CART.3514 "panteras negras": Natal de 73

24-07-2009
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Hoje é noite de Natal!Noite de silêncio!No coração dos homens o desejo; de alegria, de paz e de amor.Foi assim há 35 anos numa noite cálida e tranquila, algures nas matas do Nengo, que a CART 3514 celebrou o seu 2º Natal em terras angolanas. Foi uma noite diferente. Uma noite em que, de forma especial, nos tocou o coração inebriando a alma. Foi uma festa. Uma pequena grande festa.Reunimo-nos no espaço do refeitório. Fizémos uma ligeira ornamentação para criarmos ambiência. Só o necessário para o enquadramento desejado: Três armas metralhadoras G3 ensarilhadas e envolvidas num laço vermelho colocado junto aos tapa-chamas, uma vela acesa. Ambiente simples, real, cheio de força e de meditação. Simplesmente divinal!Devidamente aprumados, lá estava o nosso Grupo Coral - o da CART 3514 -.Apresentámos uma tômbola de canções, misturando as clássicas de Natal com outras ditas de intervenção ou resistência. O que não valeu termos tido o Comandante que tivémos...Já era assim, mesmo antes do 25 de Abril, que entendíamos, ainda que de forma ingénua, a realidade politica portuguesa e a malfadada guerra colonial. Deste modo, nada mais lógico do que cantarmos o "hino da revolta" do Francisco Fanhais: "Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar. A bomba de Hiroshima, vergonha de nós todos, reduziu a cinzas a carne das crianças".Assim se abriu o nosso humilde mas entusiástico recital, passando-se de seguida para as melodias natalícias, com letras adaptadas à realidade de então como; "Homens da terra jamais, jamais a guerra. Natal, natal justiça e paz. Natal, natal, nasceu o Redentor".De facto Ele, no seu tempo, foi o redentor. Para os crentes - e o Natal é a festa dos cristãos - Ele foi o libertador do seu povo. O revolucionário que pôs em causa todos os cânones farisaicos de então, deixando uma mensagem de luta e esperança, aos pobres e aos oprimidos do jugo esclavagista.Ainda hoje estou vendo e ouvindo aquelas vozes firmes e estridentes do Botelho, do Dinis, do Paulo Ribeiro e de tantos outros, cheias de juventude, de energia, de garra e de amor.Valeu a pena esta experiência que certamente terá ficado gravada no consciente de todos nós.Tal como ontem, hoje também é um dia especial. É dia de Natal...Votos de um Santo Natal para todos os companheiros da CART 3514 e suas familias.


Hoje é noite de Natal!Noite de silêncio!No coração dos homens o desejo; de alegria, de paz e de amor.Foi assim há 35 anos numa noite cálida e tranquila, algures nas matas do Nengo, que a CART 3514 celebrou o seu 2º Natal em terras angolanas. Foi uma noite diferente. Uma noite em que, de forma especial, nos tocou o coração inebriando a alma. Foi uma festa. Uma pequena grande festa.Reunimo-nos no espaço do refeitório. Fizémos uma ligeira ornamentação para criarmos ambiência. Só o necessário para o enquadramento desejado: Três armas metralhadoras G3 ensarilhadas e envolvidas num laço vermelho colocado junto aos tapa-chamas, uma vela acesa. Ambiente simples, real, cheio de força e de meditação. Simplesmente divinal!Devidamente aprumados, lá estava o nosso Grupo Coral - o da CART 3514 -.Apresentámos uma tômbola de canções, misturando as clássicas de Natal com outras ditas de intervenção ou resistência. O que não valeu termos tido o Comandante que tivémos...Já era assim, mesmo antes do 25 de Abril, que entendíamos, ainda que de forma ingénua, a realidade politica portuguesa e a malfadada guerra colonial. Deste modo, nada mais lógico do que cantarmos o "hino da revolta" do Francisco Fanhais: "Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar. A bomba de Hiroshima, vergonha de nós todos, reduziu a cinzas a carne das crianças".Assim se abriu o nosso humilde mas entusiástico recital, passando-se de seguida para as melodias natalícias, com letras adaptadas à realidade de então como; "Homens da terra jamais, jamais a guerra. Natal, natal justiça e paz. Natal, natal, nasceu o Redentor".De facto Ele, no seu tempo, foi o redentor. Para os crentes - e o Natal é a festa dos cristãos - Ele foi o libertador do seu povo. O revolucionário que pôs em causa todos os cânones farisaicos de então, deixando uma mensagem de luta e esperança, aos pobres e aos oprimidos do jugo esclavagista.Ainda hoje estou vendo e ouvindo aquelas vozes firmes e estridentes do Botelho, do Dinis, do Paulo Ribeiro e de tantos outros, cheias de juventude, de energia, de garra e de amor.Valeu a pena esta experiência que certamente terá ficado gravada no consciente de todos nós.Tal como ontem, hoje também é um dia especial. É dia de Natal...Votos de um Santo Natal para todos os companheiros da CART 3514 e suas familias.

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