Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74

29-06-2009
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Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cananime, frente a Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje > 2 de Março de 2008 > O nosso camarada Paulo Santiago. Em segundo plano, do lado direito, a Catarina Ribeiro Schwarz da Silva, filha do Pepito e da Isabel Lévy Ribeiro; à esquerda, o Álvaro Basto.Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados1. Texto do Paulo Santiago:As mensagens de alguns camaradas, já aqui publicadas (1), deixaram-me perplexo e com alguma mágoa, senti estar a ser criticado por ter participado no Simpósio Internacional de Guiledge. Muito bem, participei, e ainda bem. Depreende-se das críticas que os participantes teriam feito frete a alguém, que se pretendeu a honorificação de Guiledje. Alvitram outros nomes para o Simpósio (por ex. , Madina do Boé ).Não esqueçamos: foram os guineenses da AD - Acção para o Desenvolvimento que escolheram o tema do Simpósio, penso que bem, como tentarei demonstrar. Mas, antes de entrar no Simpósio, lembremos: correu muito sangue no Corredor de Guiledje, português e guineense, incluindo, caso único, dois capitães mortos em combate, o pára-quedista Tinoco de Faria e o ranger Almeida e Silva. Voltemos ao tema do Simpósio. Porquê Guiledje ?Fiquei a saber,com mais pormenor, que o Corredor de Guiledje, Corredor da Morte, Caminho do Povo, foi extremamente importante para toda a manobra do PAIGC. Não só importante para o Sul da Guiné, mas para toda a Colónia. Por ali entrava tudo, armamento, alimentos, medicamentos, distribuídos posteriormente por todas as FARP que combatiam nointerior da Guiné. Desde o começo da luta era este caminho, a boca, chamemos-lhe assim, que alimentava toda aguerrilha. Só terá perdido alguma importância ( ex-comandante Manecas dixit ) nos últimos tempos da guerra,quando o PAIGC já se movimentava com todo o avontade na fronteira do Senegal. Mas o Simpósio não tratou exclusivamente Guiledje. Uma das intervenções mais importantes e esclarecedoras, para mim, foi feita pelo Ten-Cor Sandji Fati (também licenciado em Direito ). Intitulava-se: "A organização das FARP durante a Luta de Libertação Nacional-1964-74".Outro exemplo: o Prof. Costa Dias fez uma interessante intervenção, cujo tema era "Papel e influência das dinâmicas sócio-religiosas e políticas nos movimentos de libertação nacional na África Ocidental :o caso da Guiné-Bissau".Concluindo, o Simpósio não serviu para glorificar ninguém, nem qualquer das partes em conflito, nem qualquer local específico. Serviu, sim, como local de confraternização entre camaradas de armas que noutros tempos se encontravam em campos opostos de batalha. Serviu, a nós portugueses, para conhecermos melhor o outro lado da guerra. Sem polémicas, abraço para todos os camaradas do nosso Blogue.Paulo Santiago ________ Nota de L.G.: (1) Vd. postes desta série: 12 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2626: Fórum Guileje (1): E Cameconde ? Cabedu ? E a nossa Marinha ? (Manuel Lema Santos / Jorge Teixeira / Virgínio Briote) 12 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2628: Fórum Guileje (2): Nunca uma guerra foi feita de uma só batalha (Mário Fitas) 13 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2629: Fórum Guileje (3): A Marinha esteve como peixe dentro de água no CTIG, e teve um papel logístico fundamental (Pedro Lauret) 14 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2638: Fórum Guileje (4): Minas aquáticas em Bedanda (Ayala Botto) 15 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2642: Fórum Guileje (5): Que sentido dar a esta vaga de fundo ? Da guinefobia à guinefilia (Hélder de Sousa / Luís Graça) 15 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2645: Fórum Guileje (6): Antes que se esgote... Gandembel (Jorge Félix, ex-Alf Mil Pil Av Al III, BA12, Bissalanca, 1968/70)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cananime, frente a Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje > 2 de Março de 2008 > O nosso camarada Paulo Santiago. Em segundo plano, do lado direito, a Catarina Ribeiro Schwarz da Silva, filha do Pepito e da Isabel Lévy Ribeiro; à esquerda, o Álvaro Basto.Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados1. Texto do Paulo Santiago:As mensagens de alguns camaradas, já aqui publicadas (1), deixaram-me perplexo e com alguma mágoa, senti estar a ser criticado por ter participado no Simpósio Internacional de Guiledge. Muito bem, participei, e ainda bem. Depreende-se das críticas que os participantes teriam feito frete a alguém, que se pretendeu a honorificação de Guiledje. Alvitram outros nomes para o Simpósio (por ex. , Madina do Boé ).Não esqueçamos: foram os guineenses da AD - Acção para o Desenvolvimento que escolheram o tema do Simpósio, penso que bem, como tentarei demonstrar. Mas, antes de entrar no Simpósio, lembremos: correu muito sangue no Corredor de Guiledje, português e guineense, incluindo, caso único, dois capitães mortos em combate, o pára-quedista Tinoco de Faria e o ranger Almeida e Silva. Voltemos ao tema do Simpósio. Porquê Guiledje ?Fiquei a saber,com mais pormenor, que o Corredor de Guiledje, Corredor da Morte, Caminho do Povo, foi extremamente importante para toda a manobra do PAIGC. Não só importante para o Sul da Guiné, mas para toda a Colónia. Por ali entrava tudo, armamento, alimentos, medicamentos, distribuídos posteriormente por todas as FARP que combatiam nointerior da Guiné. Desde o começo da luta era este caminho, a boca, chamemos-lhe assim, que alimentava toda aguerrilha. Só terá perdido alguma importância ( ex-comandante Manecas dixit ) nos últimos tempos da guerra,quando o PAIGC já se movimentava com todo o avontade na fronteira do Senegal. Mas o Simpósio não tratou exclusivamente Guiledje. Uma das intervenções mais importantes e esclarecedoras, para mim, foi feita pelo Ten-Cor Sandji Fati (também licenciado em Direito ). Intitulava-se: "A organização das FARP durante a Luta de Libertação Nacional-1964-74".Outro exemplo: o Prof. Costa Dias fez uma interessante intervenção, cujo tema era "Papel e influência das dinâmicas sócio-religiosas e políticas nos movimentos de libertação nacional na África Ocidental :o caso da Guiné-Bissau".Concluindo, o Simpósio não serviu para glorificar ninguém, nem qualquer das partes em conflito, nem qualquer local específico. Serviu, sim, como local de confraternização entre camaradas de armas que noutros tempos se encontravam em campos opostos de batalha. Serviu, a nós portugueses, para conhecermos melhor o outro lado da guerra. Sem polémicas, abraço para todos os camaradas do nosso Blogue.Paulo Santiago ________ Nota de L.G.: (1) Vd. postes desta série: 12 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2626: Fórum Guileje (1): E Cameconde ? Cabedu ? E a nossa Marinha ? (Manuel Lema Santos / Jorge Teixeira / Virgínio Briote) 12 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2628: Fórum Guileje (2): Nunca uma guerra foi feita de uma só batalha (Mário Fitas) 13 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2629: Fórum Guileje (3): A Marinha esteve como peixe dentro de água no CTIG, e teve um papel logístico fundamental (Pedro Lauret) 14 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2638: Fórum Guileje (4): Minas aquáticas em Bedanda (Ayala Botto) 15 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2642: Fórum Guileje (5): Que sentido dar a esta vaga de fundo ? Da guinefobia à guinefilia (Hélder de Sousa / Luís Graça) 15 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2645: Fórum Guileje (6): Antes que se esgote... Gandembel (Jorge Félix, ex-Alf Mil Pil Av Al III, BA12, Bissalanca, 1968/70)

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