Homenagem aos antigos combatentes e à Batalha de 11 de Agosto (Praia da Vitória)
A Praia da Vitória recordou, ontem de manhã, em simultâneo a Batalha de 11 de Agosto de 1829 (que lhe atribuiu o nome Vitória) e os antigos combatentes da Guerra do Ultramar, sobretudo os oriundos da cidade que caíram em combate.
A cerimónia que contou com a presença do Exército e da Força Aérea decorreu no Largo da Batalha, junto à baía, onde, à 175 anos, as forças liberais e absolutistas degladiaram-se por ideais políticos, opondo dois irmãos reais: D. Miguel e D. Pedro.
Através da Batalha de 11 de Agosto de 1829, a Praia incorporou no seu nome a Vitória dos liberais. Quisemos assinalar essa data hoje, além de homenagear mais uma vez os antigos combatentes do Ultramar que lutaram pela Pátria, recordou José Fernando Gomes, presidente da Câmara Municipal.
Em discursos contidos, mas sentidos, o representante da Liga dos Combatentes da Terceira e o presidente da Junta de Freguesia de Santa Cruz onde se situa o monumento de homenagem aos antigos combatentes recordaram também a aqueles que pereceram ao serviço da Pátria nas antigas colónias.
No final, foram colocadas coroas de flores no monumento que assinala os jovens praienses que caíram na Guiné, Angola e Moçambique, quer pelos responsáveis militares quer civis, presentes no acto.
Esta cerimónia serviu também para a cidade relembrar a batalha que lhe deu o nome, por ordem régia de D. Maria II, para homenagear os defensores do Liberalismo, que deram novo alento à causa liberal ao impedirem o desembarque das tropas miguelistas, que acorreram à ilha em 1829 para acabar com a rebelião liberal em terras terceirenses.
Esta foi, aliás, uma batalha que colocou frente-a-frente dois irmãos D. Pedro e D. Miguel filhos régios, mas defensores de causas diferentes: o primeiro o Liberalismo e a Carta Constitucional; o segundo o Absolutismo e o poder soberano e indiscutível da Monarquia.
Depois de derrotada a sublevação liberal em terras lusas, as hostes pela causa de D. Pedro foram desterradas para o Castelo de São João Baptista. Aos poucos, os ideiais liberais foram entranhando nas gentes terceirenses sempre resistentes ao jugo soberano (tal como acontecera no período filipino) que acabaram por aliar-se ao Batalhão de Caçadores nº5, em prol do Liberalismo.
A eles juntaram-se vários anónimos, assim como o Batalhão de Voluntários da Rainha, dispostos a morrer por uma causa.
O tira-teimas ocorreu no dia 11 de Agosto de 1829, quando a frota de D. Miguel enviada aos Açores para acabar com os liberais tentou entrar na baía da então Vila da Praia, para desembarcar mais de cinco mil soldados, esperados por perto de meia centena de soldados em terra em favor de D. Pedro.
Nas sucessivas tentativas de desembarque, que ocorreram na zona do Forte do Espírito Santo (onde hoje se situa o molhe norte-americano), pereceram mais de quatro centenas de miguelistas. À noite, o coronel que comandava a frota absolutista mandou levantar ferro e sair da baía, reconhecendo a derrota.
Motivados pela vitória, os liberais ganharam mais adeptos (alguns vindos de Inglaterra) e, da Terceira, navegaram até ao Mindelo, começando aí a expansão e implementação do Liberalismo no país.
A Praia viu reconhecido o seu papel algum tempo depois, quando D. Maria II, por carta régia, atribuiu-lhe o nome de Vitória.
Posted by irccn at agosto 12, 2004 10:31 PM
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Homenagem aos antigos combatentes e à Batalha de 11 de Agosto (Praia da Vitória)
A Praia da Vitória recordou, ontem de manhã, em simultâneo a Batalha de 11 de Agosto de 1829 (que lhe atribuiu o nome Vitória) e os antigos combatentes da Guerra do Ultramar, sobretudo os oriundos da cidade que caíram em combate.
A cerimónia que contou com a presença do Exército e da Força Aérea decorreu no Largo da Batalha, junto à baía, onde, à 175 anos, as forças liberais e absolutistas degladiaram-se por ideais políticos, opondo dois irmãos reais: D. Miguel e D. Pedro.
Através da Batalha de 11 de Agosto de 1829, a Praia incorporou no seu nome a Vitória dos liberais. Quisemos assinalar essa data hoje, além de homenagear mais uma vez os antigos combatentes do Ultramar que lutaram pela Pátria, recordou José Fernando Gomes, presidente da Câmara Municipal.
Em discursos contidos, mas sentidos, o representante da Liga dos Combatentes da Terceira e o presidente da Junta de Freguesia de Santa Cruz onde se situa o monumento de homenagem aos antigos combatentes recordaram também a aqueles que pereceram ao serviço da Pátria nas antigas colónias.
No final, foram colocadas coroas de flores no monumento que assinala os jovens praienses que caíram na Guiné, Angola e Moçambique, quer pelos responsáveis militares quer civis, presentes no acto.
Esta cerimónia serviu também para a cidade relembrar a batalha que lhe deu o nome, por ordem régia de D. Maria II, para homenagear os defensores do Liberalismo, que deram novo alento à causa liberal ao impedirem o desembarque das tropas miguelistas, que acorreram à ilha em 1829 para acabar com a rebelião liberal em terras terceirenses.
Esta foi, aliás, uma batalha que colocou frente-a-frente dois irmãos D. Pedro e D. Miguel filhos régios, mas defensores de causas diferentes: o primeiro o Liberalismo e a Carta Constitucional; o segundo o Absolutismo e o poder soberano e indiscutível da Monarquia.
Depois de derrotada a sublevação liberal em terras lusas, as hostes pela causa de D. Pedro foram desterradas para o Castelo de São João Baptista. Aos poucos, os ideiais liberais foram entranhando nas gentes terceirenses sempre resistentes ao jugo soberano (tal como acontecera no período filipino) que acabaram por aliar-se ao Batalhão de Caçadores nº5, em prol do Liberalismo.
A eles juntaram-se vários anónimos, assim como o Batalhão de Voluntários da Rainha, dispostos a morrer por uma causa.
O tira-teimas ocorreu no dia 11 de Agosto de 1829, quando a frota de D. Miguel enviada aos Açores para acabar com os liberais tentou entrar na baía da então Vila da Praia, para desembarcar mais de cinco mil soldados, esperados por perto de meia centena de soldados em terra em favor de D. Pedro.
Nas sucessivas tentativas de desembarque, que ocorreram na zona do Forte do Espírito Santo (onde hoje se situa o molhe norte-americano), pereceram mais de quatro centenas de miguelistas. À noite, o coronel que comandava a frota absolutista mandou levantar ferro e sair da baía, reconhecendo a derrota.
Motivados pela vitória, os liberais ganharam mais adeptos (alguns vindos de Inglaterra) e, da Terceira, navegaram até ao Mindelo, começando aí a expansão e implementação do Liberalismo no país.
A Praia viu reconhecido o seu papel algum tempo depois, quando D. Maria II, por carta régia, atribuiu-lhe o nome de Vitória.
Posted by irccn at agosto 12, 2004 10:31 PM