Rabiscos e Garatujas: TPM

30-09-2009
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Pergunta-me um amigo o que é lá isso de TPM... só mesmo um homem para não saber o que é cá isto da TPM...Pode ser tudo isto aqui.Ou, simplesmente, Tensão Pré-Menstrual.Andavam as parvas das minhas colegas do ciclo preparatório a mostrarem as protuberâncias mamárias e os primeiros pêlos púbicos nos balneários, já eu sabia de coisas outras como menarca e ciclo de vinte e um dias e amadurecimento e expulsão de óvulos. Elas não me deixavam participar nas fabulosas explorações ante e pós aulas de educação física porque era mais nova e, por isso, ainda criança. Deixá-las. Sempre foram muito parvas e eu não me sentia à vontade nem com grande pachorra para lhes explicar destas coisas mais avançadas e lhes contar como havia sido comigo.Ficou para hoje.Eu tinha onze anos. Fui fazer um chichizito e assustei-me com a mancha evidente. Mudei de cuecas. Uma. Duas. Três. Tantas. Não sabia que merda era aquela que estava a sair do meu corpo e, como já não tinha mais roupa interior que me valesse, fui ter com a minha mãe. Lá me explicou o que era, sem grandes euforias nem disforias. Pela forma como me falou, percebi que não era mais menina. Coisa séria. E fiquei triste. Lembro-me de passar a ter mais pudor no colo o meu pai e de começar a fechar a porta da casa-de-banho. Não sei porquê, mas não falei com mais ninguém sobre isso. Nem com a minha mana do meio, nem com a benjamin. E nem eu sei como foi, depois, com elas. Passou a ser um assunto só meu durante o início da minha adolescência. Mais os fantasmas e aqueles mitos que, de geração em geração, sobreviveram ao passar dos séculos.A minha mãe entregou-me um daqueles pensos hipermegasuperabsorventes que mais pareciam fraldas. Foi uma sensação horrível e, à saída da infância, eu nem sabia muito bem como andar com aquilo metido no meio das pernas. Foi assim durante alguns anos. Em vão, as tentativas com o tampax mais delgadito. Cheguei a sentir medo da hora de desfloração. Passada essa hora, mandei os pensos à fava e nunca mais abandonei o tampão.A TPM ameaçou, sorrateira, durante a adolescência. A dorzinha de cabeça e o desconforto na barriga. As mãos quentes do C. faziam milagres. Punha-as assim muito quentinhas e quietinhas. O efeito era imediato. Depois comecei a tomar a pílula e nunca mais aquilo me incomodou. Já lá vão muitos muitos anos.Iam.Em Novembro, assim que deitei fora a caixinha do Minulet, a coisa voltou. Em força. Primeiro muito airosa, com o verde das veias, o volume dos seios, a sensibilidade nos mamilos. Depois, estoira. Dores de cabeça. Dores de barriga. Dores de costas. Algumas lágrimas à mínima provocação. Alguma rudez. Muito nervosismo.O C. já nem liga. Podia ficar calado, mas gosta de me provocar. É mais forte do que ele, advoga. À primeira palavra áspera, atira-me com a TPM à cara. E eu fico tão, mas tão!, possessa! Para os Manelinhos é ainda a descoberta com as mil e uma perguntas. E nem na casa-de-banho encontro o sossego que procuro.Às vezes é triste ser a única gaja do lar. Eles não compreendem nem nunca vão comprender. E eu pergunto-me como será daqui a uns anos, quando em vez de TPM eu estiver na menopausa...Mas, e para já, regresso à caixinha dos 21 comprimidos...Por um motivo que não aquele que eu preferiria.Irra!(Desenho encontrado no Xani's Blog)Nota: um post engraçado sobre a TPM, aqui.... um nadica familiar... hã?


Pergunta-me um amigo o que é lá isso de TPM... só mesmo um homem para não saber o que é cá isto da TPM...Pode ser tudo isto aqui.Ou, simplesmente, Tensão Pré-Menstrual.Andavam as parvas das minhas colegas do ciclo preparatório a mostrarem as protuberâncias mamárias e os primeiros pêlos púbicos nos balneários, já eu sabia de coisas outras como menarca e ciclo de vinte e um dias e amadurecimento e expulsão de óvulos. Elas não me deixavam participar nas fabulosas explorações ante e pós aulas de educação física porque era mais nova e, por isso, ainda criança. Deixá-las. Sempre foram muito parvas e eu não me sentia à vontade nem com grande pachorra para lhes explicar destas coisas mais avançadas e lhes contar como havia sido comigo.Ficou para hoje.Eu tinha onze anos. Fui fazer um chichizito e assustei-me com a mancha evidente. Mudei de cuecas. Uma. Duas. Três. Tantas. Não sabia que merda era aquela que estava a sair do meu corpo e, como já não tinha mais roupa interior que me valesse, fui ter com a minha mãe. Lá me explicou o que era, sem grandes euforias nem disforias. Pela forma como me falou, percebi que não era mais menina. Coisa séria. E fiquei triste. Lembro-me de passar a ter mais pudor no colo o meu pai e de começar a fechar a porta da casa-de-banho. Não sei porquê, mas não falei com mais ninguém sobre isso. Nem com a minha mana do meio, nem com a benjamin. E nem eu sei como foi, depois, com elas. Passou a ser um assunto só meu durante o início da minha adolescência. Mais os fantasmas e aqueles mitos que, de geração em geração, sobreviveram ao passar dos séculos.A minha mãe entregou-me um daqueles pensos hipermegasuperabsorventes que mais pareciam fraldas. Foi uma sensação horrível e, à saída da infância, eu nem sabia muito bem como andar com aquilo metido no meio das pernas. Foi assim durante alguns anos. Em vão, as tentativas com o tampax mais delgadito. Cheguei a sentir medo da hora de desfloração. Passada essa hora, mandei os pensos à fava e nunca mais abandonei o tampão.A TPM ameaçou, sorrateira, durante a adolescência. A dorzinha de cabeça e o desconforto na barriga. As mãos quentes do C. faziam milagres. Punha-as assim muito quentinhas e quietinhas. O efeito era imediato. Depois comecei a tomar a pílula e nunca mais aquilo me incomodou. Já lá vão muitos muitos anos.Iam.Em Novembro, assim que deitei fora a caixinha do Minulet, a coisa voltou. Em força. Primeiro muito airosa, com o verde das veias, o volume dos seios, a sensibilidade nos mamilos. Depois, estoira. Dores de cabeça. Dores de barriga. Dores de costas. Algumas lágrimas à mínima provocação. Alguma rudez. Muito nervosismo.O C. já nem liga. Podia ficar calado, mas gosta de me provocar. É mais forte do que ele, advoga. À primeira palavra áspera, atira-me com a TPM à cara. E eu fico tão, mas tão!, possessa! Para os Manelinhos é ainda a descoberta com as mil e uma perguntas. E nem na casa-de-banho encontro o sossego que procuro.Às vezes é triste ser a única gaja do lar. Eles não compreendem nem nunca vão comprender. E eu pergunto-me como será daqui a uns anos, quando em vez de TPM eu estiver na menopausa...Mas, e para já, regresso à caixinha dos 21 comprimidos...Por um motivo que não aquele que eu preferiria.Irra!(Desenho encontrado no Xani's Blog)Nota: um post engraçado sobre a TPM, aqui.... um nadica familiar... hã?

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