda ficou mais preta do que azul.Chegamos à estação de Nacala já depois da meia-noite, foi um fartar de andar a pé por um caminho poeirento, carregado com a bagagem até ao Hotel Nacala onde fiquei hospedado com a família, no dia seguinte apresentei-me no Batalhão de Caçadores Pára-quedistas nº 32 que ficava a alguns Km de Nacala.Fui aumentado ao efectivo do BCP 32 e colocado na CMI (Companhia de Material e Infra-estruturas) desde 11JUN70,até 22JUN70 data em que fui transferido para a 2.ª CCP e fui colocado num pelotão cujo comandante interino era um furriel por o alferes estar de férias.No dia 29JUN70, embarquei no AB5 num NORDATLAS rumo a Moeda onde chegamos de madrugada com nevoeiro intenso e bastante frio, já dia embarcamos em berliets e lá estava eu, 2.º sargento, num pelotão a receber ordens de um furriel, em plena operação Nó Górdio.Dirigimo-nos Nangololo, via Miteda passando pela chamada pista de baile por causa das minas de dos ataques à picada.Estivemos dois dias em Nangololo, à espera de reunir todo o Material e pessoal, em Nangololo existia uma Missão católica e uma pista de terra batida onde aterravam aviões pesados como o NordatlasA guerra em Moçambique era mais desgastante do que na Guiné, isto segundo o meu ponto de vista, que tinha transitado repentinamente de um para outro teatro de operações.Em Moçambique havia a psicose das minas, tanto anti-carro como anti-pessoal, o solo era propício, até se podiam enterrar com as mãos, por outro lado dizia-se que o in não tinha respeito nem vergonha porque vinha, junto da picada fazer rajadas e atirar granadas e por fornilhos na picada e sulcar as bermas de minas anti-pessoal. Nas conversas de Caserna falava-se que os generais estrategas de "guerra de tabuleiro", diziam que tinham muita dificuldade em substituir o material, as viaturas, etc., eram dispendiosas e levavam muito tempo a chegar ao destino.Já com o pessoal, "carne para canhão" era facílimo, bastava enviar uma mensagem e em pouco mais de oito dias, o efectivo estava reposto

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