A multicultural blog

23-05-2009
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Violetas imagem daquiAi como eu te queria toda de violetasE flébil de cetim...Teus dedos longos, de marfim,Que os sombreassem jóias pretas...E tão febril e delicadaQue não pudesses dar um passo -Sonhando estrelas, transtornada,Com estampas de cor no regaço...Queria-te nua e friorenta,Aconchegando-te em zibelinas -Sonolenta,Ruiva de éteres e morfinas...Ah! que as tuas nostalgias fossem guisos de prata -Teus frenesis, lantejoulas;E os ócios em que estiolas,Luar que se desbarata...........................................................Teus beijos, queria-os de tule,Transparecendo carmim -Os teus espasmos, de seda...- Água fria e clara numa noite azul,água, devia ser o teu amor por mim...Lisboa 1915, fevereiro 16,in Poemas Completos, edição Fernando Cabral Martins, Assírio & AlvimMário de Sá-Carneiro (n. Lisboa, 19 de Maio de 1890; m. em Paris, 26 de Abril de 1916 -suicídio).Ler do mesmo autor neste blog:EscavaçãoÁpiceAlém-TédioQuaseDispersãoI lost myself within myself... (tradução parcial do poema Dispersão)Último Soneto

Violetas imagem daquiAi como eu te queria toda de violetasE flébil de cetim...Teus dedos longos, de marfim,Que os sombreassem jóias pretas...E tão febril e delicadaQue não pudesses dar um passo -Sonhando estrelas, transtornada,Com estampas de cor no regaço...Queria-te nua e friorenta,Aconchegando-te em zibelinas -Sonolenta,Ruiva de éteres e morfinas...Ah! que as tuas nostalgias fossem guisos de prata -Teus frenesis, lantejoulas;E os ócios em que estiolas,Luar que se desbarata...........................................................Teus beijos, queria-os de tule,Transparecendo carmim -Os teus espasmos, de seda...- Água fria e clara numa noite azul,água, devia ser o teu amor por mim...Lisboa 1915, fevereiro 16,in Poemas Completos, edição Fernando Cabral Martins, Assírio & AlvimMário de Sá-Carneiro (n. Lisboa, 19 de Maio de 1890; m. em Paris, 26 de Abril de 1916 -suicídio).Ler do mesmo autor neste blog:EscavaçãoÁpiceAlém-TédioQuaseDispersãoI lost myself within myself... (tradução parcial do poema Dispersão)Último Soneto

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