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23-05-2009
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LUIZ PACHECO - MAIS UM DIA DE NOITE

Luiz Pacheco, um espírito perspicaz e muito atento Emissão ONLINE

"Luiz Pacheco é um paradoxo de duas pernas". Esta é apenas uma das definições atribuídas ao homem/ escritor/ editor/ crítico literário que, tal "como um meteorito, passou pelo céu de Lisboa, rebentou e ficou em milhares de pedaços incandescentes, que foram caindo, e ainda hoje caem..." Mas qualquer definição que se atribua a Luiz Pacheco será sempre insuficiente face a um percurso que se pode considerar simultaneamente trágico e cómico.

Ao longo de 58 minutos temos a oportunidade de ouvir o testemunho do próprio Luiz Pacheco e o daqueles que com ele conviveram ou ainda convivem de perto. José Saramago, Mário Soares, Rui Zink, Eduardo Ferro Rodrigues, Vítor Silva Tavares e os próprios filhos, entre outros, falam da sua experiência e da sua opinião acerca de um homem que está longe de gerar consensos. Episódios únicos, relatados na primeira pessoa, com frontalidade, humor e emoção, intercalados com a representação dos seus próprios textos.

Oriundo de uma família da Burguesia rural, Luiz Pacheco sempre contrariou todas as regras de uma vida estável e confortável, chegando mesmo a viver de esmolas. Tanto na vida como na obra, ele viveu sempre no limite, afrontando, sem hesitação, as regras impostas pela sociedade. Numa época em que a censura não permitia a liberdade de expressão, Luiz Pacheco foi um dos escritores portugueses que abordou a homossexualidade na literatura. Chocou muita gente ao passar para texto uma cena de engate com um magala, durante a guerra colonial, naquele que ficou conhecido como um dos textos mais badalados da sua obra.

Foi preso diversas vezes, pelos textos que publicou e pelas mulheres menores com que se envolveu. Teve três mulheres oficiais e oito filhos. Mas o facto de ter posto a literatura acima da própria família levou à desagregação daquilo que ele chamava a sua "tribo". Os textos de Luiz Pacheco são considerados na sua grande maioria autobiográficos, reflectindo muitos deles as suas vivências diárias. Um dos mais notáveis é a "Comunidade", considerado unanimemente como uma obra-prima.

Mas a importância de Luiz Pacheco vai muito além daquilo que ele escreveu.

Considerado o "Sacristão do Surrealismo", Luiz Pacheco teve um papel fundamental na literatura portuguesa enquanto editor. Publicou obras de Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Herberto Helder, Natália Correia, Vergílio Ferreira, entre muitos outros. Luiz Pacheco foi ainda o primeiro editor do Marquês de Sade em Portugal e de muitos outros autores não divulgados anteriormente.

Uma das suas facetas mais polémicas é a de crítico literário. Por diversas vezes gerou verdadeiras ondas de consternação no meio literário português, ao publicar a sua opinião sobre autores e obras. Um dos seus folhetos mais célebres ó que denuncia uma situação de plágio entre dois conhecidos escritores portugueses.

Depois de ter vivido em inúmeras casas e quartos e de ter percorrido o país de lés a lés por diversas vezes, Luiz Pacheco encontrava-se num lar em Lisboa, de onde não saía há mais de dois anos. Mas apesar de debilitado fisicamente, Luiz Pacheco mantinha um espírito perspicaz e muito atento.

Luz Pacheco faleceu em 6 de Janeiro de 2008.

Emissão ONLINE

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Produção: Panavideo

Realização: António José de Almeida

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Luiz Pacheco, um espírito perspicaz e muito atento Emissão ONLINE

"Luiz Pacheco é um paradoxo de duas pernas". Esta é apenas uma das definições atribuídas ao homem/ escritor/ editor/ crítico literário que, tal "como um meteorito, passou pelo céu de Lisboa, rebentou e ficou em milhares de pedaços incandescentes, que foram caindo, e ainda hoje caem..." Mas qualquer definição que se atribua a Luiz Pacheco será sempre insuficiente face a um percurso que se pode considerar simultaneamente trágico e cómico.

Ao longo de 58 minutos temos a oportunidade de ouvir o testemunho do próprio Luiz Pacheco e o daqueles que com ele conviveram ou ainda convivem de perto. José Saramago, Mário Soares, Rui Zink, Eduardo Ferro Rodrigues, Vítor Silva Tavares e os próprios filhos, entre outros, falam da sua experiência e da sua opinião acerca de um homem que está longe de gerar consensos. Episódios únicos, relatados na primeira pessoa, com frontalidade, humor e emoção, intercalados com a representação dos seus próprios textos.

Oriundo de uma família da Burguesia rural, Luiz Pacheco sempre contrariou todas as regras de uma vida estável e confortável, chegando mesmo a viver de esmolas. Tanto na vida como na obra, ele viveu sempre no limite, afrontando, sem hesitação, as regras impostas pela sociedade. Numa época em que a censura não permitia a liberdade de expressão, Luiz Pacheco foi um dos escritores portugueses que abordou a homossexualidade na literatura. Chocou muita gente ao passar para texto uma cena de engate com um magala, durante a guerra colonial, naquele que ficou conhecido como um dos textos mais badalados da sua obra.

Foi preso diversas vezes, pelos textos que publicou e pelas mulheres menores com que se envolveu. Teve três mulheres oficiais e oito filhos. Mas o facto de ter posto a literatura acima da própria família levou à desagregação daquilo que ele chamava a sua "tribo". Os textos de Luiz Pacheco são considerados na sua grande maioria autobiográficos, reflectindo muitos deles as suas vivências diárias. Um dos mais notáveis é a "Comunidade", considerado unanimemente como uma obra-prima.

Mas a importância de Luiz Pacheco vai muito além daquilo que ele escreveu.

Considerado o "Sacristão do Surrealismo", Luiz Pacheco teve um papel fundamental na literatura portuguesa enquanto editor. Publicou obras de Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Herberto Helder, Natália Correia, Vergílio Ferreira, entre muitos outros. Luiz Pacheco foi ainda o primeiro editor do Marquês de Sade em Portugal e de muitos outros autores não divulgados anteriormente.

Uma das suas facetas mais polémicas é a de crítico literário. Por diversas vezes gerou verdadeiras ondas de consternação no meio literário português, ao publicar a sua opinião sobre autores e obras. Um dos seus folhetos mais célebres ó que denuncia uma situação de plágio entre dois conhecidos escritores portugueses.

Depois de ter vivido em inúmeras casas e quartos e de ter percorrido o país de lés a lés por diversas vezes, Luiz Pacheco encontrava-se num lar em Lisboa, de onde não saía há mais de dois anos. Mas apesar de debilitado fisicamente, Luiz Pacheco mantinha um espírito perspicaz e muito atento.

Luz Pacheco faleceu em 6 de Janeiro de 2008.

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