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20-03-2005
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[1926]Vicente Jorge Silva (VJS) decidiu desvincular-se do PS, mas manter-se na Assembleia da República como deputado independente.Acho legítimo que VJS se desvincule do PS. Nada tenho a dizer quanto a isso. Já me custa a entender e a aceitar que se mantenha na Assembleia da República como deputado independente.Em primeiro lugar, VJS não necessita de ser deputado para «continuar a dar o [s]eu contributo ao debate político». Existem diversos mecanismos para o fazer e mal estaria a sociedade civil portuguesa se o único meio para continuar a dar um contributo para o debate político fosse como deputado.Poderia até dizer que esse é o pior local para se dar contributos para a vida política portuguesa. Enfim, não quero ir por esse caminho.Em segundo lugar, VJS não foi eleito como independente, mas sim como militante do PS. Ao renunciar à sua militância, VJS deixa de ser representante daqueles que o elegeram. Assim sendo, com que legitimidade política é que se mantém como deputado?P.S. (1) -- O Carlos Castro chama-me a atenção para o facto de, ao contrário do que escrevi, VJS se ter candidatado como independente. De facto, as eleições legislativas tiveram lugar no dia 17 de Março de 2002 e VJS apenas se filiou na semana seguinte. Este detalhe é importante do ponto de vista formal, mas irrelevante de um ponto de vista substantivo. Na altura, VJS justificou a sua decisão de se filiar nos seguintes termos:«Fi-lo, é claro, por causa de Ferro Rodrigues, porque acredito nele e porque me identifico com o seu combate genuíno pela renovação da esquerda portuguesa. Fi-lo também porque constatei que estava finalmente disponível para tentar mudar por dentro o que sempre criticara de fora».Depreendo que a sua desvinculação do PS significa que VJS deixou de tentar mudar por dentro o que sempre criticara de fora. Mais. Nada me move contra VJS, muito pelo contrário. É precisamente por o considerar uma pessoa íntegra que me entristece a sua falta de desprendimento. VJS reconhece o seu desencanto, mas depois não adopta a única posição compatível com esse estado de espírito. Afinal, o que é que continua a fazer no Parlamento?P.S. (2) -- "Vicente Jorge Silva de saída?", in Touch of Evil

[1926]Vicente Jorge Silva (VJS) decidiu desvincular-se do PS, mas manter-se na Assembleia da República como deputado independente.Acho legítimo que VJS se desvincule do PS. Nada tenho a dizer quanto a isso. Já me custa a entender e a aceitar que se mantenha na Assembleia da República como deputado independente.Em primeiro lugar, VJS não necessita de ser deputado para «continuar a dar o [s]eu contributo ao debate político». Existem diversos mecanismos para o fazer e mal estaria a sociedade civil portuguesa se o único meio para continuar a dar um contributo para o debate político fosse como deputado.Poderia até dizer que esse é o pior local para se dar contributos para a vida política portuguesa. Enfim, não quero ir por esse caminho.Em segundo lugar, VJS não foi eleito como independente, mas sim como militante do PS. Ao renunciar à sua militância, VJS deixa de ser representante daqueles que o elegeram. Assim sendo, com que legitimidade política é que se mantém como deputado?P.S. (1) -- O Carlos Castro chama-me a atenção para o facto de, ao contrário do que escrevi, VJS se ter candidatado como independente. De facto, as eleições legislativas tiveram lugar no dia 17 de Março de 2002 e VJS apenas se filiou na semana seguinte. Este detalhe é importante do ponto de vista formal, mas irrelevante de um ponto de vista substantivo. Na altura, VJS justificou a sua decisão de se filiar nos seguintes termos:«Fi-lo, é claro, por causa de Ferro Rodrigues, porque acredito nele e porque me identifico com o seu combate genuíno pela renovação da esquerda portuguesa. Fi-lo também porque constatei que estava finalmente disponível para tentar mudar por dentro o que sempre criticara de fora».Depreendo que a sua desvinculação do PS significa que VJS deixou de tentar mudar por dentro o que sempre criticara de fora. Mais. Nada me move contra VJS, muito pelo contrário. É precisamente por o considerar uma pessoa íntegra que me entristece a sua falta de desprendimento. VJS reconhece o seu desencanto, mas depois não adopta a única posição compatível com esse estado de espírito. Afinal, o que é que continua a fazer no Parlamento?P.S. (2) -- "Vicente Jorge Silva de saída?", in Touch of Evil

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