.: Esquina . do . Mundo :.: As estrelícias sinaleiras

19-07-2005
marcar artigo

Quem costuma passar pelo Mercado dos Lavradores (uma bela construção do Estado Novo) já não se espanta, certamente, com as estrelícias a servir de polícias-sinaleiros, nas mãos dos guias turísticos, para que os estrangeiros não se percam. É uma chatice um estrangeiro perder-se no Funchal, o gajo pode começar a andar pelas águas e parar em Canárias, deixando-lhes o seu rico dinheirinho que tanta falta nos faz - pois o mar é sempre em frente e a serra sempre atrás e subir custa muito mais.Não é à toa que se diz que a descer todos os santos ajudam, um provérbio que eu completei com a subir todos os diabos dificultam...Mas o que queria mesmo dizer, era que no Funchal há que seguir as estrelícias, isto se formos turistas e até o somos, pois a terra não nos pertence, embora tenhamos ideia contrária. Do pó ao pó não nos faz donos de nada, nem de nós próprios.Porém, há uns gajos com sorte. Herdam. Até governos. Já me dizia um amigo: pai pobre é destino, sogro já é burrice. E foi mais ou menos isto que sucedeu a Santana. Teve uma herança inusitada, diria mais, um dote. Durão divorciou-se do país e do PSD e deixou a noiva, gravida e com um parto que nunca mais chega atrapalhada no altar. E o gajo que por ali andava sempre a assediá-la lá lhe deitou as mãos com a conivência do divorciado. E ficou com a procuração das contas e dos bens todos, pois a rapariga é católica e gosta de revistas cor-de-rosa, e acredita, piamente, no Príncipe Encantado (Ai que falta ainda hoje nos faz não termos tido uma Reforma (religiosa) a sério como aconteceu nos países do norte da Europa; ainda pagamos a merda da Contra-reforma, dos jesuitas, da inquisição, e deste povo tão crente no after-life).O Santana faz-me lembrar aqueles gajos que são nossos amigos e andam sempre connosco e com a nossa companheira, mas mal nos vêm pelas costas, procuram deitar-se em cima dela.Por isso sigamos não a estrelícia mas o Cherne e vamos todos para Bruxelas, deixando este país na mão de Santana e do seu bando. Que agarrem nos extintores e que trabalhem, que nós estaremos na Europa, como uma grande família cigana...SIGAMOS O CHERNE!Sigamos o cherne, minha Amiga!Desçamos ao fundo do desejoAtrás de muito mais do que a fantasiaE aceitemos até, do cherne um beijo, Senão já com amor, com alegria...Em cada um de nós circula o cherne,Quase sempre mentido e olvidado.Em água silenciosa de passadoCircula o cherne: traídoPeixe recalcado...Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,já morto, boiar ao lume de água,Nos olhos rasos de água, Quando mentido o cherne a vida inteira,Não somos mais do que solidão e mágoa... Alexandre O'NeillNunca este poema esteve tão actual e pertinente. Só que não será o Cherne a vir morto à superfície das águas, mas sim Portugal, uma vez mais adiado, enganado, e submisso...EMANUEL BENTOPS: O Fernando Negrão disse no Dia Nacional dos Avós que gostaria que os idosos recebessem mais pensões. Eu também. Para já, por saber o que ganham os meus pais, depois por saber que muitos mais nem ganham o que eles ainda recebem.PPS: Também gostava que me saisse o Totoloto. Mas não sai...

Quem costuma passar pelo Mercado dos Lavradores (uma bela construção do Estado Novo) já não se espanta, certamente, com as estrelícias a servir de polícias-sinaleiros, nas mãos dos guias turísticos, para que os estrangeiros não se percam. É uma chatice um estrangeiro perder-se no Funchal, o gajo pode começar a andar pelas águas e parar em Canárias, deixando-lhes o seu rico dinheirinho que tanta falta nos faz - pois o mar é sempre em frente e a serra sempre atrás e subir custa muito mais.Não é à toa que se diz que a descer todos os santos ajudam, um provérbio que eu completei com a subir todos os diabos dificultam...Mas o que queria mesmo dizer, era que no Funchal há que seguir as estrelícias, isto se formos turistas e até o somos, pois a terra não nos pertence, embora tenhamos ideia contrária. Do pó ao pó não nos faz donos de nada, nem de nós próprios.Porém, há uns gajos com sorte. Herdam. Até governos. Já me dizia um amigo: pai pobre é destino, sogro já é burrice. E foi mais ou menos isto que sucedeu a Santana. Teve uma herança inusitada, diria mais, um dote. Durão divorciou-se do país e do PSD e deixou a noiva, gravida e com um parto que nunca mais chega atrapalhada no altar. E o gajo que por ali andava sempre a assediá-la lá lhe deitou as mãos com a conivência do divorciado. E ficou com a procuração das contas e dos bens todos, pois a rapariga é católica e gosta de revistas cor-de-rosa, e acredita, piamente, no Príncipe Encantado (Ai que falta ainda hoje nos faz não termos tido uma Reforma (religiosa) a sério como aconteceu nos países do norte da Europa; ainda pagamos a merda da Contra-reforma, dos jesuitas, da inquisição, e deste povo tão crente no after-life).O Santana faz-me lembrar aqueles gajos que são nossos amigos e andam sempre connosco e com a nossa companheira, mas mal nos vêm pelas costas, procuram deitar-se em cima dela.Por isso sigamos não a estrelícia mas o Cherne e vamos todos para Bruxelas, deixando este país na mão de Santana e do seu bando. Que agarrem nos extintores e que trabalhem, que nós estaremos na Europa, como uma grande família cigana...SIGAMOS O CHERNE!Sigamos o cherne, minha Amiga!Desçamos ao fundo do desejoAtrás de muito mais do que a fantasiaE aceitemos até, do cherne um beijo, Senão já com amor, com alegria...Em cada um de nós circula o cherne,Quase sempre mentido e olvidado.Em água silenciosa de passadoCircula o cherne: traídoPeixe recalcado...Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,já morto, boiar ao lume de água,Nos olhos rasos de água, Quando mentido o cherne a vida inteira,Não somos mais do que solidão e mágoa... Alexandre O'NeillNunca este poema esteve tão actual e pertinente. Só que não será o Cherne a vir morto à superfície das águas, mas sim Portugal, uma vez mais adiado, enganado, e submisso...EMANUEL BENTOPS: O Fernando Negrão disse no Dia Nacional dos Avós que gostaria que os idosos recebessem mais pensões. Eu também. Para já, por saber o que ganham os meus pais, depois por saber que muitos mais nem ganham o que eles ainda recebem.PPS: Também gostava que me saisse o Totoloto. Mas não sai...

marcar artigo