30.12.03
[1368] DIFERENÇAS DE TRATAMENTO (I de III)
Muito francamente, existem critérios jornalísticos que, de uma perspectiva estritamente racional, não consigo perceber por mais que pense sobre o assunto.
Em Outubro, um travesti acusou Paulo Portas de ter sido cliente assíduo da homossexualidade. Reparem bem: o travesti em causa não disse apenas que Paulo Portas é homossexual. A acusação foi muito mais grave. Paulo Portas foi acusado de ser cliente da homossexualidade. Por outras palavras, a palavra “cliente” pressupõe que alguém recorre aos serviços de terceiros. No contexto em que a afirmação se inseriu, Paulo Portas foi acusado de ser cliente assíduo da prostituição masculina na década de 80.
Surpreendentemente, as rádios, as televisões e os jornais ignoraram – em uníssono – o assunto. Ninguém ousou confrontar Paulo Portas com estas acusações. Existe um travesti devidamente identificado, que faz acusações graves, mas ninguém toca no assunto.
Mais. O próprio Paulo Portas nunca apresentou uma queixa-crime pelos crimes de calúnia e difamação.
Agora, veja-se o double standard em relação a Ferro Rodrigues.
Tal como no caso de Paulo Portas, o que está em causa é apenas um testemunho. Não são dois, três ou dez testemunhos. Apenas um testemunho, neste caso acusando Ferro Rodrigues de estar envolvido em actos de natureza pedófila.
No caso de Paulo Portas, a existência de um testemunho – cuja veracidade permanece por comprovar – acusando-o de ser cliente assíduo da prostituição masculina é totalmente ignorado pela comunicação social.
No entanto, no caso de Ferro Rodrigues, a existência de um testemunho – cuja veracidade permanece por comprovar – acusando-o de estar envolvido em actos de natureza pedófila faz as delícias da comunicação social...
Tal como Paulo Portas, Ferro Rodrigues não foi acusado de nenhum crime. No entanto, o seu nome aparece constantemente nos meios de comunicação social associado ao escândalo da pedofilia.
O que é que justifica tamanha diferença de tratamento por parte da comunicação social?
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30.12.03
[1368] DIFERENÇAS DE TRATAMENTO (I de III)
Muito francamente, existem critérios jornalísticos que, de uma perspectiva estritamente racional, não consigo perceber por mais que pense sobre o assunto.
Em Outubro, um travesti acusou Paulo Portas de ter sido cliente assíduo da homossexualidade. Reparem bem: o travesti em causa não disse apenas que Paulo Portas é homossexual. A acusação foi muito mais grave. Paulo Portas foi acusado de ser cliente da homossexualidade. Por outras palavras, a palavra “cliente” pressupõe que alguém recorre aos serviços de terceiros. No contexto em que a afirmação se inseriu, Paulo Portas foi acusado de ser cliente assíduo da prostituição masculina na década de 80.
Surpreendentemente, as rádios, as televisões e os jornais ignoraram – em uníssono – o assunto. Ninguém ousou confrontar Paulo Portas com estas acusações. Existe um travesti devidamente identificado, que faz acusações graves, mas ninguém toca no assunto.
Mais. O próprio Paulo Portas nunca apresentou uma queixa-crime pelos crimes de calúnia e difamação.
Agora, veja-se o double standard em relação a Ferro Rodrigues.
Tal como no caso de Paulo Portas, o que está em causa é apenas um testemunho. Não são dois, três ou dez testemunhos. Apenas um testemunho, neste caso acusando Ferro Rodrigues de estar envolvido em actos de natureza pedófila.
No caso de Paulo Portas, a existência de um testemunho – cuja veracidade permanece por comprovar – acusando-o de ser cliente assíduo da prostituição masculina é totalmente ignorado pela comunicação social.
No entanto, no caso de Ferro Rodrigues, a existência de um testemunho – cuja veracidade permanece por comprovar – acusando-o de estar envolvido em actos de natureza pedófila faz as delícias da comunicação social...
Tal como Paulo Portas, Ferro Rodrigues não foi acusado de nenhum crime. No entanto, o seu nome aparece constantemente nos meios de comunicação social associado ao escândalo da pedofilia.
O que é que justifica tamanha diferença de tratamento por parte da comunicação social?