CART.3514 "panteras negras": Homenagem aos Meus Camaradas de Armas

24-07-2009
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O Orgulho de ser um Pantera Negra.Bandeira Portuguesa ao alto na colina do Nengo onde tantos sonhos passaram, durante tantas horas, tantos dias, tantos meses e alguns anos. César Correia junto ao mastro da bandeira no pedestal central da parada com o brasão da Cart.3514, no destacamento do Nengo, obra que ele ajudou a construir, e de que fala com muito orgulho e jamais esquecerá.De César Pereira Correia 2º Pelotão da Cart.3514Após findar a minha recruta fui mobilizado para Angola e colocado em Évora a fim de iniciar a minha especialidade como atirador de artilharia na Cart.3516.No final da especialidade fui transferido para a Cart.3514 e colocado no 2º Pelotão então comandado pelo Furriel Soares na ausência do Alferes Brás, que se encontrava em Tancos na Escola Prática de Engenharia a tirar a especialidade de sapador de minas e armadilhas (Fevereiro de 72), não esquecendo os Furriéis Carrilho e Ramalhosa, assim como os restantes camaradas.Fiz a minha apresentação nessa manhã , depois já na companhia dos meus novos camaradas fomos fazer um crosse , como habitualmente para os lados de Valverde. Logo aí comecei a perceber o lado bom e humano de uma pessoa extraordinária de seu nome António Manuel de Melo Soares, que ao ver nosso camarada 1º Cabo Joaquim Pedro Ricardo ( Faleceu de acidente em Angola no dia 23 Agosto de 1973) em dificuldade respiratória, aproximou-se e perguntou o que se passava, sou cardíaco, e perante o sofrimento espelhado no seu rosto, comentou alto o seu desagrado perante os presentes, como é possível um homem com problemas cardíacos vir à tropa.Aconselhou-o a ficar ali, a fazer uns exercícios leves de recuperação e esperar pelo regresso dos companheiros.Este episódio marcou-me, não era normal na tropa um superior agir desta forma tão humana. Mais tarde convivendo de muito perto com o António Soares constatei que que aquela acção tinha sido uma mera gota de água no oceano, a sua personalidade forte e cheia de qualidades, que não vou aqui enumerar, pois é do conhecimento de todos que como eu privaram ao longo desse tempo com Ele.Não quero deixar de fazer aqui uma homenagem ao nosso saudoso 1º cabo Ricardo, pela disponibilidade e voluntariedade na ajuda desinteressada aos colegas de armas, embarcou connosco nesta aventura desconhecida com a promessa de voltar mas o destino e a sorte assim não quiseram.Todos foram meus amigos, mas a alguns deles não vou perder a oportunidade de fazer alguns elogios, o Ruivo que fazia o seu trabalho e o dos outros sem olhar a quem, para que a sua equipa executasse o que lhe era confiado, o nosso cabo Ribeiro a quem apelidámos “o reguila” era bom moço mas com muita garganta, os cabos Silveira e Rodrigues “enfermeiro”, tantos jovens da minha idade tudo rapaziada da boa, os Cabo Verdeanos que tão bem sabiam cantar as sua coladeras e mornas em horas de saudade, jamais vou esquecer o Cardoso, Augusto, Gomes, O Pequenino Pastorinho, Nunes, Borges, Montrond o mestre que construía violinos e cavaquinhos das latas do óleo, os continentais Ramos, Resende, Vilaça, Isidro, Ribeiro, Fogeiro “transmissões”, e todos os demais merecem a minha admiração, pelo que fizeram, pela amizade, pelo companheirismo, contribuíram para amenizar a dor que nos ia na alma, num lugar de incertezas, distante de tudo e de todos aqueles que choravam silenciosamente a nossa ausência.Parabéns Rapazes um abraço a todos e não faltem aos convívios. César Correia e o camarada António SoaresComentárioRecebi hoje um email, do nosso camarada César Pereira Correia e duas dezenas de fotos do seu álbum de recordações alusivas ao nosso percurso militar desde a formação da Cart3514 em Évora á nossa comissão no Leste de Angola que retratam fielmente a sã camaradagem que sempre foi o lema das relações entre todos sem excepção, e em especial uma série de imagens do destacamento base do Nengo na fase de construção das infra-estruturas que vieram trazer mais conforto, segurança e bem estar, e o César fala sempre com grande orgulho nesta obra, pois participou activamente em todas as fases, desde a terraplanagem ao primeiro içar da bandeira no pedestal central da parada com o brasão da 3514, onde tantas imagens foram captadas para a posteridade. (Carvalho)


O Orgulho de ser um Pantera Negra.Bandeira Portuguesa ao alto na colina do Nengo onde tantos sonhos passaram, durante tantas horas, tantos dias, tantos meses e alguns anos. César Correia junto ao mastro da bandeira no pedestal central da parada com o brasão da Cart.3514, no destacamento do Nengo, obra que ele ajudou a construir, e de que fala com muito orgulho e jamais esquecerá.De César Pereira Correia 2º Pelotão da Cart.3514Após findar a minha recruta fui mobilizado para Angola e colocado em Évora a fim de iniciar a minha especialidade como atirador de artilharia na Cart.3516.No final da especialidade fui transferido para a Cart.3514 e colocado no 2º Pelotão então comandado pelo Furriel Soares na ausência do Alferes Brás, que se encontrava em Tancos na Escola Prática de Engenharia a tirar a especialidade de sapador de minas e armadilhas (Fevereiro de 72), não esquecendo os Furriéis Carrilho e Ramalhosa, assim como os restantes camaradas.Fiz a minha apresentação nessa manhã , depois já na companhia dos meus novos camaradas fomos fazer um crosse , como habitualmente para os lados de Valverde. Logo aí comecei a perceber o lado bom e humano de uma pessoa extraordinária de seu nome António Manuel de Melo Soares, que ao ver nosso camarada 1º Cabo Joaquim Pedro Ricardo ( Faleceu de acidente em Angola no dia 23 Agosto de 1973) em dificuldade respiratória, aproximou-se e perguntou o que se passava, sou cardíaco, e perante o sofrimento espelhado no seu rosto, comentou alto o seu desagrado perante os presentes, como é possível um homem com problemas cardíacos vir à tropa.Aconselhou-o a ficar ali, a fazer uns exercícios leves de recuperação e esperar pelo regresso dos companheiros.Este episódio marcou-me, não era normal na tropa um superior agir desta forma tão humana. Mais tarde convivendo de muito perto com o António Soares constatei que que aquela acção tinha sido uma mera gota de água no oceano, a sua personalidade forte e cheia de qualidades, que não vou aqui enumerar, pois é do conhecimento de todos que como eu privaram ao longo desse tempo com Ele.Não quero deixar de fazer aqui uma homenagem ao nosso saudoso 1º cabo Ricardo, pela disponibilidade e voluntariedade na ajuda desinteressada aos colegas de armas, embarcou connosco nesta aventura desconhecida com a promessa de voltar mas o destino e a sorte assim não quiseram.Todos foram meus amigos, mas a alguns deles não vou perder a oportunidade de fazer alguns elogios, o Ruivo que fazia o seu trabalho e o dos outros sem olhar a quem, para que a sua equipa executasse o que lhe era confiado, o nosso cabo Ribeiro a quem apelidámos “o reguila” era bom moço mas com muita garganta, os cabos Silveira e Rodrigues “enfermeiro”, tantos jovens da minha idade tudo rapaziada da boa, os Cabo Verdeanos que tão bem sabiam cantar as sua coladeras e mornas em horas de saudade, jamais vou esquecer o Cardoso, Augusto, Gomes, O Pequenino Pastorinho, Nunes, Borges, Montrond o mestre que construía violinos e cavaquinhos das latas do óleo, os continentais Ramos, Resende, Vilaça, Isidro, Ribeiro, Fogeiro “transmissões”, e todos os demais merecem a minha admiração, pelo que fizeram, pela amizade, pelo companheirismo, contribuíram para amenizar a dor que nos ia na alma, num lugar de incertezas, distante de tudo e de todos aqueles que choravam silenciosamente a nossa ausência.Parabéns Rapazes um abraço a todos e não faltem aos convívios. César Correia e o camarada António SoaresComentárioRecebi hoje um email, do nosso camarada César Pereira Correia e duas dezenas de fotos do seu álbum de recordações alusivas ao nosso percurso militar desde a formação da Cart3514 em Évora á nossa comissão no Leste de Angola que retratam fielmente a sã camaradagem que sempre foi o lema das relações entre todos sem excepção, e em especial uma série de imagens do destacamento base do Nengo na fase de construção das infra-estruturas que vieram trazer mais conforto, segurança e bem estar, e o César fala sempre com grande orgulho nesta obra, pois participou activamente em todas as fases, desde a terraplanagem ao primeiro içar da bandeira no pedestal central da parada com o brasão da 3514, onde tantas imagens foram captadas para a posteridade. (Carvalho)

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