DE CARA AO VENTO....

30-04-2008
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«O POETA É UM FINGIDOR FINGE TÃO COMPLETAMENTE QUE CHEGA A FINGIR QUE É DOR A DOR QUE DEVERAS SENTE.» fernando pessoa

ANTENA 1: A MANIPULAÇÃO E O INSULTO NA RÁDIO PÚBLICA

Informação adopta agenda política da oposição e insulta ouvintes.

Ora vamos lá dividir isto em duas partes:

1º Alguns órgãos de comunicação social empenharam-se numa campanha de «cuidado, a censura e a perseguição política estão de volta». Vão buscar o caso do famigerado ex-deputado Charrua ou da ex-directora do centro de saúde daquela terra de que ninguém já lembra o nome e, «o fascismo está de volta». Ou, «Sócrates é um ditador e está aí a nova PIDE» (e porque não KGB?). Enfim, balelas para todos os gostos, como se alguém os levasse a sério na exacta medida em que, só por má fé alguém se julga limitado na sua capacidade de opinar ou fazer juízos sobre os políticos e sobre os governantes. Todos, não. Naturalmente para a oposição este tema pode ser útil. É esse o seu papel e não admira que do BE ao PCP, passando estranhamente pelo PSD (ainda todos nos lembramos como Santana correu com o Marcello da TVI), construam a sua pobre agenda política também sobre a inventona da «ameaça socrática à liberdade».

Desde o início o jornal Público aderiu a esta campanha (vingar o dono ofendido pela falhada OPA à PT é uma questão de honra). Posso achar que têm o direito de o fazer, apesar de achar que é mais um exemplo da velha história de como uma mentira repetida até à exaustão se torna numa «verdade». Mas, são um jornal privado, que não compro nem leio, mas ao qual assistem todos os direitos constitucionais de liberdade de imprensa com responsabilidade. O que já não consigo entender é o comportamento da «Informação» da rádio pública, ou seja, a Antena 1 da Rádio Difusão Portuguesa. Por dois dias seguidos prestei atenção à informação lida pela jornalista de serviço Maria de São José e, mais tarde por Daniel Belo: adoptaram a agenda política da oposição ao alinhamento informativo, numa linha de total seguidismo inadmissível numa estação pública de rádio que se obriga ao dever de rigor e de independência . E o tema é o mesmo: os alegados ataques à liberdade de expressão atrás referidos que, e com isto Maria de S. José termina a peça, «para a oposição põem em causa as instituições do estado democrático». E para quem não pensa assim? E quem acha que isto não passa de campanha e de má fé? Não terá a rádio do Estado a obrigação de apresentar o tema com sentido de equidistância?

2º Não contente em apresentar uma peça, mostrando apenas um dos lados e esquecendo-se que os seus vencimentos são pagos pelos impostos de todos nós e aderindo à cabala do «regresso ao fascismo – versão Sócrates», a Antena 1 foi ouvir uma opinião sobre o assunto. Foi a melhor pérola que podia ter sido oferecida, qual ginja no topo do bolo. Nem mais nem menos que Raul Vaz. Exactamente, esse mesmo. O conhecido escriba de direita, que terá sempre o eterno trauma de querer parecer um Luís Delgado, mas de categoria C, também amigo de Santana Lopes de quem recebeu um dos cargos na direcção do Diário de Notícias em 2004 (para quê, para quê?) e que participava nas jornadas parlamentares do PSD em 2003. E este conhecido «jornalista» acha que todo o problema do «ataque à liberdade» se deve às «camadas intermédias da massa folhada da sociedade que querem agradar às de cima para subirem na vida». Ou seja, a Antena 1 passou da opinião parcelar ao insulto. Vejamos: Se me sinto indignado com a falta de objectividade e de rigor da informação da rádio pública; se pretendo denunciar esse condicionamento da opinião, recorrendo à direcção de programas e ao provedor do ouvinte, exactamente porque acho que o tratamento jornalístico é incorrecto; se pretendo denunciar esta situação na blogosfera, a Antena 1, via Raul Vaz, acha que sou «bufo», que só quero agradar a Sócrates e que «quero subir na vida».

Sem mais comentários, apetece-me concluir como o povo faz e escrever com as letras todas: Vão-se foder!

Post Scriptum: Toda a imprensa noticiou a informação de que, em Maio, o desemprego em Portugal caíra 0,1% relativamente a Abril de 2007. A Antena 1 preferiu fazer a notícia de outra maneira, na tarde de 3 de Julho: «Desemprego sobe em Portugal e já é o 3º maior da Europa, em comparação com o mesmo ano de 2006». E por aqui se ficou a notícia. Por este andar, vão ser precisos muitos anos para criar órgãos de comunicação social sérios e de referência em Portugal.

sinto-me: enojado

«O POETA É UM FINGIDOR FINGE TÃO COMPLETAMENTE QUE CHEGA A FINGIR QUE É DOR A DOR QUE DEVERAS SENTE.» fernando pessoa

ANTENA 1: A MANIPULAÇÃO E O INSULTO NA RÁDIO PÚBLICA

Informação adopta agenda política da oposição e insulta ouvintes.

Ora vamos lá dividir isto em duas partes:

1º Alguns órgãos de comunicação social empenharam-se numa campanha de «cuidado, a censura e a perseguição política estão de volta». Vão buscar o caso do famigerado ex-deputado Charrua ou da ex-directora do centro de saúde daquela terra de que ninguém já lembra o nome e, «o fascismo está de volta». Ou, «Sócrates é um ditador e está aí a nova PIDE» (e porque não KGB?). Enfim, balelas para todos os gostos, como se alguém os levasse a sério na exacta medida em que, só por má fé alguém se julga limitado na sua capacidade de opinar ou fazer juízos sobre os políticos e sobre os governantes. Todos, não. Naturalmente para a oposição este tema pode ser útil. É esse o seu papel e não admira que do BE ao PCP, passando estranhamente pelo PSD (ainda todos nos lembramos como Santana correu com o Marcello da TVI), construam a sua pobre agenda política também sobre a inventona da «ameaça socrática à liberdade».

Desde o início o jornal Público aderiu a esta campanha (vingar o dono ofendido pela falhada OPA à PT é uma questão de honra). Posso achar que têm o direito de o fazer, apesar de achar que é mais um exemplo da velha história de como uma mentira repetida até à exaustão se torna numa «verdade». Mas, são um jornal privado, que não compro nem leio, mas ao qual assistem todos os direitos constitucionais de liberdade de imprensa com responsabilidade. O que já não consigo entender é o comportamento da «Informação» da rádio pública, ou seja, a Antena 1 da Rádio Difusão Portuguesa. Por dois dias seguidos prestei atenção à informação lida pela jornalista de serviço Maria de São José e, mais tarde por Daniel Belo: adoptaram a agenda política da oposição ao alinhamento informativo, numa linha de total seguidismo inadmissível numa estação pública de rádio que se obriga ao dever de rigor e de independência . E o tema é o mesmo: os alegados ataques à liberdade de expressão atrás referidos que, e com isto Maria de S. José termina a peça, «para a oposição põem em causa as instituições do estado democrático». E para quem não pensa assim? E quem acha que isto não passa de campanha e de má fé? Não terá a rádio do Estado a obrigação de apresentar o tema com sentido de equidistância?

2º Não contente em apresentar uma peça, mostrando apenas um dos lados e esquecendo-se que os seus vencimentos são pagos pelos impostos de todos nós e aderindo à cabala do «regresso ao fascismo – versão Sócrates», a Antena 1 foi ouvir uma opinião sobre o assunto. Foi a melhor pérola que podia ter sido oferecida, qual ginja no topo do bolo. Nem mais nem menos que Raul Vaz. Exactamente, esse mesmo. O conhecido escriba de direita, que terá sempre o eterno trauma de querer parecer um Luís Delgado, mas de categoria C, também amigo de Santana Lopes de quem recebeu um dos cargos na direcção do Diário de Notícias em 2004 (para quê, para quê?) e que participava nas jornadas parlamentares do PSD em 2003. E este conhecido «jornalista» acha que todo o problema do «ataque à liberdade» se deve às «camadas intermédias da massa folhada da sociedade que querem agradar às de cima para subirem na vida». Ou seja, a Antena 1 passou da opinião parcelar ao insulto. Vejamos: Se me sinto indignado com a falta de objectividade e de rigor da informação da rádio pública; se pretendo denunciar esse condicionamento da opinião, recorrendo à direcção de programas e ao provedor do ouvinte, exactamente porque acho que o tratamento jornalístico é incorrecto; se pretendo denunciar esta situação na blogosfera, a Antena 1, via Raul Vaz, acha que sou «bufo», que só quero agradar a Sócrates e que «quero subir na vida».

Sem mais comentários, apetece-me concluir como o povo faz e escrever com as letras todas: Vão-se foder!

Post Scriptum: Toda a imprensa noticiou a informação de que, em Maio, o desemprego em Portugal caíra 0,1% relativamente a Abril de 2007. A Antena 1 preferiu fazer a notícia de outra maneira, na tarde de 3 de Julho: «Desemprego sobe em Portugal e já é o 3º maior da Europa, em comparação com o mesmo ano de 2006». E por aqui se ficou a notícia. Por este andar, vão ser precisos muitos anos para criar órgãos de comunicação social sérios e de referência em Portugal.

sinto-me: enojado

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