Incentivo/Interior: Benefícios fiscais "insuficientes" para fixar empresas no distrito

23-09-2007
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Guarda, 10 Set (Lusa) - O presidente da Assembleia Distrital da Guarda, João Mourato, considerou hoje que os aumentos dos benefícios fiscais para as empresas do interior do país, feito domingo pelo primeiro-ministro, serão insuficientes para "mobilizar empresas para o distrito".

José Sócrates, anunciou na Guarda que o próximo Orçamento de Estado contemplará o aumento dos benefícios fiscais para as empresas já instaladas ou a criar no interior do país, com o objectivo de promover "uma discriminação positiva".

"Neste momento os benefícios fiscais para as actividades económicas no interior do país são de cinco por cento para as empresas que já existem. Vamos aumentá-los para o dobro, para dez por cento", garantiu José Sócrates na sessão de encerramento da cerimónia de assinatura de 17 contratos com empresas e associações comerciais do distrito da Guarda no âmbito do programa MODCOM - Modernização do Comércio.

Quanto às novas empresas, o primeiro-ministro adiantou que os benefícios fiscais que neste momento são de dez por cento, serão aumentados para 15 por cento.

Para João Mourato, o autarca social-democrata que preside à Câmara Municipal de Mêda e lidera o órgão que congrega as 14 autarquias que compõem o distrito da Guarda, os incentivos "são positivos" mas não passam de "uma gota de água que ajuda muito pouco as pessoas a fixarem as suas indústrias no distrito da Guarda".

"Não é aumentar mais cinco por cento de redução da colecta no IRC (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas) que elas vão escolher o distrito da Guarda o interior", afirmou à Agência Lusa.

Segundo o autarca, as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro "são medidas pontuais que não vão ter grande influência relativamente à vinda, ou não, das empresas".

"Acho que podia haver outras medidas para apoiar os empresários a fixarem-se no distrito da Guarda, nomeadamente algumas isenções e até apoiá-los na construção [das empresas] e na aquisição dos equipamentos", defendeu.

"Isso é que seria uma medida discriminatória pela positiva", considerou João Mourato, assinalando que José Sócrates anunciou uma medida que "em termos de popularidade, as pessoas até serão capaz de a acolher muito bem, mas depois, não resulta em nada".

O líder da Assembleia Distrital da Guarda também diz ter ficado com "dúvidas" entendendo que as medidas "não foram bem explicadas".

"Levanta-se uma dúvida: saber a que regiões do interior do país se aplicam. Será só para os distritos da Guarda, Castelo Branco e Bragança, ou também se aplicam a Leiria, Viseu e Aveiro, etc.?", questiona.

"O que me parece é que devia ser melhor esclarecida em relação ao território a que a mesma se aplica, porque não foi dito nada sobre essa matéria, foi uma apresentação genérica que terá que ser esclarecida tecnicamente", frisou.

A direcção do Núcleo Empresarial da Região da Guarda (NERGA), reagiu com satisfação ao anúncio do primeiro-ministro, considerando tratar-se de "uma medida positiva".

O vice-presidente da direcção, Pedro Tavares, disse à Agência Lusa que José Sócrates anunciou "uma medida positiva para o interior".

Em relação às empresas que já existem, considerou que "mais cinco por cento na diminuição dos impostos, é fundamental".

Quanto às novas empresas que pretendam instalar-se nas regiões do interior, afirma que "mais dez por cento de diferença no IRC é um dado muito importante, principalmente se pensarmos que esses dez por cento ficarão na empresa, por exemplo, para novos investimentos".

O dirigente do NERGA aponta que 15 por cento de redução dos impostos para os novos investimentos "é efectivamente muito dinheiro" e que a medida poderá contribuir para que novas empresas se instalem no interior do país.

"Uma empresa que pague, por exemplo, 100 mil euros [de imposto] no litoral, na Guarda ficará a pagar 90 ou 85, caso se trate de uma empresa existente ou nova", exemplificou.

A Federação Distrital do PS da Guarda reagiu hoje com satisfação às novidades de José Sócrates, dizendo que "são medidas importantíssimas para conseguirmos que o interior tenha um maior desenvolvimento e que o país possa ser mais equilibrado".

"Será uma maneira de atrair mais empresários para a nossa região", disse o dirigente distrital, Fernando Cabral, em conferência de imprensa.

Considerou ainda que "num momento decisivo para o desenvolvimento da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda esta é, também, uma boa medida para que esse espaço poder ter a atracção de empresários".

ASR.

Lusa/Fim

Guarda, 10 Set (Lusa) - O presidente da Assembleia Distrital da Guarda, João Mourato, considerou hoje que os aumentos dos benefícios fiscais para as empresas do interior do país, feito domingo pelo primeiro-ministro, serão insuficientes para "mobilizar empresas para o distrito".

José Sócrates, anunciou na Guarda que o próximo Orçamento de Estado contemplará o aumento dos benefícios fiscais para as empresas já instaladas ou a criar no interior do país, com o objectivo de promover "uma discriminação positiva".

"Neste momento os benefícios fiscais para as actividades económicas no interior do país são de cinco por cento para as empresas que já existem. Vamos aumentá-los para o dobro, para dez por cento", garantiu José Sócrates na sessão de encerramento da cerimónia de assinatura de 17 contratos com empresas e associações comerciais do distrito da Guarda no âmbito do programa MODCOM - Modernização do Comércio.

Quanto às novas empresas, o primeiro-ministro adiantou que os benefícios fiscais que neste momento são de dez por cento, serão aumentados para 15 por cento.

Para João Mourato, o autarca social-democrata que preside à Câmara Municipal de Mêda e lidera o órgão que congrega as 14 autarquias que compõem o distrito da Guarda, os incentivos "são positivos" mas não passam de "uma gota de água que ajuda muito pouco as pessoas a fixarem as suas indústrias no distrito da Guarda".

"Não é aumentar mais cinco por cento de redução da colecta no IRC (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas) que elas vão escolher o distrito da Guarda o interior", afirmou à Agência Lusa.

Segundo o autarca, as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro "são medidas pontuais que não vão ter grande influência relativamente à vinda, ou não, das empresas".

"Acho que podia haver outras medidas para apoiar os empresários a fixarem-se no distrito da Guarda, nomeadamente algumas isenções e até apoiá-los na construção [das empresas] e na aquisição dos equipamentos", defendeu.

"Isso é que seria uma medida discriminatória pela positiva", considerou João Mourato, assinalando que José Sócrates anunciou uma medida que "em termos de popularidade, as pessoas até serão capaz de a acolher muito bem, mas depois, não resulta em nada".

O líder da Assembleia Distrital da Guarda também diz ter ficado com "dúvidas" entendendo que as medidas "não foram bem explicadas".

"Levanta-se uma dúvida: saber a que regiões do interior do país se aplicam. Será só para os distritos da Guarda, Castelo Branco e Bragança, ou também se aplicam a Leiria, Viseu e Aveiro, etc.?", questiona.

"O que me parece é que devia ser melhor esclarecida em relação ao território a que a mesma se aplica, porque não foi dito nada sobre essa matéria, foi uma apresentação genérica que terá que ser esclarecida tecnicamente", frisou.

A direcção do Núcleo Empresarial da Região da Guarda (NERGA), reagiu com satisfação ao anúncio do primeiro-ministro, considerando tratar-se de "uma medida positiva".

O vice-presidente da direcção, Pedro Tavares, disse à Agência Lusa que José Sócrates anunciou "uma medida positiva para o interior".

Em relação às empresas que já existem, considerou que "mais cinco por cento na diminuição dos impostos, é fundamental".

Quanto às novas empresas que pretendam instalar-se nas regiões do interior, afirma que "mais dez por cento de diferença no IRC é um dado muito importante, principalmente se pensarmos que esses dez por cento ficarão na empresa, por exemplo, para novos investimentos".

O dirigente do NERGA aponta que 15 por cento de redução dos impostos para os novos investimentos "é efectivamente muito dinheiro" e que a medida poderá contribuir para que novas empresas se instalem no interior do país.

"Uma empresa que pague, por exemplo, 100 mil euros [de imposto] no litoral, na Guarda ficará a pagar 90 ou 85, caso se trate de uma empresa existente ou nova", exemplificou.

A Federação Distrital do PS da Guarda reagiu hoje com satisfação às novidades de José Sócrates, dizendo que "são medidas importantíssimas para conseguirmos que o interior tenha um maior desenvolvimento e que o país possa ser mais equilibrado".

"Será uma maneira de atrair mais empresários para a nossa região", disse o dirigente distrital, Fernando Cabral, em conferência de imprensa.

Considerou ainda que "num momento decisivo para o desenvolvimento da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda esta é, também, uma boa medida para que esse espaço poder ter a atracção de empresários".

ASR.

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