Bad girls go everywhere: Testemunha de Jeová, eu? Não, graças a Deus!

04-10-2009
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Durante anos interroguei-me sobre a capacidade de persistência das testemunhas de Jeová. Durante semanas seguidas, ao longo de vários meses que, possivelmente, se terão transformado em anos, todos os Sábados de manhã tocavam à campainha de casa dos meus pais duas senhoras cuja intenção era espalhar "a palavra". Todas as semanas nós ignorávamos a campainha num hábito que passou dos meus pais para mim: quem é bem vindo a esta casa avisa que vem. Quando não avisa que vem, tem de avisar que está à porta. Mesmo hoje em dia, no meu pequeno T1, não levanto o rabo do sofá da sala para dar três passos e ir ao vídeo porteiro espreitar quem toca. Mas quando era miúda espreitava do canto da janela, rebentando de curiosidade sobre o que levava aquelas senhoras a insistir, vezes sem conta, naquela morada que não lhes dava resposta. Pois muito bem. Hoje cheguei à conclusão que, inadvertidamente ou, pelo menos, subconscientemente, eu me ando a comportar como uma testemunha de Jeová. Bato constantemente a uma porta que está sempre fechada.Tal como as senhoras se fartaram de ir tocar à campainha dos meus pais, também eu me fartei de bater a uma porta que não me dá resposta. E, tal como as senhoras que todos os Sábados de manhã por lá apareciam se devem ter apercebido, também eu já me apercebi que há alguém que espreita, curiosamente, de um canto da janela. Talvez com a mesma inocência e curiosidade que me levava a pensar, semana após semana, quais as razões que levavam aquelas senhoras a bater a uma porta que nunca se iria abrir, e porque é que elas não percebiam que ali não era o lugar delas...


Durante anos interroguei-me sobre a capacidade de persistência das testemunhas de Jeová. Durante semanas seguidas, ao longo de vários meses que, possivelmente, se terão transformado em anos, todos os Sábados de manhã tocavam à campainha de casa dos meus pais duas senhoras cuja intenção era espalhar "a palavra". Todas as semanas nós ignorávamos a campainha num hábito que passou dos meus pais para mim: quem é bem vindo a esta casa avisa que vem. Quando não avisa que vem, tem de avisar que está à porta. Mesmo hoje em dia, no meu pequeno T1, não levanto o rabo do sofá da sala para dar três passos e ir ao vídeo porteiro espreitar quem toca. Mas quando era miúda espreitava do canto da janela, rebentando de curiosidade sobre o que levava aquelas senhoras a insistir, vezes sem conta, naquela morada que não lhes dava resposta. Pois muito bem. Hoje cheguei à conclusão que, inadvertidamente ou, pelo menos, subconscientemente, eu me ando a comportar como uma testemunha de Jeová. Bato constantemente a uma porta que está sempre fechada.Tal como as senhoras se fartaram de ir tocar à campainha dos meus pais, também eu me fartei de bater a uma porta que não me dá resposta. E, tal como as senhoras que todos os Sábados de manhã por lá apareciam se devem ter apercebido, também eu já me apercebi que há alguém que espreita, curiosamente, de um canto da janela. Talvez com a mesma inocência e curiosidade que me levava a pensar, semana após semana, quais as razões que levavam aquelas senhoras a bater a uma porta que nunca se iria abrir, e porque é que elas não percebiam que ali não era o lugar delas...

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