Meditações Sociológicas: Colóquio "O ódio do Outro"

21-07-2005
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O ódio do Outro Colóquio10.05.2005, 10h00 - 19h30Goethe-Institut Lissabon+351 21 88245-10 info@lissabon.goethe.orgNo início do século XX, os povos da Europa puderam acreditar que a era das Luzes e da Razão poderiam conduzir a um entendimento entre os povos, à construção de um espírito europeu baseado no respeito e no conhecimento do Outro, à troca de saberes e culturas, à abertura de fronteiras, à instauração de um mundo melhor, aquele que desejariam, por exemplo, homens de cultura como Romain Rolland em França, Stefan Zweig na Áustria e Thomas Mann na Alemanha. O que se passou para que da estima, e da descoberta do outro, se passasse ao desprezo, à suspeição, à agressão e, finalmente, ao ódio do outro, poderosamente explorado por demagogos sem cultura, sem reflexão, que substituíram a tolerância e a dúvida fundadoras, pelas certezas totalitárias? Este é o enigma e o drama deste século de ódio, de terror e de exterminação. Philippe Reliquet (Director do Institut Franco-Portuguais) Este ano – seis décadas depois da guerra mais cruel que a humanidade viveu até agora – o mundo lembra, mais do que nunca os acontecimentos de outrora e, em toda a parte, são feitas reflexões acerca dos possíveis ensinamentos a tirar da História. A Alemanha, país onde esses actos e crimes tiveram origem, assume, devido à sua responsabilidade, um papel importante nesta reflexão. Por outro lado, também antigos inimigos, vítimas e cúmplices mostram com o passar do tempo mais disponibilidade para reflectir sobre a sua participação nos acontecimentos de então.O flagelo da repressão por regimes anti-democráticos não só colheu vítimas na Alemanha, Áustria e na França mas também na Península Ibérica, apesar de Espanha e Portugal não estarem directamente envolvidos na Segunda Guerra Mundial. Nestes cincos países os governos e amplas faixas da população tinham aderido ao fascismo ou pelo menos nutriam uma certa simpatia com esta ideologia.Se o princípio freudiano, segundo o qual um trauma psicológico tende a repetir-se se não for trabalhado e consciencializado, for não só valído para os indivíduos mas também para os povos, então é importante contribuir para um debate sincero e abrangente desta problemática. Kurt Scharf(Director do Goethe-Institut)PROGRAMATerça-feira, 10 de MaioTradução simultânea: Alemão, Francês e Português) 10.00 Abertura 10.15 Tema 1: Como surgiu a ideologia da demonização e a fantasia do extermínio?Participantes: António Louçã (historiador, Lisboa)Jean Hatzfeld (França), a confirmarReyes Mate Rupérez (Instituto de Filosofia, Madrid)Michael Wildt (Universidade de Hanôver)Moderação:Reinhard Naumann (Fundação Friedrich Ebert, Lisboa) 11.15 - 11.30 Coffee Break 11.30 - 12.30 Continuação do tema 1 12.30 - 14.00 Intervalo para almoço 14.00 - 15.30 Tema 2: Como é que a ideologia se apoderou das massas e se tornou violência materializada?Participantes:Siegfried Beer (Universidade de Graz)Fernando Rosas (Universidade Nova de Lisboa)Reyes Mate Rupérez (Instituto de Filosofia, Madrid)Anger-Weller (França)Moderação:José Pedro Castanheira (Expresso) 15.30 - 16.00 Coffee Break 16.00 - 17.30 Tema 3: A perspectiva das VítimasParticipantes: Patrich von zur Mühlen (historiador, Alemanha)Fritz Teppich (testemunha da época, Berlim)Miguel Vale de Almeida (ICTE)Vítor Marques (União Romani)Moderação:Alan Stoleroff (ISCTE) 17.30 - 18.00 Coffee Break 18.00 - 19.30 Encerramento do colóquio:Como se consegue ultrapassar o ódio?Participantes:Moshe Zimmermann (Universidade Hebraica de Jerusalém)Basil Kerski (Revista: Dialog, Berlim)Elke Gryglewski (Aktion Sühnezeichen/Friedensdienst e Haus der Wannseekonferenz, Berlim)André Tolentino (Fundação Calouste Gulbenkian)Moderação:Edgar Galindo (Universidade Lusófona)


O ódio do Outro Colóquio10.05.2005, 10h00 - 19h30Goethe-Institut Lissabon+351 21 88245-10 info@lissabon.goethe.orgNo início do século XX, os povos da Europa puderam acreditar que a era das Luzes e da Razão poderiam conduzir a um entendimento entre os povos, à construção de um espírito europeu baseado no respeito e no conhecimento do Outro, à troca de saberes e culturas, à abertura de fronteiras, à instauração de um mundo melhor, aquele que desejariam, por exemplo, homens de cultura como Romain Rolland em França, Stefan Zweig na Áustria e Thomas Mann na Alemanha. O que se passou para que da estima, e da descoberta do outro, se passasse ao desprezo, à suspeição, à agressão e, finalmente, ao ódio do outro, poderosamente explorado por demagogos sem cultura, sem reflexão, que substituíram a tolerância e a dúvida fundadoras, pelas certezas totalitárias? Este é o enigma e o drama deste século de ódio, de terror e de exterminação. Philippe Reliquet (Director do Institut Franco-Portuguais) Este ano – seis décadas depois da guerra mais cruel que a humanidade viveu até agora – o mundo lembra, mais do que nunca os acontecimentos de outrora e, em toda a parte, são feitas reflexões acerca dos possíveis ensinamentos a tirar da História. A Alemanha, país onde esses actos e crimes tiveram origem, assume, devido à sua responsabilidade, um papel importante nesta reflexão. Por outro lado, também antigos inimigos, vítimas e cúmplices mostram com o passar do tempo mais disponibilidade para reflectir sobre a sua participação nos acontecimentos de então.O flagelo da repressão por regimes anti-democráticos não só colheu vítimas na Alemanha, Áustria e na França mas também na Península Ibérica, apesar de Espanha e Portugal não estarem directamente envolvidos na Segunda Guerra Mundial. Nestes cincos países os governos e amplas faixas da população tinham aderido ao fascismo ou pelo menos nutriam uma certa simpatia com esta ideologia.Se o princípio freudiano, segundo o qual um trauma psicológico tende a repetir-se se não for trabalhado e consciencializado, for não só valído para os indivíduos mas também para os povos, então é importante contribuir para um debate sincero e abrangente desta problemática. Kurt Scharf(Director do Goethe-Institut)PROGRAMATerça-feira, 10 de MaioTradução simultânea: Alemão, Francês e Português) 10.00 Abertura 10.15 Tema 1: Como surgiu a ideologia da demonização e a fantasia do extermínio?Participantes: António Louçã (historiador, Lisboa)Jean Hatzfeld (França), a confirmarReyes Mate Rupérez (Instituto de Filosofia, Madrid)Michael Wildt (Universidade de Hanôver)Moderação:Reinhard Naumann (Fundação Friedrich Ebert, Lisboa) 11.15 - 11.30 Coffee Break 11.30 - 12.30 Continuação do tema 1 12.30 - 14.00 Intervalo para almoço 14.00 - 15.30 Tema 2: Como é que a ideologia se apoderou das massas e se tornou violência materializada?Participantes:Siegfried Beer (Universidade de Graz)Fernando Rosas (Universidade Nova de Lisboa)Reyes Mate Rupérez (Instituto de Filosofia, Madrid)Anger-Weller (França)Moderação:José Pedro Castanheira (Expresso) 15.30 - 16.00 Coffee Break 16.00 - 17.30 Tema 3: A perspectiva das VítimasParticipantes: Patrich von zur Mühlen (historiador, Alemanha)Fritz Teppich (testemunha da época, Berlim)Miguel Vale de Almeida (ICTE)Vítor Marques (União Romani)Moderação:Alan Stoleroff (ISCTE) 17.30 - 18.00 Coffee Break 18.00 - 19.30 Encerramento do colóquio:Como se consegue ultrapassar o ódio?Participantes:Moshe Zimmermann (Universidade Hebraica de Jerusalém)Basil Kerski (Revista: Dialog, Berlim)Elke Gryglewski (Aktion Sühnezeichen/Friedensdienst e Haus der Wannseekonferenz, Berlim)André Tolentino (Fundação Calouste Gulbenkian)Moderação:Edgar Galindo (Universidade Lusófona)

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