isto tem dias: As boas raparigas vão para o céu, as más vão a todo o lado!

28-06-2009
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O título é roubado, mas eu cá prefiro ser má.Durante anos a fio, alguns sectores mais conservadores da família tentaram impor-me o modelo da menina boazinha, fosse pela influência da restante família, fosse por uma semente rebeldia que já vinha inscrita no código genético, sempre me recusei a tal papel.Nunca fui verdadeiramente má, assim de fazer coisas das quais tivesse vergonha, mas detesto sonsos, então sempre fui traquinas, pouco dada a convenções, sufocam-me as convenções, cansam-me, apertam-me.As sonsas, boas raparigas, eram aquelas que conseguiam manter os ganchos no sitio, os bibes imaculados, os cadernos irrepreensíveis, nunca tinham uma ideia própria, um laivo de criatividade, a única iniciativa que tomavam era de denunciar as pequenas prevaricações dos outros e a colher disso um estranho prazer.Continuei a conhecer sonsas, mantinham os mesmos requisitos, apenas iam crescendo com elas, refinando aquilo que para alguns serão qualidades, para mim não.As sonsas tinham um chorrilho de regras e códigos e rótulos, rotulavam tudo e todos, já não usavam bibe, mas vestiam á moda, centravam as suas preocupações em coisas pequeninas, miudinhas, azedinhas, tudo enrolado em açúcar baunilhado.Eu cresci, as sonsas e os sonsos também, usam todas as características, de forma civilizada, esforçam-se muito para que a progenitura esteja dentro do mesmo modelo estanque, tem preocupações que não me passam pela cabeça, são estanques a novas ideias, a novos pensamentos, a descodificar o mundo, o mais longe que vão é a Punta Caña pela Top Tours, sem sair de dentro de si, fazem amor a dias marcados, da mesma forma que vão ao cabeleireiro.Elas irão para o céu, um céu climatizado com vaporizador de odores de pinho e alfazema quimicamente sintetizados, sofás do Ikea e mesinhas cheias de revistas cor de rosa, eu irei para outros lados, com os joelhos esfolados, a provar novos frutos, com os ganchos a cair…


O título é roubado, mas eu cá prefiro ser má.Durante anos a fio, alguns sectores mais conservadores da família tentaram impor-me o modelo da menina boazinha, fosse pela influência da restante família, fosse por uma semente rebeldia que já vinha inscrita no código genético, sempre me recusei a tal papel.Nunca fui verdadeiramente má, assim de fazer coisas das quais tivesse vergonha, mas detesto sonsos, então sempre fui traquinas, pouco dada a convenções, sufocam-me as convenções, cansam-me, apertam-me.As sonsas, boas raparigas, eram aquelas que conseguiam manter os ganchos no sitio, os bibes imaculados, os cadernos irrepreensíveis, nunca tinham uma ideia própria, um laivo de criatividade, a única iniciativa que tomavam era de denunciar as pequenas prevaricações dos outros e a colher disso um estranho prazer.Continuei a conhecer sonsas, mantinham os mesmos requisitos, apenas iam crescendo com elas, refinando aquilo que para alguns serão qualidades, para mim não.As sonsas tinham um chorrilho de regras e códigos e rótulos, rotulavam tudo e todos, já não usavam bibe, mas vestiam á moda, centravam as suas preocupações em coisas pequeninas, miudinhas, azedinhas, tudo enrolado em açúcar baunilhado.Eu cresci, as sonsas e os sonsos também, usam todas as características, de forma civilizada, esforçam-se muito para que a progenitura esteja dentro do mesmo modelo estanque, tem preocupações que não me passam pela cabeça, são estanques a novas ideias, a novos pensamentos, a descodificar o mundo, o mais longe que vão é a Punta Caña pela Top Tours, sem sair de dentro de si, fazem amor a dias marcados, da mesma forma que vão ao cabeleireiro.Elas irão para o céu, um céu climatizado com vaporizador de odores de pinho e alfazema quimicamente sintetizados, sofás do Ikea e mesinhas cheias de revistas cor de rosa, eu irei para outros lados, com os joelhos esfolados, a provar novos frutos, com os ganchos a cair…

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