Interrupção Voluntária da Presidência: O tecto arbitrário

06-10-2009
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Desde Julho passado que o Presidente da República anda nervoso como nunca antes se vira, com os actos e omissões do governo. Pudera, pois se este é um executivo de iniciativa presidencial (apesar de a Constituição os não prever formalmente), e se foi ele o autor do pecado original na concepção e na obtusidade da solução encontrada.
Para tentar evitar que o desastre seja maior do que está à vista, Sampaio vê-se forçado a ter uma intervenção mais directa e incisiva nas áreas de actuação do governo, tentando colocar uma invisível mão por baixo, ou, qual Estebes do Herman, «dando as tácticas», como o fez ontem no banquete oferecido a Vaira Vike-Freiberga, sua homóloga da Letónia, ao dizer que Portugal não aceitará de Bruxelas «tectos arbitrários para a despesa», sem que haja uma definição prévia das necessidades.
Não será esta uma matéria da esfera de competências do Governo? Tem Sampaio alguma coisa que dar bitaites à senhora da Letónia sobre o que Potugal deve ou não aceitar em matéria de despesa, se não para aproveitar uma oportinidade discursiva e dizer indirectamente a Santana o que deve fazer para que não se enterrem mais os dois, nesse abraço de serpente em que voluntariamente o PR se colocou?
O problema, Dr. Sampaio, não é o «tecto arbitrário»; é o «governo arbitrário» que Vossa Excelência nos impôs, negando-nos a oportunidade de escolha. Essa é que é essa.

Desde Julho passado que o Presidente da República anda nervoso como nunca antes se vira, com os actos e omissões do governo. Pudera, pois se este é um executivo de iniciativa presidencial (apesar de a Constituição os não prever formalmente), e se foi ele o autor do pecado original na concepção e na obtusidade da solução encontrada.
Para tentar evitar que o desastre seja maior do que está à vista, Sampaio vê-se forçado a ter uma intervenção mais directa e incisiva nas áreas de actuação do governo, tentando colocar uma invisível mão por baixo, ou, qual Estebes do Herman, «dando as tácticas», como o fez ontem no banquete oferecido a Vaira Vike-Freiberga, sua homóloga da Letónia, ao dizer que Portugal não aceitará de Bruxelas «tectos arbitrários para a despesa», sem que haja uma definição prévia das necessidades.
Não será esta uma matéria da esfera de competências do Governo? Tem Sampaio alguma coisa que dar bitaites à senhora da Letónia sobre o que Potugal deve ou não aceitar em matéria de despesa, se não para aproveitar uma oportinidade discursiva e dizer indirectamente a Santana o que deve fazer para que não se enterrem mais os dois, nesse abraço de serpente em que voluntariamente o PR se colocou?
O problema, Dr. Sampaio, não é o «tecto arbitrário»; é o «governo arbitrário» que Vossa Excelência nos impôs, negando-nos a oportunidade de escolha. Essa é que é essa.

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