ABRIL DE NOVO: PREC: Cronologia do Ano de 1975

05-10-2009
marcar artigo


1 de Junho de 1975 – Realiza-se o I Plenário dos Moradores de Beja, convocado pela Comissão de Moradores de Beja, Comissão de Moradores do Bairro da Morgada de Apariça, Associação de Moradores do Bairro do Pelame e Associação de Moradores do Bairro da Boa Esperança, para apreciar os problemas da ocupação de fogos vagos, as relações com a Câmara Municipal, os equipamentos sociais, a dinamização cultural, proibição dos despejos, exigir o reconhecimento jurídico das Comissões de Moradores e eleger um Secretariado Provisório das Inter-Comissões de Moradores de Beja.1 de Junho de 1975 – As costureiras da fábrica Casa Candidinha, Porto, assumem a gestão e controlo de produção da empresa para assegurar os postos de trabalho e os salários.1 de Junho de 1975 – Manifestação promovida pelo PCP, MDP/CDE e FSP, de apoio ao general Vasco Gonçalves, às nacionalizações e ao reforço da reforma agrária.1 de Junho de 1975 – Termina o I Congresso da JSD, com discurso final de Emídio Guerreiro.1 de Junho de 1975 – MRPP realiza em Moscavide uma “Jornada Operária Popular e Patriótica”, com exibição do grupo coral, filmes e comício, apoiada pela revista O TEMPO E O MODO, organização Yenan e a Editora Vento de Leste.1 de Junho de 1975 – Publica-se em Frankfurt, Alemanha Federal, o primeiro número do jornal de língua alemã de apoio a Portugal, intitulado FUR EIN SOZIALISTISCHES PORTUGAL, da responsabilidade da organização trotskista Gruppe Internationale Marxisten.1 de Junho de 1975 – Rebenta um engenho explosivo artesanal em Campo de Ourique, Lisboa, num atentado reivindicado pelo ELP.2 de Junho de 1975 – Abertura solene da Assembleia Constituinte composta por 250 deputados, perante o Presidente da República general Francisco da Costa Gomes, o primeiro-ministro Vasco Gonçalves e o representante do Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, vice-almirante José Pinheiro de Azevedo. Costa Gomes, no seu discurso, defende «um socialismo pluripartidário, uma simbiose profunda entre as vias revolucionárias e eleitoral».2 de Junho de 1975 – A UDP considera que «o povo tem de ter presente que as suas conquistas, hoje como ontem, são obtidas através da luta», não devendo ficar à «espera das resoluções da Assembleia Constituinte».2 de Junho de 1975 – Tentativa de restabelecer a ligação do emissor da Lousã da Rádio Renascença com os estúdios de Lisboa, e que estava ocupado pelo Conselho de Gerência.2 de Junho de 1975 – Os operadores do serviço técnico do emissor de Benfica da Rádio Renascença emitem um comunicado, onde se manifestam contra a ocupação e esclarecendo a acusação de sabotagem que praticaram no Centro Emissor da Buraca com o objectivo de transmitir a partir dali o sinal proveniente do Porto.2 de Junho de 1975 – Trabalhadores ocuparam o supermercado Bom Barato e a Quinta da Marquesa, em Pinheiro da Légua, Palmela.2 de Junho de 1975 – Os sindicalistas da indústria vidreira solicitam «aos camaradas trabalhadores» do ramo de hotelaria, cafetaria e afins para «que exijam ao patronato a compra de vidros nacionais» e pedem «ao público consumidor» que prefira «o vidro fabricado em Portugal», pois está em causa «o direito ao trabalho e ao salário de cerca de 20 mil trabalhadores».2 de Junho de 1975 – Manifestação em Lisboa para reivindicar a «libertação de Arnaldo de Matos e de todos os antifascistas presos na noite de 28 de Maio».3 de Junho de 1975 – Devido ao risco de desemprego, os professores agregados do ensino primário exigem a passagem imediata ao quadro definitivo.3 de Junho de 1975 – Comunicado da UDP apoiando «a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença» e saudando a ocupação como forma «para combater a sistemática chantagem económica» da Gerência.3 de Junho de 1975 – Conferência de imprensa do Secretariado Nacional Provisório Pró-Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros – CRTSM, para fazer o ponto da situação da organização em Viana do Castelo, Porto, Marinha Grande e Covilhã.3 de Junho de 1975 – Manifestação do MRPP em Caxias.3 de Junho de 1975 – Publicação do despacho do Ministério da Agricultura que corta o crédito agrícola aos associados das cooperativas que não explorem a terra.3 de Junho de 1975 – Atentado bombista de extrema-direita em Lisboa, com lançamento duma granada.3 de Junho de 1975 – Comício do Movimento Democrático de Mulheres, no Pavilhão dos Desportos de Lisboa, de homenagem à coronel Valentina Terechkova, cosmonauta soviética, com a presença de Maria Lamas, Álvaro Cunhal, Henrique de Barros e major Moniz Basset.4 de Junho de 1975 – General Francisco da Costa Gomes inicia uma viagem de Estado a França, com estadia de 4 dias e encontro com Valéry Giscard d’Estaing, seu homólogo francês. 4 de Junho de 1975 – O vice-almirante José Pinheiro de Azevedo é designado para desempenhar interinamente as funções de Presidente da República, por resolução do Conselho da Revolução.4 de Junho de 1975 – Américo Duarte, deputado da UDP, solicita o não reconhecimento e a não aceitação do mandato de João Mota Amaral (PPD), pondo em causa «elementos responsáveis na elaboração de legislação fascista das anteriores Assembleias Nacionais», e pronuncia-se sobre a composição e actuação da Comissão de Verificação de Poderes dos Deputados da Assembleia Constituinte.4 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Octávio Floriano Pato, deputado do PCP, fazendo considerações acerca da composição da Comissão de Verificação de Poderes, apresentando uma proposta nesse sentido. 4 de Junho de 1975 – Resolução do Conselho de Ministros que adopta várias providências relativas ao empreendimento de Cabora Bassa, Moçambique.4 de Junho de 1975 – Resolução do Conselho da Revolução que nomeia a Comissão do MFA prevista na Plataforma de Acordo Constitucional com os partidos políticos, para acompanhar os trabalhos da Constituinte, com a seguinte composição: coronel Germano Pontes de Sousa, capitão-de-fragata Adolfo da Silva Figueiredo, major eng.º Delfim Campos Moura, major Evaristo Ramalhinho Duarte, major António de Faria Leal, primeiro-tenente Tito Peixe Cerqueira, capitão Luís Freire Antunes, alferes José Joaquim Soudo. Foi ratificada a 4 de Junho, comunicada à Assembleia Constituinte a 5 e publicada a 7 de Junho de 1975.4 de Junho de 1975 – Atentado contra a Galeria Nacional de Arte Moderna, perto do Mercado do Povo, em Lisboa, ao inicio da madrugada, com um engenho explosivo artesanal (cocktail Molotov), atribuído ao ELP.4 de Junho de 1975 – Georges Marchais, secretário-geral do Partido Comunista Francês, acusa Enrico Berlinguer, secretário-geral do Partido Comunista Italiano, pelas posições que o seu homólogo italiano tomou de adesão às teses socialistas em relação ao Caso REPÚBLICA.5 de Junho de 1975 – Comunicado da Comissão Coordenadora dos Trabalhadores da Rádio Renascença intitulado “Os Bárbaros e os Anjinhos do Senhor”, denunciando as atitudes do Conselho de Gerência, a quem acusam de falta de «apego à verdade».5 de Junho de 1975 – João Alferes Gonçalves, da Comissão Coordenadora dos Trabalhadores da Rádio Renascença, defende a nacionalização da emissora, na medida em que as «frequências de rádio, devido à sua limitação concreta, devem ser um património nacional».5 de Junho de 1975 – A UDP e a ORPC (m-l) colocam sérias reservas ao assalto às sedes do MRPP, considerado um «bando» com «interesses fascistas e imperialistas», mas realçam que «os verdadeiros fascistas continuam a reorganizar-se activamente e a ser libertados às centenas».5 de Junho de 1975 – Eleição da Mesa da Assembleia Constituinte, que ficou constituída pelos seguintes elementos: presidente Henrique Queirós de Barros (PS); vice-presidentes Vasco da Gama Fernandes (PS), Francisco Pinto Balsemão (PPD) e José Tavares Magro (PCP); secretários António Duarte Arnaut (PS), Carlos Coelho de Sousa (PPD) e José Nunes de Almeida (PCP); vice-secretários Alfredo Fernando Carvalho (PS) e Sebastião Dias Marques (PPD). O deputado Américo dos Reis Duarte (UDP) protesta contra a inclusão do nome de Pinto Balsemão por ter tido assento parlamentar no anterior regime.5 de Junho de 1975 – Eleição da Comissão do Regimento da Assembleia Constituinte composta pelos seguinte elementos: António Cândido Macedo, Carlos Costa Candal, Luís Filipe Nascimento Madeira e Aquilino Ribeiro Machado (PS); Jorge Loureiro de Miranda, Leonardo Ribeiro de Almeida e Manuel da Costa Andrade (PPD); Ângelo Mendes Veloso e José Lopes de Almeida (PCP); Basílio Horta da França (CDS); Luís Alves Catarino (MDP); e Diamantino de Oliveira Ferreira (Macau). O deputado da UDP recusou aceitar a lugar para o qual foi eleito.5 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de José Lopes de Almeida, deputado do PCP, para subscrever uma declaração de voto sobre o parecer da Comissão de Verificação de Poderes da Assembleia Constituinte.5 de Junho de 1975 – Decretos-Lei n.º 280/75 e 280-C/75 aprova a nacionalização de empresas individuais e societárias de transportes rodoviários de passageiros e mercadorias.5 de Junho de 1975 – Decreto-Lei n.º 280-A/75 aprova a nacionalização do Metropolitano de Lisboa.5 de Junho de 1975 – Decreto-Lei n.º 280-B/75 que nacionaliza a Empresa Geral de Transportes, SARL.5 de Junho de 1975 – Decreto-Lei n.º 280-C/75 que nacionaliza 54 empresas de camionagem, dos grupo João Belo, Claras, Sernache, Eduardo Jorge, Transul, Boa Viagem, Pereira Marques, Empresa de Viação Algarve e Viação Auto-Motora de Braga.5 de Junho de 1975 – Rebentamento dum engenho explosivo junto duma dependência bancária em Lisboa, acto atribuído à extrema-direita.5 de Junho de 1975 – DIÁRIO DE LISBOA publica o seu Estatuto Editorial, onde se declara «partidário» e defensor do «pluralismo revolucionário». Era seu director António Pedro de Ruella Ramos e tinha José Cardoso Pires como director-adjunto.6 de Junho de 1975 – A Comissão Central de Trabalhadores do Sul da Philips Portuguesa aprova uma moção exigindo que o Ministério dos Assuntos Sociais, as Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia dêem condições às Comissões de Moradores no sentido da «construção para já de infantários em todas as freguesias» para resolver «o grave problema da protecção da criança».6 de Junho de 1975 – Inicia-se a greve dos trabalhadores do sector das lavandarias e tinturarias para defesa do seu caderno reivindicativo e pela melhoria das condições de trabalho, devido à recusa do grémio em negociar com o sindicato.6 de Junho de 1975 – Os trabalhadores do Instituto de Obras Sociais ocupam as instalações em protesto contra atitudes antidemocráticas da Comissão Administrativa e erros de gestão.6 de Junho de 1975 – Foi ocupado o consulado português em Lausanne, Suíça, em defesa dos interesses do trabalhadores portugueses emigrados.6 de Junho de 1975 – Reunião Geral de Trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa termina com incidentes e divisionismo entre os participantes.6 de Junho de 1975 – O Conselho da Revolução define a sua posição no “Caso REPÚBLICA” e determina a desselagem e reabertura do jornal, de acordo com a legislação em vigor, «logo que a administração assim o solicite», mas ressalva que a Lei de Imprensa se encontra desactualizada, recomendando a sua revisão.6 de Junho de 1975 – O semanário italiano EUROPEO publica a entrevista que Álvaro Cunhal concedeu à jornalista Oriana Fallaci, originando grande controvérsia pelas repercussões atingidas e sobre a veracidade das declarações em causa. Cunhal sempre negou ter proferido algumas das declarações constantes da entrevista.6 de Junho de 1975 – Os ministros do PS regressam ao Governo Provisório depois de lhes ter sido prometido pelo Conselho da Revolução que o jornal seria devolvido aos proprietários.6 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Carlos Alfredo de Brito, deputado do PCP, acerca da eleição da Mesa da Assembleia Constituinte.6 de Junho de 1975 – Realizam-se as chamadas “manifestações quentes” em Ponta Delgada, convocadas pela Frente de Libertação dos Açores, sob a palavra de ordem “a FLA Basta para o MFA”, com apoio do Movimento de Autodeterminação do Povo Açoriano (MAPA), PPD e do CDS. Culminam com a demissão do governador civil do distrito autónomo, António Borges Coutinho de Medeiros, conotado com o MDP. Foi invadido o emissor regional e durante os incidentes militantes de esquerda foram agredidos. Por coincidência, a esquadra da OTAN estava na ilha de São Miguel.6 de Junho de 1975 – General Altino Pinto de Magalhães, governador militar dos Açores, assume as funções de governador civil interino do distrito autónomo de Ponta Delgada.6 de Junho de 1975 – Durante uma manifestação contra a esquerda em Bragança, são agredidos vários dirigente locais do MDP/CDE, em especial Otílio Palheiros de Figueiredo, que dias antes criticara a inércia das autoridades «face às manobras da reacção».6 de Junho de 1975 – O Liceu Alexandre Herculano, no Porto, foi encerrado por ordem superior, devido a «graves incidentes» entre simpatizantes do MRPP e UEC, quando aqueles faziam um esclarecimento sobre a prisão de Arnaldo de Matos.6 de Junho de 1975 – Publicação do despacho do Ministério da Agricultura ao abrigo do qual o Estado intervém na Herdade Corte Condeça e anexa.6 de Junho de 1975 – Joaquim Letria, director de O JORNAL, afirma que «mesmo aqueles que consideram que o MRPP é frequentemente nocivo ao processo revolucionário», colocaram reservas à prisão dos «militantes detidos em Caxias e em Pinheiro da Cruz», que rotula de «violência desnecessária». É feita a primeira referência pública à “linha negra”, encabeçada por José Saldanha Sanches, director do jornal LUTA POPULAR, e “linha vermelha”, liderada por Arnaldo de Matos.7 de Junho de 1975 – Manifestação de inquilinos e moradores em Setúbal sobre questões de rendas e da qualidade das habitações.7 de Junho de 1975 – Os trabalhadores rurais ocupam as herdades da Ínsua, Misericórdia e Galinha, em Pias, Baixo Alentejo, para defender o emprego de 200 assalariados, fazem o inventário dos bens e elegem uma comissão dos trabalhadores.7 de Junho de 1975 – Foi restabelecida a ligação do emissor da Lousã da Rádio Renascença com os estúdios de Lisboa, controlada pelos trabalhadores. No local permanece um piquete de vigilância dos trabalhadores.7 de Junho de 1975 – Os moradores do Bairro da Rua Nova, em Moscavide, fazem um jornada de trabalho para limpeza, reparações e melhoria das condições de habitação em todo o bairro.7 de Junho de 1975 – Greve nas salas de cinema em todo o país, como forma de pressão para homologação do contracto colectivo de trabalho dos profissionais do sector.7 de Junho de 1975 – O JORNAL NOVO divulga extractos da entrevista de Álvaro Cunhal à jornalista Oriana Fallaci, onde o secretário-geral do PCP declara que «em Portugal não haverá qualquer parlamento», a democracia significa «liquidar o capitalismo e os monopólios», afirmando também que as eleições «não têm qualquer importância», nem o PS e o PPD «compõem a maioria», pois «eles não têm a maioria», a «Assembleia Constituinte certamente que não será um órgão legislativo» e «não será uma câmara de deputados».7 de Junho de 1975 – Comunicado da Secção de Informação e Propaganda do PCP sobre “as transcrições feitas à entrevista”, que revelam «tendenciosa deformação das palavras» do «camarada Álvaro Cunhal», inserindo-se «na sistemática campanha anticomunista que a reacção interna e externa» fazem, como o demonstra esta «grosseira deturpação das palavras».7 de Junho de 1975 – Publicação da resolução do Conselho da Revolução que determina que o «SDCI seja dirigido superiormente por três membros do CR, os quais terão, para todos os efeitos, competência igual à de ministro», sendo nomeados o capitão-tenente Carlos de Almada Contreras como director, e o major José Gabriel Pereira Pinto e o capitão Luís Ernesto Ferreira Macedo como subdirectores.7 de Junho de 1975 – Aparecem os CDL – Comités de Defesa da Liberdade, impulsionados pelo general Soares Carneiro, cujo panfletos eram impressos na tipografia da igreja bracarense, inserido no âmbito de guerra psicológica anticomunista. Na mesma linha e para difusão dos panfletos entre os militares do Quadro Permanente foram usadas diversas siglas: CRAC – Cruzada Renascida Anti-Comunista e MDFA – Movimento Democrático das Forças Armadas.7 de Junho de 1975 – No inicio da madrugada, em várias ruas de Lisboa, de uma viatura foram disparados tiros «sem direcção», com «o intuito de perturbação», acto reivindicado pela extrema-direita.


1 de Junho de 1975 – Realiza-se o I Plenário dos Moradores de Beja, convocado pela Comissão de Moradores de Beja, Comissão de Moradores do Bairro da Morgada de Apariça, Associação de Moradores do Bairro do Pelame e Associação de Moradores do Bairro da Boa Esperança, para apreciar os problemas da ocupação de fogos vagos, as relações com a Câmara Municipal, os equipamentos sociais, a dinamização cultural, proibição dos despejos, exigir o reconhecimento jurídico das Comissões de Moradores e eleger um Secretariado Provisório das Inter-Comissões de Moradores de Beja.1 de Junho de 1975 – As costureiras da fábrica Casa Candidinha, Porto, assumem a gestão e controlo de produção da empresa para assegurar os postos de trabalho e os salários.1 de Junho de 1975 – Manifestação promovida pelo PCP, MDP/CDE e FSP, de apoio ao general Vasco Gonçalves, às nacionalizações e ao reforço da reforma agrária.1 de Junho de 1975 – Termina o I Congresso da JSD, com discurso final de Emídio Guerreiro.1 de Junho de 1975 – MRPP realiza em Moscavide uma “Jornada Operária Popular e Patriótica”, com exibição do grupo coral, filmes e comício, apoiada pela revista O TEMPO E O MODO, organização Yenan e a Editora Vento de Leste.1 de Junho de 1975 – Publica-se em Frankfurt, Alemanha Federal, o primeiro número do jornal de língua alemã de apoio a Portugal, intitulado FUR EIN SOZIALISTISCHES PORTUGAL, da responsabilidade da organização trotskista Gruppe Internationale Marxisten.1 de Junho de 1975 – Rebenta um engenho explosivo artesanal em Campo de Ourique, Lisboa, num atentado reivindicado pelo ELP.2 de Junho de 1975 – Abertura solene da Assembleia Constituinte composta por 250 deputados, perante o Presidente da República general Francisco da Costa Gomes, o primeiro-ministro Vasco Gonçalves e o representante do Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, vice-almirante José Pinheiro de Azevedo. Costa Gomes, no seu discurso, defende «um socialismo pluripartidário, uma simbiose profunda entre as vias revolucionárias e eleitoral».2 de Junho de 1975 – A UDP considera que «o povo tem de ter presente que as suas conquistas, hoje como ontem, são obtidas através da luta», não devendo ficar à «espera das resoluções da Assembleia Constituinte».2 de Junho de 1975 – Tentativa de restabelecer a ligação do emissor da Lousã da Rádio Renascença com os estúdios de Lisboa, e que estava ocupado pelo Conselho de Gerência.2 de Junho de 1975 – Os operadores do serviço técnico do emissor de Benfica da Rádio Renascença emitem um comunicado, onde se manifestam contra a ocupação e esclarecendo a acusação de sabotagem que praticaram no Centro Emissor da Buraca com o objectivo de transmitir a partir dali o sinal proveniente do Porto.2 de Junho de 1975 – Trabalhadores ocuparam o supermercado Bom Barato e a Quinta da Marquesa, em Pinheiro da Légua, Palmela.2 de Junho de 1975 – Os sindicalistas da indústria vidreira solicitam «aos camaradas trabalhadores» do ramo de hotelaria, cafetaria e afins para «que exijam ao patronato a compra de vidros nacionais» e pedem «ao público consumidor» que prefira «o vidro fabricado em Portugal», pois está em causa «o direito ao trabalho e ao salário de cerca de 20 mil trabalhadores».2 de Junho de 1975 – Manifestação em Lisboa para reivindicar a «libertação de Arnaldo de Matos e de todos os antifascistas presos na noite de 28 de Maio».3 de Junho de 1975 – Devido ao risco de desemprego, os professores agregados do ensino primário exigem a passagem imediata ao quadro definitivo.3 de Junho de 1975 – Comunicado da UDP apoiando «a luta dos trabalhadores da Rádio Renascença» e saudando a ocupação como forma «para combater a sistemática chantagem económica» da Gerência.3 de Junho de 1975 – Conferência de imprensa do Secretariado Nacional Provisório Pró-Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros – CRTSM, para fazer o ponto da situação da organização em Viana do Castelo, Porto, Marinha Grande e Covilhã.3 de Junho de 1975 – Manifestação do MRPP em Caxias.3 de Junho de 1975 – Publicação do despacho do Ministério da Agricultura que corta o crédito agrícola aos associados das cooperativas que não explorem a terra.3 de Junho de 1975 – Atentado bombista de extrema-direita em Lisboa, com lançamento duma granada.3 de Junho de 1975 – Comício do Movimento Democrático de Mulheres, no Pavilhão dos Desportos de Lisboa, de homenagem à coronel Valentina Terechkova, cosmonauta soviética, com a presença de Maria Lamas, Álvaro Cunhal, Henrique de Barros e major Moniz Basset.4 de Junho de 1975 – General Francisco da Costa Gomes inicia uma viagem de Estado a França, com estadia de 4 dias e encontro com Valéry Giscard d’Estaing, seu homólogo francês. 4 de Junho de 1975 – O vice-almirante José Pinheiro de Azevedo é designado para desempenhar interinamente as funções de Presidente da República, por resolução do Conselho da Revolução.4 de Junho de 1975 – Américo Duarte, deputado da UDP, solicita o não reconhecimento e a não aceitação do mandato de João Mota Amaral (PPD), pondo em causa «elementos responsáveis na elaboração de legislação fascista das anteriores Assembleias Nacionais», e pronuncia-se sobre a composição e actuação da Comissão de Verificação de Poderes dos Deputados da Assembleia Constituinte.4 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Octávio Floriano Pato, deputado do PCP, fazendo considerações acerca da composição da Comissão de Verificação de Poderes, apresentando uma proposta nesse sentido. 4 de Junho de 1975 – Resolução do Conselho de Ministros que adopta várias providências relativas ao empreendimento de Cabora Bassa, Moçambique.4 de Junho de 1975 – Resolução do Conselho da Revolução que nomeia a Comissão do MFA prevista na Plataforma de Acordo Constitucional com os partidos políticos, para acompanhar os trabalhos da Constituinte, com a seguinte composição: coronel Germano Pontes de Sousa, capitão-de-fragata Adolfo da Silva Figueiredo, major eng.º Delfim Campos Moura, major Evaristo Ramalhinho Duarte, major António de Faria Leal, primeiro-tenente Tito Peixe Cerqueira, capitão Luís Freire Antunes, alferes José Joaquim Soudo. Foi ratificada a 4 de Junho, comunicada à Assembleia Constituinte a 5 e publicada a 7 de Junho de 1975.4 de Junho de 1975 – Atentado contra a Galeria Nacional de Arte Moderna, perto do Mercado do Povo, em Lisboa, ao inicio da madrugada, com um engenho explosivo artesanal (cocktail Molotov), atribuído ao ELP.4 de Junho de 1975 – Georges Marchais, secretário-geral do Partido Comunista Francês, acusa Enrico Berlinguer, secretário-geral do Partido Comunista Italiano, pelas posições que o seu homólogo italiano tomou de adesão às teses socialistas em relação ao Caso REPÚBLICA.5 de Junho de 1975 – Comunicado da Comissão Coordenadora dos Trabalhadores da Rádio Renascença intitulado “Os Bárbaros e os Anjinhos do Senhor”, denunciando as atitudes do Conselho de Gerência, a quem acusam de falta de «apego à verdade».5 de Junho de 1975 – João Alferes Gonçalves, da Comissão Coordenadora dos Trabalhadores da Rádio Renascença, defende a nacionalização da emissora, na medida em que as «frequências de rádio, devido à sua limitação concreta, devem ser um património nacional».5 de Junho de 1975 – A UDP e a ORPC (m-l) colocam sérias reservas ao assalto às sedes do MRPP, considerado um «bando» com «interesses fascistas e imperialistas», mas realçam que «os verdadeiros fascistas continuam a reorganizar-se activamente e a ser libertados às centenas».5 de Junho de 1975 – Eleição da Mesa da Assembleia Constituinte, que ficou constituída pelos seguintes elementos: presidente Henrique Queirós de Barros (PS); vice-presidentes Vasco da Gama Fernandes (PS), Francisco Pinto Balsemão (PPD) e José Tavares Magro (PCP); secretários António Duarte Arnaut (PS), Carlos Coelho de Sousa (PPD) e José Nunes de Almeida (PCP); vice-secretários Alfredo Fernando Carvalho (PS) e Sebastião Dias Marques (PPD). O deputado Américo dos Reis Duarte (UDP) protesta contra a inclusão do nome de Pinto Balsemão por ter tido assento parlamentar no anterior regime.5 de Junho de 1975 – Eleição da Comissão do Regimento da Assembleia Constituinte composta pelos seguinte elementos: António Cândido Macedo, Carlos Costa Candal, Luís Filipe Nascimento Madeira e Aquilino Ribeiro Machado (PS); Jorge Loureiro de Miranda, Leonardo Ribeiro de Almeida e Manuel da Costa Andrade (PPD); Ângelo Mendes Veloso e José Lopes de Almeida (PCP); Basílio Horta da França (CDS); Luís Alves Catarino (MDP); e Diamantino de Oliveira Ferreira (Macau). O deputado da UDP recusou aceitar a lugar para o qual foi eleito.5 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de José Lopes de Almeida, deputado do PCP, para subscrever uma declaração de voto sobre o parecer da Comissão de Verificação de Poderes da Assembleia Constituinte.5 de Junho de 1975 – Decretos-Lei n.º 280/75 e 280-C/75 aprova a nacionalização de empresas individuais e societárias de transportes rodoviários de passageiros e mercadorias.5 de Junho de 1975 – Decreto-Lei n.º 280-A/75 aprova a nacionalização do Metropolitano de Lisboa.5 de Junho de 1975 – Decreto-Lei n.º 280-B/75 que nacionaliza a Empresa Geral de Transportes, SARL.5 de Junho de 1975 – Decreto-Lei n.º 280-C/75 que nacionaliza 54 empresas de camionagem, dos grupo João Belo, Claras, Sernache, Eduardo Jorge, Transul, Boa Viagem, Pereira Marques, Empresa de Viação Algarve e Viação Auto-Motora de Braga.5 de Junho de 1975 – Rebentamento dum engenho explosivo junto duma dependência bancária em Lisboa, acto atribuído à extrema-direita.5 de Junho de 1975 – DIÁRIO DE LISBOA publica o seu Estatuto Editorial, onde se declara «partidário» e defensor do «pluralismo revolucionário». Era seu director António Pedro de Ruella Ramos e tinha José Cardoso Pires como director-adjunto.6 de Junho de 1975 – A Comissão Central de Trabalhadores do Sul da Philips Portuguesa aprova uma moção exigindo que o Ministério dos Assuntos Sociais, as Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia dêem condições às Comissões de Moradores no sentido da «construção para já de infantários em todas as freguesias» para resolver «o grave problema da protecção da criança».6 de Junho de 1975 – Inicia-se a greve dos trabalhadores do sector das lavandarias e tinturarias para defesa do seu caderno reivindicativo e pela melhoria das condições de trabalho, devido à recusa do grémio em negociar com o sindicato.6 de Junho de 1975 – Os trabalhadores do Instituto de Obras Sociais ocupam as instalações em protesto contra atitudes antidemocráticas da Comissão Administrativa e erros de gestão.6 de Junho de 1975 – Foi ocupado o consulado português em Lausanne, Suíça, em defesa dos interesses do trabalhadores portugueses emigrados.6 de Junho de 1975 – Reunião Geral de Trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa termina com incidentes e divisionismo entre os participantes.6 de Junho de 1975 – O Conselho da Revolução define a sua posição no “Caso REPÚBLICA” e determina a desselagem e reabertura do jornal, de acordo com a legislação em vigor, «logo que a administração assim o solicite», mas ressalva que a Lei de Imprensa se encontra desactualizada, recomendando a sua revisão.6 de Junho de 1975 – O semanário italiano EUROPEO publica a entrevista que Álvaro Cunhal concedeu à jornalista Oriana Fallaci, originando grande controvérsia pelas repercussões atingidas e sobre a veracidade das declarações em causa. Cunhal sempre negou ter proferido algumas das declarações constantes da entrevista.6 de Junho de 1975 – Os ministros do PS regressam ao Governo Provisório depois de lhes ter sido prometido pelo Conselho da Revolução que o jornal seria devolvido aos proprietários.6 de Junho de 1975 – Primeira intervenção parlamentar de Carlos Alfredo de Brito, deputado do PCP, acerca da eleição da Mesa da Assembleia Constituinte.6 de Junho de 1975 – Realizam-se as chamadas “manifestações quentes” em Ponta Delgada, convocadas pela Frente de Libertação dos Açores, sob a palavra de ordem “a FLA Basta para o MFA”, com apoio do Movimento de Autodeterminação do Povo Açoriano (MAPA), PPD e do CDS. Culminam com a demissão do governador civil do distrito autónomo, António Borges Coutinho de Medeiros, conotado com o MDP. Foi invadido o emissor regional e durante os incidentes militantes de esquerda foram agredidos. Por coincidência, a esquadra da OTAN estava na ilha de São Miguel.6 de Junho de 1975 – General Altino Pinto de Magalhães, governador militar dos Açores, assume as funções de governador civil interino do distrito autónomo de Ponta Delgada.6 de Junho de 1975 – Durante uma manifestação contra a esquerda em Bragança, são agredidos vários dirigente locais do MDP/CDE, em especial Otílio Palheiros de Figueiredo, que dias antes criticara a inércia das autoridades «face às manobras da reacção».6 de Junho de 1975 – O Liceu Alexandre Herculano, no Porto, foi encerrado por ordem superior, devido a «graves incidentes» entre simpatizantes do MRPP e UEC, quando aqueles faziam um esclarecimento sobre a prisão de Arnaldo de Matos.6 de Junho de 1975 – Publicação do despacho do Ministério da Agricultura ao abrigo do qual o Estado intervém na Herdade Corte Condeça e anexa.6 de Junho de 1975 – Joaquim Letria, director de O JORNAL, afirma que «mesmo aqueles que consideram que o MRPP é frequentemente nocivo ao processo revolucionário», colocaram reservas à prisão dos «militantes detidos em Caxias e em Pinheiro da Cruz», que rotula de «violência desnecessária». É feita a primeira referência pública à “linha negra”, encabeçada por José Saldanha Sanches, director do jornal LUTA POPULAR, e “linha vermelha”, liderada por Arnaldo de Matos.7 de Junho de 1975 – Manifestação de inquilinos e moradores em Setúbal sobre questões de rendas e da qualidade das habitações.7 de Junho de 1975 – Os trabalhadores rurais ocupam as herdades da Ínsua, Misericórdia e Galinha, em Pias, Baixo Alentejo, para defender o emprego de 200 assalariados, fazem o inventário dos bens e elegem uma comissão dos trabalhadores.7 de Junho de 1975 – Foi restabelecida a ligação do emissor da Lousã da Rádio Renascença com os estúdios de Lisboa, controlada pelos trabalhadores. No local permanece um piquete de vigilância dos trabalhadores.7 de Junho de 1975 – Os moradores do Bairro da Rua Nova, em Moscavide, fazem um jornada de trabalho para limpeza, reparações e melhoria das condições de habitação em todo o bairro.7 de Junho de 1975 – Greve nas salas de cinema em todo o país, como forma de pressão para homologação do contracto colectivo de trabalho dos profissionais do sector.7 de Junho de 1975 – O JORNAL NOVO divulga extractos da entrevista de Álvaro Cunhal à jornalista Oriana Fallaci, onde o secretário-geral do PCP declara que «em Portugal não haverá qualquer parlamento», a democracia significa «liquidar o capitalismo e os monopólios», afirmando também que as eleições «não têm qualquer importância», nem o PS e o PPD «compõem a maioria», pois «eles não têm a maioria», a «Assembleia Constituinte certamente que não será um órgão legislativo» e «não será uma câmara de deputados».7 de Junho de 1975 – Comunicado da Secção de Informação e Propaganda do PCP sobre “as transcrições feitas à entrevista”, que revelam «tendenciosa deformação das palavras» do «camarada Álvaro Cunhal», inserindo-se «na sistemática campanha anticomunista que a reacção interna e externa» fazem, como o demonstra esta «grosseira deturpação das palavras».7 de Junho de 1975 – Publicação da resolução do Conselho da Revolução que determina que o «SDCI seja dirigido superiormente por três membros do CR, os quais terão, para todos os efeitos, competência igual à de ministro», sendo nomeados o capitão-tenente Carlos de Almada Contreras como director, e o major José Gabriel Pereira Pinto e o capitão Luís Ernesto Ferreira Macedo como subdirectores.7 de Junho de 1975 – Aparecem os CDL – Comités de Defesa da Liberdade, impulsionados pelo general Soares Carneiro, cujo panfletos eram impressos na tipografia da igreja bracarense, inserido no âmbito de guerra psicológica anticomunista. Na mesma linha e para difusão dos panfletos entre os militares do Quadro Permanente foram usadas diversas siglas: CRAC – Cruzada Renascida Anti-Comunista e MDFA – Movimento Democrático das Forças Armadas.7 de Junho de 1975 – No inicio da madrugada, em várias ruas de Lisboa, de uma viatura foram disparados tiros «sem direcção», com «o intuito de perturbação», acto reivindicado pela extrema-direita.

marcar artigo