TODA A INFORMAÇÃO ACTUALIZADA: PROJECTO DA TCN PARA O BOLHÃO É DE EVIDENTE DEMOLIÇÃO INTERIOR

04-10-2009
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Texto de Pedro Bismarck (Opozine)Para tentar esclarecer (a mim incluído) sobre o que consiste o projecto da empresa TramCrone para o Mercado do Bolhão, aqui ficam algumas informações resgatadas do site da TCN e do JPN:- Toda a estruturação existente do espaço interior desaparece - incluíndo as bancas, as estruturas de apoio, os casinhotos e a bela escadaria norte. Fica basicamente apenas fachada!- Deixa de haver os pátios actuais, e o passadiço central também desaparece: o piso da rua Fernandes Tomás (o actual piso em galeria) irá ocupar toda a área do mercado, onde se vão instalar os restaurantes (do lado sul) e o mercado (do lado norte).- O piso da rua Formosa desaparece e divide-se em dois: que vão ser ocupados com um supermercado (lado norte) e com as novas "lojas-âncora" (lado sul).-Vai haver uma cobertura totalmente nova do lado dos restaurantes e do lado do mercado.- Em baixo, dois pisos de estacionamento. Nas fachadas, vai haver sobretudo habitação.Área total = 25.730 m2Lojas = 11.395 m2 (44% da área total)Supermercado = 3.125 m2 (12%)Habitação= 2.500 m2 (10%)Restaurantes = 1.450 m2 (6% da área total)Mercado = 760 m2 (3% da área total e cerca de 1/4 da área actual)Presumo que os 25% (6500m2) restantes serão para circulações, armazéns e estacionamentoAssim, enquanto lojas, restaurantes e supermercado vão ocupar 62% da área total + circulações e armazéns que fará cerca de 70 % da área total, o mercado vai ocupar 3% da área total. Com estes números, com as características funcionais acima apresentadas e com todas as alterações arquitectónicas descritas, expliquem-me:a) Como é possível dizer que se mantém a essência do mercado quando este vai representar apenas 3% da área total, muda para um sítio que nunca existiu na parte menos nobre do edifício (e não a mais nobre como diz Pedro Neves, basta ler o texto do Arq. Correia Fernandes para perceber) e se reduz em 1/4 da área actual. b) Se uma coisa que tem 60% de área (sem contar com armazéns e circulações) para lojas, restaurantes e supermercado não se chama shopping, então caro Pedro Neves chama-se o quê? Bom, mercado não se vai chamar de certeza.c) Como se pode dizer que não se vai demolir nada, quando todo o miolo e interior do edifício vai desaparecer. Para construir dois pisos novos, restaurantes e lojas numa área de 60% há-de ser preciso demolir alguma coisa.d) Como é que a câmara aprova um projecto desta natureza sem exigir um projecto de arquitectura verdadeiramente detalhado, completo e descritivo daquilo que se altera e daquilo que fica?e) Como é que a TCN, uma empresa sem experiência nenhuma em projectos de reabilitação, que está vocacionada para a promoção de retails, outlets em zonas periféricas das cidades, ganha um concurso de reabilitação de um edifício histórico no centro da cidade?Não tenho nada contra adaptação do Bolhão, penso que é necessária e urgente. Acho que tem todo o potencial a mistura de valências (como já aqui disse), de novas lojas, restaurantes, esplanadas, até penso que a habitação pode ser uma solução. Mas é necessário manter o edifício, a sua traça, o seu sentido e configurações únicos, o seu potencial turístico e a sua identidade. Não é com 3% da área total que se propõe para o espaço de mercado que isso se vai manter.


Texto de Pedro Bismarck (Opozine)Para tentar esclarecer (a mim incluído) sobre o que consiste o projecto da empresa TramCrone para o Mercado do Bolhão, aqui ficam algumas informações resgatadas do site da TCN e do JPN:- Toda a estruturação existente do espaço interior desaparece - incluíndo as bancas, as estruturas de apoio, os casinhotos e a bela escadaria norte. Fica basicamente apenas fachada!- Deixa de haver os pátios actuais, e o passadiço central também desaparece: o piso da rua Fernandes Tomás (o actual piso em galeria) irá ocupar toda a área do mercado, onde se vão instalar os restaurantes (do lado sul) e o mercado (do lado norte).- O piso da rua Formosa desaparece e divide-se em dois: que vão ser ocupados com um supermercado (lado norte) e com as novas "lojas-âncora" (lado sul).-Vai haver uma cobertura totalmente nova do lado dos restaurantes e do lado do mercado.- Em baixo, dois pisos de estacionamento. Nas fachadas, vai haver sobretudo habitação.Área total = 25.730 m2Lojas = 11.395 m2 (44% da área total)Supermercado = 3.125 m2 (12%)Habitação= 2.500 m2 (10%)Restaurantes = 1.450 m2 (6% da área total)Mercado = 760 m2 (3% da área total e cerca de 1/4 da área actual)Presumo que os 25% (6500m2) restantes serão para circulações, armazéns e estacionamentoAssim, enquanto lojas, restaurantes e supermercado vão ocupar 62% da área total + circulações e armazéns que fará cerca de 70 % da área total, o mercado vai ocupar 3% da área total. Com estes números, com as características funcionais acima apresentadas e com todas as alterações arquitectónicas descritas, expliquem-me:a) Como é possível dizer que se mantém a essência do mercado quando este vai representar apenas 3% da área total, muda para um sítio que nunca existiu na parte menos nobre do edifício (e não a mais nobre como diz Pedro Neves, basta ler o texto do Arq. Correia Fernandes para perceber) e se reduz em 1/4 da área actual. b) Se uma coisa que tem 60% de área (sem contar com armazéns e circulações) para lojas, restaurantes e supermercado não se chama shopping, então caro Pedro Neves chama-se o quê? Bom, mercado não se vai chamar de certeza.c) Como se pode dizer que não se vai demolir nada, quando todo o miolo e interior do edifício vai desaparecer. Para construir dois pisos novos, restaurantes e lojas numa área de 60% há-de ser preciso demolir alguma coisa.d) Como é que a câmara aprova um projecto desta natureza sem exigir um projecto de arquitectura verdadeiramente detalhado, completo e descritivo daquilo que se altera e daquilo que fica?e) Como é que a TCN, uma empresa sem experiência nenhuma em projectos de reabilitação, que está vocacionada para a promoção de retails, outlets em zonas periféricas das cidades, ganha um concurso de reabilitação de um edifício histórico no centro da cidade?Não tenho nada contra adaptação do Bolhão, penso que é necessária e urgente. Acho que tem todo o potencial a mistura de valências (como já aqui disse), de novas lojas, restaurantes, esplanadas, até penso que a habitação pode ser uma solução. Mas é necessário manter o edifício, a sua traça, o seu sentido e configurações únicos, o seu potencial turístico e a sua identidade. Não é com 3% da área total que se propõe para o espaço de mercado que isso se vai manter.

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