M!CporCoimbra: Independentes podem baralhar jogo eleitoral

29-09-2009
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(PAULA SÁ E PEDRO CORREIA, no DN de 5/6/07) Negrão "vai levar banhada", vaticina Villaverde Cabral Os candidatos independentes podem baralhar as contas dos grandes partidos no escrutínio de Lisboa. É essa, pelo menos, a convicção do sociólogo Manuel Villaverde Cabral. Observador atento da vida política, este professor universitário não tem dúvidas: "Os independentes são vistos com bons olhos pelos eleitores." Um fenómeno que deve ser devidamente ponderado pelos altos comandos do PS e do PSD, que enfrentam na eleição autárquica em Lisboa a concorrência de dois independentes: Carmona Rodrigues e Helena Roseta.Carmona entregou ontem - último dia previsto para o efeito - no Palácio da Justiça a lista de sete mil cidadãos que o apoiam. Mais três mil do que o exigido na lei. Roseta, segundo apurou o DN, incluirá na sua Comissão de Honra diversos nomes do espectáculo e da cultura (ver caixa)."Atrevo-me a vaticinar que, perante a candidatura de Carmona, o PSD vai apanhar uma grande banhada. E, perante a candidatura de Helena Roseta, também não é líquido que o candidato do PS consiga ganhar a Câmara", diz Villaverde Cabral ao DN.Outro politólogo, José Adelino Maltez, diz ao DN: "Existe alguma revolta contra a partidocracia que coloniza de forma grave a capital e trata Lisboa como um objecto laboratorial". Na sua opinião, em Lisboa "os cidadãos são meros instrumentos laboratoriais para campanhas mais genéricas".Villaverde Cabral faz igualmente um diagnóstico muito crítico: "O desempenho na câmara tem sido em geral muito mau. Mas PS e PSD têm mais responsabilidades do que os outros na situação a que se chegou." Perante esta crise, "os candidatos independentes aproveitam para intervir no espaço deixado vazio pelos partidos". E até estes se adaptam aos novos tempos. "Na lista do PS metade são independentes e não há nenhum vereador do anterior mandato."O professor universitário Paulo Gorjão aponta no entanto alguns factores que poderão esvaziar o peso dos independentes na corrida a Lisboa. "A falta de meios e a falta de máquina dos independentes vão tornar-se evidentes à medida que a campanha for acelerando", diz ao DN este analista, autor do blogue Bloguítica.Gorjão admite que existe "uma corrente de simpatia", mais evidente no caso de Roseta do que de Carmona, que em 2005 se candidatou à frente da lista do PSD e agora concorre como independente. Mas adverte: "Não deve olhar-se para esta eleição autárquica com as lentes de análise da eleição presidencial." Manuel Alegre deu o primeiro sinal evidente de que os independentes podem sobrepor-se aos partidos, suplantando na corrida a Belém a candidatura de Mário Soares, que contava com o apoio oficial do PS."Manuel Alegre beneficiou dos erros de Mário Soares. Nem Fernando Negrão nem António Costa cometerão os erros de Soares na campanha lisboeta", sublinha.Villaverde Cabral admite que a grande fragmentação de candidaturas na capital, com 12 candidaturas, "não será má para se discutirem a sério os problemas da cidade e elaborar-se um plano que a salve da decadência em que se encontra".


(PAULA SÁ E PEDRO CORREIA, no DN de 5/6/07) Negrão "vai levar banhada", vaticina Villaverde Cabral Os candidatos independentes podem baralhar as contas dos grandes partidos no escrutínio de Lisboa. É essa, pelo menos, a convicção do sociólogo Manuel Villaverde Cabral. Observador atento da vida política, este professor universitário não tem dúvidas: "Os independentes são vistos com bons olhos pelos eleitores." Um fenómeno que deve ser devidamente ponderado pelos altos comandos do PS e do PSD, que enfrentam na eleição autárquica em Lisboa a concorrência de dois independentes: Carmona Rodrigues e Helena Roseta.Carmona entregou ontem - último dia previsto para o efeito - no Palácio da Justiça a lista de sete mil cidadãos que o apoiam. Mais três mil do que o exigido na lei. Roseta, segundo apurou o DN, incluirá na sua Comissão de Honra diversos nomes do espectáculo e da cultura (ver caixa)."Atrevo-me a vaticinar que, perante a candidatura de Carmona, o PSD vai apanhar uma grande banhada. E, perante a candidatura de Helena Roseta, também não é líquido que o candidato do PS consiga ganhar a Câmara", diz Villaverde Cabral ao DN.Outro politólogo, José Adelino Maltez, diz ao DN: "Existe alguma revolta contra a partidocracia que coloniza de forma grave a capital e trata Lisboa como um objecto laboratorial". Na sua opinião, em Lisboa "os cidadãos são meros instrumentos laboratoriais para campanhas mais genéricas".Villaverde Cabral faz igualmente um diagnóstico muito crítico: "O desempenho na câmara tem sido em geral muito mau. Mas PS e PSD têm mais responsabilidades do que os outros na situação a que se chegou." Perante esta crise, "os candidatos independentes aproveitam para intervir no espaço deixado vazio pelos partidos". E até estes se adaptam aos novos tempos. "Na lista do PS metade são independentes e não há nenhum vereador do anterior mandato."O professor universitário Paulo Gorjão aponta no entanto alguns factores que poderão esvaziar o peso dos independentes na corrida a Lisboa. "A falta de meios e a falta de máquina dos independentes vão tornar-se evidentes à medida que a campanha for acelerando", diz ao DN este analista, autor do blogue Bloguítica.Gorjão admite que existe "uma corrente de simpatia", mais evidente no caso de Roseta do que de Carmona, que em 2005 se candidatou à frente da lista do PSD e agora concorre como independente. Mas adverte: "Não deve olhar-se para esta eleição autárquica com as lentes de análise da eleição presidencial." Manuel Alegre deu o primeiro sinal evidente de que os independentes podem sobrepor-se aos partidos, suplantando na corrida a Belém a candidatura de Mário Soares, que contava com o apoio oficial do PS."Manuel Alegre beneficiou dos erros de Mário Soares. Nem Fernando Negrão nem António Costa cometerão os erros de Soares na campanha lisboeta", sublinha.Villaverde Cabral admite que a grande fragmentação de candidaturas na capital, com 12 candidaturas, "não será má para se discutirem a sério os problemas da cidade e elaborar-se um plano que a salve da decadência em que se encontra".

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