VERITAS: Violação do segredo de Justiça

01-03-2008
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Violação do segredo de Justiça

A gravíssima violação do segredo de justiça no caso da Universidade Moderna teve sérios prejuízos no apuramento da verdade. A suspeita da violação recaiu sobre o director-geral da PJ de então, Fernando Negrão, versão que jornalistas do DN sustentaram em tribunal, mas a juíza desembargadora que analisou o caso concluiu pela impossibilidade de apuramento da verdade, pelo que o processo foi arquivado, com fortes protestos do PGR Cunha Rodrigues.

Fernando Negrão, obrigado a demitir-se no ano de 2000, na sequência do escândalo, entra em ascensão política com a chegada da coligação de direita ao poder e ocupa agora a pasta de ministro da Segurança Social, da Família e da Criança.

Quatro anos volvidos, recai de novo sobre o director-geral da PJ, Adelino Salvado, a suspeita de violação do segredo de justiça, no processo da Casa Pia. Depois do incidente com a magistrada Maria José Morgado, entusiasticamente defendido pela ministra do CDS, Celeste Cardona, que impediu o acareamento, a sua credibilidade ficou comprometida. Após as transferências dos investigadores do processo de corrupção no futebol, operação «Apito Dourado», a posição de Adelino Salvado, que já era frágil, tornou-se insustentável.

Agora, segundo o Jornal de Notícias de hoje, «no seio do Governo terá sido admitida a autenticidade de excertos de conversas mantidas (...) entre Adelino Salvado e um jornalista do Correio da Manhã. A confirmar-se a autenticidade, o ex-director da PJ teria utilizado, com vista à sua difusão pública, elementos de informação alegadamente constantes do processo - mas que não estariam no inquérito, nem foram acolhidos pela acusação -, envolvendo o então secretário-geral do Partido Socialista no escândalo da Casa Pia».

Se isto for verdade, estamos perante o mais ignóbil linchamento político e o mais grave ataque à democracia de que há memória. Se for verdade, repito, trata-se de um atentado terrorista contra o PS e o seu secretário-geral, um verdadeiro assassinato político e a tentativa de destruição de um partido fundamental ao sistema constitucional. Se for provado, o ex-director da PJ não pode ficar impune. É a democracia e o prestígio das instituições que está em causa.

Se não for provado, o CDS já tem um nome de reserva para futuro ministro da Administração Interna.

Posted by carlos_esperanca at agosto 11, 2004 02:00 PM

Violação do segredo de Justiça

A gravíssima violação do segredo de justiça no caso da Universidade Moderna teve sérios prejuízos no apuramento da verdade. A suspeita da violação recaiu sobre o director-geral da PJ de então, Fernando Negrão, versão que jornalistas do DN sustentaram em tribunal, mas a juíza desembargadora que analisou o caso concluiu pela impossibilidade de apuramento da verdade, pelo que o processo foi arquivado, com fortes protestos do PGR Cunha Rodrigues.

Fernando Negrão, obrigado a demitir-se no ano de 2000, na sequência do escândalo, entra em ascensão política com a chegada da coligação de direita ao poder e ocupa agora a pasta de ministro da Segurança Social, da Família e da Criança.

Quatro anos volvidos, recai de novo sobre o director-geral da PJ, Adelino Salvado, a suspeita de violação do segredo de justiça, no processo da Casa Pia. Depois do incidente com a magistrada Maria José Morgado, entusiasticamente defendido pela ministra do CDS, Celeste Cardona, que impediu o acareamento, a sua credibilidade ficou comprometida. Após as transferências dos investigadores do processo de corrupção no futebol, operação «Apito Dourado», a posição de Adelino Salvado, que já era frágil, tornou-se insustentável.

Agora, segundo o Jornal de Notícias de hoje, «no seio do Governo terá sido admitida a autenticidade de excertos de conversas mantidas (...) entre Adelino Salvado e um jornalista do Correio da Manhã. A confirmar-se a autenticidade, o ex-director da PJ teria utilizado, com vista à sua difusão pública, elementos de informação alegadamente constantes do processo - mas que não estariam no inquérito, nem foram acolhidos pela acusação -, envolvendo o então secretário-geral do Partido Socialista no escândalo da Casa Pia».

Se isto for verdade, estamos perante o mais ignóbil linchamento político e o mais grave ataque à democracia de que há memória. Se for verdade, repito, trata-se de um atentado terrorista contra o PS e o seu secretário-geral, um verdadeiro assassinato político e a tentativa de destruição de um partido fundamental ao sistema constitucional. Se for provado, o ex-director da PJ não pode ficar impune. É a democracia e o prestígio das instituições que está em causa.

Se não for provado, o CDS já tem um nome de reserva para futuro ministro da Administração Interna.

Posted by carlos_esperanca at agosto 11, 2004 02:00 PM

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