Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74

29-06-2009
marcar artigo


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez > Acampamento Osvaldo Vieira, nas proximidades de Madina do Cantanhez, na picada entre Iemberem e Cabedu > Simpósio Internacional de Guiledje > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita guiada e animada por antigos guerrilheiros e população local, ao Acampamento Temporário (Baraca) Osvaldo Vieira (1) > Um grupo de mulheres, nalus, que tomaram parte no espectáculo que foi oferecido aos convidados, nacionais e estrangeiros...Trinta e cinco anos depois da independência não é em português, a língua de António Lobo Antunes, de Pepeta, de Amílcar Cabral, de Craveirinha, de Mia Couto... que nos entendendos, mas em crioulo... Nós e a generalidade dos guineenses. Em menos de década e meia, os militares portugueses fizeram mais pela promoção da língua portuguesa do que cinco séculos de fraca ou reduzida penetração dos portugueses no interior da Guiné (outrora parte integrante da Senegâmbia)... Em audiência dada a um grupo de cerca de duas dezenas de portugueses, antigos combatentes da guerra colonial, participantes do Simpósio Internacional de Guileje (a que se h«juntaram a cieneasta Diana Andrunga e o jornalista José Carlos Marques), em 6 de Março de 2008, o presidente da República da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira, insistiu muito na importância da língua portuguesa e no envio, para o seu país, de mais professores portugueses ("com tantos professores desempregados em Portugal")... Estava a ser sincero ou apenas politicamente correcto o antigo comandante do PAIGC na região sul, agora com responsabilidades de representação máxima do povo guineense, a nível do Estado ? (LG).Foto e legenda: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.1. Texto do Mário Fitas (ex-Fur Mil Inf Op Esp, CCAÇ 763 , Os Lassas, Cufar, 1965/66) (2):Caro Luís,Desculpa a minha inconveniente intromissão, neste interessante bate-papo de Guerrilheiros do PAIGC a quando da festa em Guiledje (1).Admiro profundamente a paciência e a disponibilidade do nosso Homem Grande, o Pepito, para fazer de intérprete, naquela confusão toda.Há que ter muita paciência, e ter gente no terreno, para como nós que aqui na Tabanca Grande nos expomos, contando aquilo que eu considero a 99,0% próximo da autenticidade, e aquilo que da outra face ou lado (o que quer que queiramos dizer), não ouvimos. É claro que não podemos comparar as nossas condições com as dos antigos guerrilheiros do PAIGC, sobre a narração da realidade dos acontecimentos.É sintomático, e embora quarenta anos passados, os dados escritos que tenho - aliás que todos os Tertulianos possuem - venham eles a ser a História do próprio PAIGC.Luís! Não podemos fugir, nem contar a vida dos outros. Há muita gente do PAIGC calada!... Por medo? Façam como nós! Contemos, rectifiquemos os erros, tenhamos pequenas questiúnculas, mas que olhos nos olhos rectifiquemos. É isso e que nos dá a honestidade de sermos nós próprios a contar a NOSSA PRÓPRIA HISTÓRIA.Conheço alguma coisa sobre o PAIGC e sobre a GUINÉ, caso contrário não teria escrito Pami na Dondo a Guerrilheira. Mas também me custa sentir o trabalho extraordinário do Pepito, tradutor, duma realidade de há quarenta anos, e que se mantém.Será que não somos dignos de CAMÕES? A Língua é o maior elo de comunhão entre povos irmãos! Saibamos sê-los!Vivi em 1965/66 o Sul da Guiné, embora em Cufar. Percorri as margens do Cumbijam. Em Catió, a conversa de caserna funcionava. Por ser de caserna? Talvez! Abstenho-me de entrar em polémicas fúteis.Mas quanto ao PAIGC?! Em termos de honra, exijo! Estive a duzentos metros do Sr. Presidente Nino Vieira, eu com 23 anos e ele com 25. Tive na mão uma foto dele, tirada em Pequim, na altura em comandava uma Secção do Exército Popular. Há portanto alguém da outra face, que deve ter a honestidade de também falar.Se forem os que não fizeram a guerra a narrar e conjecturar sobre o que se passou, não vale, não vale a pena. Como se diz na minha linda Planície: "A conversa está coxa".Falei em Camões! Que nenhum de nós esqueça que a Língua Portuguesa é hoje em dia a aglutinação de muitos povos, que serão grandes se souberem entender e conviver, como fala o Grande Craveirinha, filho de branco emigrante não colonialista.Aquele abraço de sempre do tamanho do Cumbijam para toda a Tabanca.Mário Fitas__________Notas dos editores:(1) Vd. 12 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2752: Uma semana inolvidável na pátria de Cabral (29/2 a 7/3/2008) (Luís Graça) (14): Acampamento Osvaldo Vieira (II)(2) Vd. poste de 28 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2593: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (11) - Parte X: O preço da liberdade (Fim)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez > Acampamento Osvaldo Vieira, nas proximidades de Madina do Cantanhez, na picada entre Iemberem e Cabedu > Simpósio Internacional de Guiledje > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita guiada e animada por antigos guerrilheiros e população local, ao Acampamento Temporário (Baraca) Osvaldo Vieira (1) > Um grupo de mulheres, nalus, que tomaram parte no espectáculo que foi oferecido aos convidados, nacionais e estrangeiros...Trinta e cinco anos depois da independência não é em português, a língua de António Lobo Antunes, de Pepeta, de Amílcar Cabral, de Craveirinha, de Mia Couto... que nos entendendos, mas em crioulo... Nós e a generalidade dos guineenses. Em menos de década e meia, os militares portugueses fizeram mais pela promoção da língua portuguesa do que cinco séculos de fraca ou reduzida penetração dos portugueses no interior da Guiné (outrora parte integrante da Senegâmbia)... Em audiência dada a um grupo de cerca de duas dezenas de portugueses, antigos combatentes da guerra colonial, participantes do Simpósio Internacional de Guileje (a que se h«juntaram a cieneasta Diana Andrunga e o jornalista José Carlos Marques), em 6 de Março de 2008, o presidente da República da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira, insistiu muito na importância da língua portuguesa e no envio, para o seu país, de mais professores portugueses ("com tantos professores desempregados em Portugal")... Estava a ser sincero ou apenas politicamente correcto o antigo comandante do PAIGC na região sul, agora com responsabilidades de representação máxima do povo guineense, a nível do Estado ? (LG).Foto e legenda: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.1. Texto do Mário Fitas (ex-Fur Mil Inf Op Esp, CCAÇ 763 , Os Lassas, Cufar, 1965/66) (2):Caro Luís,Desculpa a minha inconveniente intromissão, neste interessante bate-papo de Guerrilheiros do PAIGC a quando da festa em Guiledje (1).Admiro profundamente a paciência e a disponibilidade do nosso Homem Grande, o Pepito, para fazer de intérprete, naquela confusão toda.Há que ter muita paciência, e ter gente no terreno, para como nós que aqui na Tabanca Grande nos expomos, contando aquilo que eu considero a 99,0% próximo da autenticidade, e aquilo que da outra face ou lado (o que quer que queiramos dizer), não ouvimos. É claro que não podemos comparar as nossas condições com as dos antigos guerrilheiros do PAIGC, sobre a narração da realidade dos acontecimentos.É sintomático, e embora quarenta anos passados, os dados escritos que tenho - aliás que todos os Tertulianos possuem - venham eles a ser a História do próprio PAIGC.Luís! Não podemos fugir, nem contar a vida dos outros. Há muita gente do PAIGC calada!... Por medo? Façam como nós! Contemos, rectifiquemos os erros, tenhamos pequenas questiúnculas, mas que olhos nos olhos rectifiquemos. É isso e que nos dá a honestidade de sermos nós próprios a contar a NOSSA PRÓPRIA HISTÓRIA.Conheço alguma coisa sobre o PAIGC e sobre a GUINÉ, caso contrário não teria escrito Pami na Dondo a Guerrilheira. Mas também me custa sentir o trabalho extraordinário do Pepito, tradutor, duma realidade de há quarenta anos, e que se mantém.Será que não somos dignos de CAMÕES? A Língua é o maior elo de comunhão entre povos irmãos! Saibamos sê-los!Vivi em 1965/66 o Sul da Guiné, embora em Cufar. Percorri as margens do Cumbijam. Em Catió, a conversa de caserna funcionava. Por ser de caserna? Talvez! Abstenho-me de entrar em polémicas fúteis.Mas quanto ao PAIGC?! Em termos de honra, exijo! Estive a duzentos metros do Sr. Presidente Nino Vieira, eu com 23 anos e ele com 25. Tive na mão uma foto dele, tirada em Pequim, na altura em comandava uma Secção do Exército Popular. Há portanto alguém da outra face, que deve ter a honestidade de também falar.Se forem os que não fizeram a guerra a narrar e conjecturar sobre o que se passou, não vale, não vale a pena. Como se diz na minha linda Planície: "A conversa está coxa".Falei em Camões! Que nenhum de nós esqueça que a Língua Portuguesa é hoje em dia a aglutinação de muitos povos, que serão grandes se souberem entender e conviver, como fala o Grande Craveirinha, filho de branco emigrante não colonialista.Aquele abraço de sempre do tamanho do Cumbijam para toda a Tabanca.Mário Fitas__________Notas dos editores:(1) Vd. 12 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2752: Uma semana inolvidável na pátria de Cabral (29/2 a 7/3/2008) (Luís Graça) (14): Acampamento Osvaldo Vieira (II)(2) Vd. poste de 28 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2593: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (11) - Parte X: O preço da liberdade (Fim)

marcar artigo