Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74

30-06-2009
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Capa do livro de Nuno Mira Vaz Guiné, 1968 e 1973. Soldados uma vez, sempre soldados! Lisboa: Tribuna da História, 2003. 96 pp.Foto: Livraria do Guarda-Mor (com a devida vénia...)1. Mensagem de coronel paraquedista Nuno Vaz Mira, enviada em 6 de Março último ao Vitor Junqueira e reencaminhada para o editor do blogue:Meu caro Vitor Junqueira:Quem lhe escreve é o comandante da CCP 121 na altura em que estivémos juntos no COP 6. Eu estive com dois pelotões no Olossato e o Tenente Castro esteve com outros dois em Mansabá. Li hoje a sua crónica num blogue que acompanho com muito interesse e sentida emoção, e no qual só não colaboro por falta de vocação pessoal para me expor (1).Quero agradecer-lhe do fundo do coração as suas palavras. Não só expressa uma admiração sincera pelas tropas pára-quedistas, como ainda por cima soube detectar algumas das virtudes não propriamente militares de que muito nos honramos. Bem haja.Permita que o corrija: o Comandante do BCP 12 era na altura o Tenente-Coronel Horácio Oliveira e o Ricardo Durão nunca foi pára-quedista, mas sim o seu irmão Rafael, na altura coronel comandante do CAOP1 em Teixeira Pinto, e que era na verdade um militar de excepção.Receba um abraço amigo do seu camarada de armasNuno Mira Vaz2. Comentário do Vitor Junqueira:Meu querido amigo,Nuno Mira VazJá passaram mais de três décadas sobre o tempo em que as nossas unidades se cruzavam nas matas da Guiné. Desse tempo, guardo na memória alguns dos momentos mais empolgantes da minha vida. Imagens e nomes que me foram familiares, perfilam-se com um estranho realismo no horizonte das minhas recordações. Entre esses nomes está o seu! De resto, nada do que eu possa dizer ou escrever, será suficiente para ilustrar todo o orgulho que a Nação portuguesa tem nos seus Páras, de ontem e de hoje. Para mim, é uma grande honra merecer da sua parte o tratamento de companheiro de armas. Muito obrigado.Vou tomar a liberdade de reencaminhar o seu e-mail para o editor chefe, Luís Graça, para que proceda às imperativas correcções.Aceite um abraço doVitor Junqueira______________Notas de L.G.:(1) Vd. post de 6 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1567: Operação Larga Agora, na região do Tancroal, com a CCAÇ 2753 (Vitor Junqueira)(...) A respeito das tropas pára-quedistas, afigura-se-me da mais elementar justiça fazer o seguinte comentário:"É minha convicção que na frente de combate, onde toda a vaidade se acaba, onde até o fraco faz força e mesmo o valente se caga, não há lugar para elitismos. Todos dão o seu melhor, quanto mais não seja para safar o próprio pêlo, o que é mais do que legítimo. Contudo, os pára-quedistas que conheci na Guiné, 121ª e 122ª Companhias, eram realmente diferentes entre iguais. Sei que eram duros com o Inimigo, bravos debaixo de fogo, eficientes na acção, por esta ou qualquer outra ordem! Os resultados obtidos, as condecorações justamente atribuídas, atestam-no."Mas aquilo que aos meus olhos os tornava a nossa melhor tropa de elite, sem desprimor para outros, eram a sua humildade, educação, respeito e cortesia para com os camaradas de outras forças. Chegava a ser embaraçoso quando, por ex., num alto para curto descanso no mato, à aproximação de um graduado (alferes) de outra força, todo um pelotão se punha de pé, incluindo o seu comandante! Pouco dados a fanfarronices, - nunca ouvi um pára gabar-se dos seus feitos individuais ou colectivos - , comandados por um militar de excepção, o coronel Rafael Durão, deixaram a todos nós o mais belo exemplo daquilo que deve ser o comportamento de tropas em campanha."Espero que os páras de hoje continuem a ser os dignos herdeiros dos feitos valorosos dos seus camaradas de há quarenta anos, e que em qualquer parte do mundo para onde os mandem, o nome e o prestígio de Portugal e das suas Forças Armadas estejam no centro das suas preocupações. Admiro-os a tal ponto que, na próxima encarnação, se ainda existir serviço militar, eu quero ser pára-quedista! " (...)(2) Para saber mais sobre os nossos páras: vd. sítio não oficial sobre as tropas pára-quedistas portugueses: Boinas Verdes de Portugal, 1955-2006 >


Capa do livro de Nuno Mira Vaz Guiné, 1968 e 1973. Soldados uma vez, sempre soldados! Lisboa: Tribuna da História, 2003. 96 pp.Foto: Livraria do Guarda-Mor (com a devida vénia...)1. Mensagem de coronel paraquedista Nuno Vaz Mira, enviada em 6 de Março último ao Vitor Junqueira e reencaminhada para o editor do blogue:Meu caro Vitor Junqueira:Quem lhe escreve é o comandante da CCP 121 na altura em que estivémos juntos no COP 6. Eu estive com dois pelotões no Olossato e o Tenente Castro esteve com outros dois em Mansabá. Li hoje a sua crónica num blogue que acompanho com muito interesse e sentida emoção, e no qual só não colaboro por falta de vocação pessoal para me expor (1).Quero agradecer-lhe do fundo do coração as suas palavras. Não só expressa uma admiração sincera pelas tropas pára-quedistas, como ainda por cima soube detectar algumas das virtudes não propriamente militares de que muito nos honramos. Bem haja.Permita que o corrija: o Comandante do BCP 12 era na altura o Tenente-Coronel Horácio Oliveira e o Ricardo Durão nunca foi pára-quedista, mas sim o seu irmão Rafael, na altura coronel comandante do CAOP1 em Teixeira Pinto, e que era na verdade um militar de excepção.Receba um abraço amigo do seu camarada de armasNuno Mira Vaz2. Comentário do Vitor Junqueira:Meu querido amigo,Nuno Mira VazJá passaram mais de três décadas sobre o tempo em que as nossas unidades se cruzavam nas matas da Guiné. Desse tempo, guardo na memória alguns dos momentos mais empolgantes da minha vida. Imagens e nomes que me foram familiares, perfilam-se com um estranho realismo no horizonte das minhas recordações. Entre esses nomes está o seu! De resto, nada do que eu possa dizer ou escrever, será suficiente para ilustrar todo o orgulho que a Nação portuguesa tem nos seus Páras, de ontem e de hoje. Para mim, é uma grande honra merecer da sua parte o tratamento de companheiro de armas. Muito obrigado.Vou tomar a liberdade de reencaminhar o seu e-mail para o editor chefe, Luís Graça, para que proceda às imperativas correcções.Aceite um abraço doVitor Junqueira______________Notas de L.G.:(1) Vd. post de 6 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1567: Operação Larga Agora, na região do Tancroal, com a CCAÇ 2753 (Vitor Junqueira)(...) A respeito das tropas pára-quedistas, afigura-se-me da mais elementar justiça fazer o seguinte comentário:"É minha convicção que na frente de combate, onde toda a vaidade se acaba, onde até o fraco faz força e mesmo o valente se caga, não há lugar para elitismos. Todos dão o seu melhor, quanto mais não seja para safar o próprio pêlo, o que é mais do que legítimo. Contudo, os pára-quedistas que conheci na Guiné, 121ª e 122ª Companhias, eram realmente diferentes entre iguais. Sei que eram duros com o Inimigo, bravos debaixo de fogo, eficientes na acção, por esta ou qualquer outra ordem! Os resultados obtidos, as condecorações justamente atribuídas, atestam-no."Mas aquilo que aos meus olhos os tornava a nossa melhor tropa de elite, sem desprimor para outros, eram a sua humildade, educação, respeito e cortesia para com os camaradas de outras forças. Chegava a ser embaraçoso quando, por ex., num alto para curto descanso no mato, à aproximação de um graduado (alferes) de outra força, todo um pelotão se punha de pé, incluindo o seu comandante! Pouco dados a fanfarronices, - nunca ouvi um pára gabar-se dos seus feitos individuais ou colectivos - , comandados por um militar de excepção, o coronel Rafael Durão, deixaram a todos nós o mais belo exemplo daquilo que deve ser o comportamento de tropas em campanha."Espero que os páras de hoje continuem a ser os dignos herdeiros dos feitos valorosos dos seus camaradas de há quarenta anos, e que em qualquer parte do mundo para onde os mandem, o nome e o prestígio de Portugal e das suas Forças Armadas estejam no centro das suas preocupações. Admiro-os a tal ponto que, na próxima encarnação, se ainda existir serviço militar, eu quero ser pára-quedista! " (...)(2) Para saber mais sobre os nossos páras: vd. sítio não oficial sobre as tropas pára-quedistas portugueses: Boinas Verdes de Portugal, 1955-2006 >

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