A Ilusão da Visão: O ruído não chega para ganhar

29-09-2009
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No debate entre Francisco Louçã e José Sócrates a táctica do primeiro-ministro foi evidente: falar das propostas do Bloco, e repeti-las até à exaustão de forma a não restar tempo nem oportunidade para ter que defender a sua governação, o seu código de trabalho, as suas reformas, o seu programa. Na tentativa de se desviar das suas responsabilidades, Sócrates confirmou que o Bloco de Esquerda é um partido com programa de governo.A força do Bloco de Esquerda é a força das suas propostas. A estratégia comunicacional nos outdoors é clara, com cada outdoor - excepto os dois últimos - a veicular uma proposta forte do programa eleitoral. Todo o restante material de campanha, entrevistas e debates vão no mesmo sentido: transmitir as propostas do BE. Considero aliás que em torno dessas propostas se pode construir uma maioria social.Mas Sócrates só podia tentar ganhar pelo ruído. Começou por recorrer ao medo do papão, usando ao epíteto "radical" - um termo conjuntural e não estrutural - vezes sem conta, adornando por vezes por"extremista". Passou então para a confusão. Começou pela confusão da nacionalização da banca e dos seguros com a políticas públicas para o sector através da Caixa Geral de Depósitos [capítulo III.B.7, pág. 54] quando foi o próprio Sócrates a nacionalizar o BPN e os seus prejuízos.«Em terceiro lugar, o Estado construiu um regime fiscal que promove as desigualdades, que aumenta o peso dos impostos indirectos e que cria um regime de benefícios fiscais regressivo que favorece a especulação e o abandono dos serviços públicos por amplos grupos sociais, em especial na saúde e na educação.» - programa para um Governo BEA peça de resistência de Sócrates foi a questão dos benefícios fiscais na saúde e na educação, repetida à exaustão. Sócrates e o PS aumentaram as propinas, autorizaram o aumento do preço dos manuais escolares, rejeitaram incluir os dentistas no SNS e criaram novas taxas moderadoras para internamento e cirurgia, etc., aumentando o preço do acesso à saúde e à educação. Louçã e o BE defendem uma sistema nacional de saúde universal e gratuito e a educação universal e gratuita. Portanto, Sócrates dá amendoins, descapitalizando o Estado e tornando o sistema tributivo complexo, para de seguida cobrar diamantes no pagamento da saúde e da educação que o BE entende ser serviços públicos gratuitos.Um debate esclarecedor para os eleitores de esquerda, muito graças às tentativas de não esclarecer...Etiquetas: Bloco de Esquerda, PS

No debate entre Francisco Louçã e José Sócrates a táctica do primeiro-ministro foi evidente: falar das propostas do Bloco, e repeti-las até à exaustão de forma a não restar tempo nem oportunidade para ter que defender a sua governação, o seu código de trabalho, as suas reformas, o seu programa. Na tentativa de se desviar das suas responsabilidades, Sócrates confirmou que o Bloco de Esquerda é um partido com programa de governo.A força do Bloco de Esquerda é a força das suas propostas. A estratégia comunicacional nos outdoors é clara, com cada outdoor - excepto os dois últimos - a veicular uma proposta forte do programa eleitoral. Todo o restante material de campanha, entrevistas e debates vão no mesmo sentido: transmitir as propostas do BE. Considero aliás que em torno dessas propostas se pode construir uma maioria social.Mas Sócrates só podia tentar ganhar pelo ruído. Começou por recorrer ao medo do papão, usando ao epíteto "radical" - um termo conjuntural e não estrutural - vezes sem conta, adornando por vezes por"extremista". Passou então para a confusão. Começou pela confusão da nacionalização da banca e dos seguros com a políticas públicas para o sector através da Caixa Geral de Depósitos [capítulo III.B.7, pág. 54] quando foi o próprio Sócrates a nacionalizar o BPN e os seus prejuízos.«Em terceiro lugar, o Estado construiu um regime fiscal que promove as desigualdades, que aumenta o peso dos impostos indirectos e que cria um regime de benefícios fiscais regressivo que favorece a especulação e o abandono dos serviços públicos por amplos grupos sociais, em especial na saúde e na educação.» - programa para um Governo BEA peça de resistência de Sócrates foi a questão dos benefícios fiscais na saúde e na educação, repetida à exaustão. Sócrates e o PS aumentaram as propinas, autorizaram o aumento do preço dos manuais escolares, rejeitaram incluir os dentistas no SNS e criaram novas taxas moderadoras para internamento e cirurgia, etc., aumentando o preço do acesso à saúde e à educação. Louçã e o BE defendem uma sistema nacional de saúde universal e gratuito e a educação universal e gratuita. Portanto, Sócrates dá amendoins, descapitalizando o Estado e tornando o sistema tributivo complexo, para de seguida cobrar diamantes no pagamento da saúde e da educação que o BE entende ser serviços públicos gratuitos.Um debate esclarecedor para os eleitores de esquerda, muito graças às tentativas de não esclarecer...Etiquetas: Bloco de Esquerda, PS

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