NonioBlog: Ri, porquê?

21-07-2005
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Ando com pouco tempo para o blog (já repararam) e com pouca pachorra para políticos. Mas algo me deixa intrigado e me leva a escrever, perante os primeiros outdoors de campanha eleitoral para as Câmaras Municipais. É que todos (ou quase todos) os candidatos aparecem a rir. Alguns, mesmo a roçar a gargalhada.Tal facto apenas pode ser explicável ou com um preocupante desfasamento em relação à realidade ou com uma grande dose de cinismo. Nós, os que não somos autarcas nem governantes, nunca sorriríamos perante a paupérrima situação do país e perante a deplorável amostra de candidatos que se nos tem apresentado.O sorriso dos futuros ou presentes autarcas, desbragado, em muitos casos, é quase uma forma subtil de apelo à abstenção e à indiferença. Se calhar, a mesma indiferença que os próprios partidos têm demonstrado em relação a esta eleição.Espantados com esta minha afirmação sobre a indiferença? Então que dizer das apostas do PS para as duas principais Câmaras do País? Carrilho??? Assis??? E que dizer das apostas socialistas aos municípios em que o PSD meteu os pés pelas mãos e vetou os seus próprios candidatos? Como se chamam os candidatos do PS nesses grandes municípios de Oeiras e Gondomar?E que dizer da incapacidade do PSD para renovar apostas, com nomes de peso, nas corridas autárquicas? Onde está, pela parte de PS e PSD (que tanto querem limitar os mandatos de autarcas) a vontade de renovação, se mais não fazem dos que recandidatar todos ou quase todos os que já lá estão?Estas eleições autárquicas poderiam ser um bom ensaio para oposição e partido do poder fazerem um esforço de renovação, depois do banho de incompetência que, uns e outros, têm dado nas suas passagens pelos Governos. Mas são, afinal, o espelho da incapacidade dos dois principais partidos portugueses para se renovarem, para alterarem métodos, nomes, posturas.É que a mudança, não passa por encher a boca com a palavra “credibilidade”. É preciso tê-la. O povo não é “parvo”, como li há dias nas palavras de um “candidato fora da Lei”. Têm-no feito de parvo, é certo, mas não tardará o dia em que os sorrisos desbragados lhes farão mais cócegas do que é habitual.


Ando com pouco tempo para o blog (já repararam) e com pouca pachorra para políticos. Mas algo me deixa intrigado e me leva a escrever, perante os primeiros outdoors de campanha eleitoral para as Câmaras Municipais. É que todos (ou quase todos) os candidatos aparecem a rir. Alguns, mesmo a roçar a gargalhada.Tal facto apenas pode ser explicável ou com um preocupante desfasamento em relação à realidade ou com uma grande dose de cinismo. Nós, os que não somos autarcas nem governantes, nunca sorriríamos perante a paupérrima situação do país e perante a deplorável amostra de candidatos que se nos tem apresentado.O sorriso dos futuros ou presentes autarcas, desbragado, em muitos casos, é quase uma forma subtil de apelo à abstenção e à indiferença. Se calhar, a mesma indiferença que os próprios partidos têm demonstrado em relação a esta eleição.Espantados com esta minha afirmação sobre a indiferença? Então que dizer das apostas do PS para as duas principais Câmaras do País? Carrilho??? Assis??? E que dizer das apostas socialistas aos municípios em que o PSD meteu os pés pelas mãos e vetou os seus próprios candidatos? Como se chamam os candidatos do PS nesses grandes municípios de Oeiras e Gondomar?E que dizer da incapacidade do PSD para renovar apostas, com nomes de peso, nas corridas autárquicas? Onde está, pela parte de PS e PSD (que tanto querem limitar os mandatos de autarcas) a vontade de renovação, se mais não fazem dos que recandidatar todos ou quase todos os que já lá estão?Estas eleições autárquicas poderiam ser um bom ensaio para oposição e partido do poder fazerem um esforço de renovação, depois do banho de incompetência que, uns e outros, têm dado nas suas passagens pelos Governos. Mas são, afinal, o espelho da incapacidade dos dois principais partidos portugueses para se renovarem, para alterarem métodos, nomes, posturas.É que a mudança, não passa por encher a boca com a palavra “credibilidade”. É preciso tê-la. O povo não é “parvo”, como li há dias nas palavras de um “candidato fora da Lei”. Têm-no feito de parvo, é certo, mas não tardará o dia em que os sorrisos desbragados lhes farão mais cócegas do que é habitual.

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